Na Noruega, o petróleo financiou o futuro. No Brasil, o futuro ainda financia o passado.

Imagine seu país investindo o próprio dinheiro e usando os lucros para financiar saúde, educação e sua aposentadoria.

A Noruega fez exatamente isso.

O país transformou a riqueza do petróleo em uma conta de poupança nacional de US$ 2 trilhões, o maior fundo soberano do planeta, conhecido como Government Pension Fund Global (GPFG).

Criado em 1990, o fundo nasceu da decisão de investir os excedentes do setor de petróleo e gás, garantindo estabilidade econômica de longo prazo muito além da era dos combustíveis fósseis.

Hoje, o GPFG é administrado pelo Norges Bank Investment Management (NBIM) e possui participações em mais de 9.000 empresas, distribuídas por 70 países, tornando a Noruega um dos investidores mais influentes do mundo.

Os lucros desse fundo financiam diretamente o sistema de saúde, educação e aposentadoria do país.

Em termos práticos, cada cidadão norueguês “possui” cerca de US$ 340.000 desse patrimônio coletivo.

Com gestão transparente, investimentos éticos e visão intergeracional, a Noruega criou não apenas um fundo, mas um modelo de planejamento estratégico nacional, onde o bem-estar das próximas gerações é tratado como prioridade de Estado.

Nota final
Enquanto isso, no Brasil, seguimos descobrindo petróleo... e redescobrindo o “fundo”, mas nunca o soberano.

A diferença é que, na Noruega, o petróleo virou poupança; aqui, ainda vira polêmica.
Lá, planejaram o amanhã.
Aqui, seguimos discutindo o ontem.

Essa é a diferença quando o Estado funciona como gestor, e não como gastador.

Governança não é um conceito: é cultura.
E cultura não se decreta, se constrói.

Enquanto isso, no Brasil...

Transformamos abundância em dependência, riqueza em burocracia e planejamento em improviso.

Aqui, o fundo existe, mas raramente é soberano.

O que falta não é petróleo, é governança: o senso de continuidade entre governos, o respeito às instituições técnicas e a cultura de resultados que transcende cargos e gestões.

Na Noruega, o petróleo financiou o futuro.
No Brasil, o futuro ainda financia o passado.


Fonte: Norges Bank Investment Management (2025). The Fund’s Market Value.

Ative para ver a imagem maior