A mentira política só prospera onde o povo sente prazer em ser enganado.
Todo poder que teme a verdade precisa de um mito para sobreviver.
Assim nascem os discursos travestidos de virtude, as promessas embaladas em moral e os slogans que vendem esperança com nota falsa.
A mentira política é um método, não um acidente.
Ela treina o povo a confundir propaganda com esperança, retórica com salvação e líder com messias.
Montaigne já dizia: o homem mente antes de enganar o outro, para enganar a si mesmo.
A política apenas transforma esse autoengano em espetáculo com plateia e holofote.
Spinoza chamaria isso de fé no medo: quanto mais se teme a razão, mais se ama o salvador.
Pascal lembrava que basta um pouco de pompa para que o falso ganhe prestígio.
E Burke avisou: quando a virtude serve apenas de decoração, a corrupção já se instalou como mobília oficial.
Cícero viu o roteiro inteiro: primeiro, perde-se o gosto pela verdade; depois, aprende-se a rir dela.
E, quando a honestidade vira “esperteza”, a sociedade já está ajoelhada, e achando bonito o próprio cativeiro.
Tácito, com precisão cirúrgica, concluiu:
“Quanto mais corrupto o Estado, mais leis ele produz.”
Porque quem abdica da moral precisa de controle, não de liberdade.
Enquanto se discute quem mente melhor, a verdade continua de pé, cansada, mas intacta, observando o espetáculo dos que a vendem como promessa eleitoral.
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