SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

domingo, 28 de novembro de 2021

O PRINCIPAL DESAFIO DA EDUCAÇÃO: METAVERSOS , METACOGNIÇÃO E O IMAGINÁRIO REAL DE CADA UM.





O historiador Dominique Kalifa no livro “ Os Bas- Fonds” ou “ A Tinta e o Sangue" nos fala sobre as origens da pobreza e as violências como conhecemos. Esses personagens históricos, os pobres e os criminosos, tem uma história que se consolidou por volta de 1840 e foi divulgada por jornais, livros, panfletos, folhetins e outros conquistando nosso imaginário para classificar e achar normal pessoas vivendo na pobreza ou praticando crimes e violências. Para citar apenas alguns exemplos, muitos na época conheceram a pobreza ou o crime lendo "Os Miseráveis" de Victor Hugo, "Grandes expectativas" de Charles Dickens, "Manifesto do Partido comunista" de Marx e Engels ou lendo jornais específicos que tratavam sobre a história de crimes. 




Muitas poucas pessoas foram conhecer as comunidades pobres e buscar transformá-las, assim como ainda hoje poucas pessoas têm vivências com pessoas pobres , negras, imigrantes ou presidiários. Falam muito sobre o que leram nos livros sobre racismo, violências, desigualdades ou aprenderam na mídia. Infelizmente seus seres foram educados apenas pela leitura de livros ou razão letrada com poucas vivências. Essas vivências mais do que seu imaginário e razões, educaria seu corpo, sentimentos, valores e outros. Por esses caminhos letrados até Marx e Engels trataram os mais excluídos da sociedade como Lumpen e escreveram sobre eles como a escória da sociedade, e não como pessoas, o que interessava a eles era a vanguarda e os trabalhadores que podiam fazer a revolução. 




Hoje, vejo garotos dominados pelo imaginário produzido por games, filmes de cinema, youtubers, tik tok e outros no mundo das imagens que domina a razão, o consumo, e a vida. Conheci garotos que largaram a Escola e a Universidade para viver de YouTuber, tik tok, e games. Eles ganham mais com isso do que se tivessem trabalhando em suas profissões. Outros exemplos também são jovens da periferia que já nascem com seu imaginário conquistado pelo crime como nos relata o filme Cidade de Deus de Fernando Meirelles. Aqui além dos filmes, mídia, e músicas, a própria realidade do mundo do crime e das periferias em várias cidades desde 1840 até hoje, acompanhando a industrialização e a urbanização, vem crescendo ao nosso redor como um mundo paralelo. Onde as regras e a lei são outras, comunidades abandonadas pelas políticas públicas e pelo Estado de Direito. 



Talvez quem tem que viver no mundo do crime, olha para sociedade oficial e se pergunte “ Como eles ganham dinheiro se aqui onde moro não tem trabalho ?", "Como vivem no luxo que vemos nas ruas ou pela TV se aqui entre os “ Bas-fonds”  falta o que comer e condições mínimas de viver ?". Sim a sociedade oficial tem seu imaginário de que tudo está bem e o que o problema é ser milionário, andar com roupas de marca, consumir nos shoppings e viajar pelo mundo. Muitos desses ricos são educados dessa forma, enquanto outros cientistas vivem do imaginário que vamos colonizar Marte amanhã , ou viver numa sociedade de robôs e ciborgues como Blade Runner. 



Mundos imaginários que não precisam da maioria da humanidade, ou seja 99 % , hoje excluída por 1% de muitos ricos. Esses 1 % criam seu imaginário e vendem pela mídia e propaganda como verdade ao mundo, e excluem os que pensam e são diferentes. Essa minoria como nazistas de outras épocas ditam quem pode viver pelo mercado financeiro ampliando seus rendimentos sem precisar trabalhar . Enquanto isso, "O Estado" está se tornando imaginário de algumas corporações e políticos que vivem dele, muitos pela corrupção tão criminosos quanto o narcotráfico, muitas vezes se associam entre si, enquanto o que compreendemos como humanidade vai se tornando imaginário de poucos. 



Games, Youtubers, traficantes, milionários, políticos corruptos, esquerdas aguardando a revolução comunista lideradas por suas vanguardas em seus partidos sem democracia, cientistas e sua inteligência artificial, turistas viajando pelo universo, enquanto o planeta Terra é destruído e os pobres vivendo nas violências se tornaram bilhões de pessoas no mundo real. Cada um desses personagens com sua indústria cultural vivendo no seu mundo bolha, reféns dos seus imaginários, sem vivências com os outros que pensam e vivem de outras formas. Buscamos assim incluir todos numa Cidadania Global 



Esse se torna o maior desafio da educação no Século XXI. Como estourar as bolhas de infinitos mundos particulares que não conseguem nem dialogar entre si, porque suas linguagens, imagens e sonhos, se referem quase de forma exclusiva ao mundo ervilha que vivem sem conseguir enxergar ou aprender sobre as diversas realidades que os cercam?  Como os Metaversos podem se referir a uma única forma de viver no mundo gastando criptomoedas e bilhões em imagens para satisfazer egos e existências vazias ? 



Existências essas que não foram educadas para compreender o mundo que vivemos, não só a parte que interessa, porque o mundo tem outras formas de se expressar pelas mudanças climáticas, aumento das desigualdades e criminalidade, inovações tecnológicas que excluem bilhões de pessoas ao seu acesso, e assim outros mundos baseados no crime, na corrupção, em fake news, autoritarismo e outros acham que podem tudo afinal os milionários podem excluir bilhões e viver em mundos paralelos. 



Metaversos é uma nova linguagem que somada a Big Datas, Inteligência artificial, realidade expandida, moedas virtuais, e Hubs poderia mudar o mundo de verdade, ligando o mundo real e imaginário de cada um para dialogar com outros que pensam e são diferentes. Aprender a se educar e empreender em rede para tirar bilhões da pobreza em economias circulares e ambientalmente sustentáveis que ousem escrever a história com os "Bas- fonds", os pobres, não os excluindo ou matando, não fugindo para outros planetas ou vivendo vazios existenciais, se drogando ou suicídios. Apenas se educando para integrar seus metaversos e imaginários de verdade de um pequeno grão de terra a Terra da Sabedoria. Há essa missão tenho dedicado os últimos 8 anos de minha vida, vamos empreender juntos um Ecossistema digital Terra da Sabedoria.


METAVERSO TERRA DA SABEDORIA


A maior pandemia que vivemos é educacional, nos falta sabedoria, coragem e amor, quando o vírus somos nós propagando visões egoístas e míopes que excluem bilhões de pessoas, gerando Coronavírus e suas cepas. Quando todos podemos viver existências belas, boas, justas, verdadeiras e economicamente sustentáveis em nosso Lar Terra! Essa é a missão que podemos imaginar, compartilhar e empreender juntos. É preciso ter coragem para apreender, agir, filmar, gamificar e mudar a educação, imaginação e realidades juntas.   




Ao criar nosso Metaverso e dialogar com outros Metaversos podemos criar juntos nosso Universo expandido que denomino Terra da Sabedoria. Uma jornada pela Metacognição ampliando nossas vivências com os outros, e mundos diversos e diferentes, expandindo nosso ser, até compreendermos que todos somos um.  A metacognição é um campo de estudos relacionado à consciência e ao automonitoramento do ato cognitivo. Consiste na aprendizagem sobre o processo da aprendizagem ou apropriação e comando dos recursos internos se relacionando com os objetos externos. A metacognição consiste na capacidade do indivíduo de monitorar e autorregular os próprios processos cognitivos.


sábado, 6 de novembro de 2021

AUTONOMIA DEMOCRÁTICA E APRENDIZAGEM EDUCACIONAL.



Economia, educação e política andam juntas, elas são as raízes da Democracia pois aprendemos individualmente e coletivamente. Várias aulas não são nas Escolas nem nas Universidades, mas em outros espaços educacionais não escolares, depende de como e com quem interagimos, obedecemos ou realizamos algo. 



Uma das frases mais importantes foi dita por Hannah Arendt sobre a banalidade do mal. Quando pessoas começam a seguir ordens ou a manada de esquerda ou direita sem refletir sobre seus atos. Quando a ignorância somada as poucas vivências ou razões elevam o ego e o poder de alguns que usam violências para atacar outras pessoas de diversas formas. Em defesa de seus projetos de poder, destroem a democracia e influenciam outras pessoas a fazer o mesmo. Esses comportamentos infelizmente educam pessoas que podem afetar o destino de milhares de inocentes, revelam a banalidade do mal,  sobre o silêncio e omissão de pessoas que se dizem cultas como aconteceu no nazismo ou depois da segunda guerra mundial na Alemanha.



Como pode pessoas educadas com nível superior de direita cometerem tantas violências com quem pensa diferente? contra a natureza ? contra a ciência ? Como podem pessoas educadas com nível superior de esquerda se calar para corrupção que matou milhares de pessoas jovens em seus governos ? mais que a COVID19. Falam em democracia desde que sigam seus discursos e omissões, falam em educação mas tentam apagar a história. A banalidade do mal onde a economia, democracia e a educação como a vivemos mostra seus limites e consequências. 



Ensinar português, matemática, e ciências é regra agora, educar para o bem, o belo, o justo e o verdadeiro exige ampliar as experiências e vivências das pessoas indo além da razão com sentimentos, valores, e imaginação. Aprendemos com o corpo, a sociedade e os sonhos, esse currículo da vida se impõe e nos liberta das grades curriculares. Só assim podemos ser livres de Stalins e Hitlers, lutando de forma independente como George Orwell contra grandes irmãos que querem que cometemos seus crimes e nos calem para suas corrupções.



Apesar das inovações tecnológicas que são mais rápidas que nós em suas capacidades de processamento de informações, dos avanços em neurociências, engenharia genética e psicologia cognitiva. Apesar de várias práticas pedagógicas incluindo agora virtuais, realidade expandida e outras. Apesar do uso de Big Data, Inteligência artificial, internet das coisas e outras disrupções digitais. Além de não conseguirmos democratizar o acesso a tudo isso, nos ensinam a ser humanos? O bem, o belo, o justo e o verdadeiro ? e a Autonomia, escolher e tomar decisões em nossas vidas sobre vários fins ? nos ensina a ser democráticos ? nos ensinar a ter coragem ? lutar por causas? sonhar ? amar ? ser ?



Poucos falam sobre o que muda a economia, educação e a política de verdade. Muitos preferem viver em bolhas artificiais até que a realidade, o inesperado, o caos que compõe a vida os desperte e mude sua mente e suas vidas. Poucos falam sobre o que vem antes das inovações, sobre as tragédias, guerras, lutas sociais e mudanças climáticas que geram em seu seio as inovações . Por exemplo, o afastamento do presidente Kiichiro da Toyota gerou a construção de uma nova relação capital-trabalho, que acabou se tornando a fórmula japonesa com seus elementos característicos, como emprego vitalício, promoções por critérios de antigüidade e participação nos lucros. Essas mudanças na gestão, oriundas de mudanças econômicas e políticas, geram transformações educacionais e culturais que impactam o mundo.



Chegou a hora das mudanças climáticas, violências, desigualdades, concentração de renda em 1% da população, inovações tecnológicas, gerar outras mudanças nas nossas formas de pensar, ser, viver, educar, trabalhar e governar. Chegou a hora de compreender o que é aprender em sentido amplo e ético, de aprofundar a democracia e de nos libertar para vidas autônomas e autênticas. Chegou a hora de viver sem padrões em busca de singularidades.



Autonomia, liberdade e autogestão andam juntas nas empresas , escolas e governos em sociedades social-democratas. Elas aumentam a produtividade, reduzem custos, educam seres , melhoram a qualidade de vida do trabalhador (a ergonomia está presente em todos os detalhes, o ar é respirável e o ruído é baixo na Volvo sueca). Hoje pela primeira vez na Europa a maior parte dos países são governados por sociais-democratas. A educação, trabalho, saúde e políticas sociais são prioridades. Robôs e pesquisa científica interagem com vidas livres e preservação da natureza.


   

A ideia nesses países  é "aumentar tanto quanto possível o ciclo de trabalho, de forma que a atividade exija cada vez mais o uso de conhecimentos e experiência do trabalhador. Tarefas como decisão de produção diária, manutenção das ferramentas utilizadas e diversas outras são de responsabilidade do próprio grupo; introdução de um esquema altamente baseado em trabalho humano na atividade de montagem propriamente dita, aliada a recursos eletrônicos e automatizados de transporte e armazenamento de peças e conjuntos; e participação do sindicato nas discussões sobre todos os aspectos relevantes a serem implementados nas novas formas de organização do trabalho. “  E a educação torna livres, criativos e solidários as pessoas que não se reduzem as suas funções como trabalhadores, são também artistas, educadores , líderes...  



Enquanto em  “Emília Romagna corresponde à Terceira Itália (províncias de Bologna e Modena), caracterizada pela predominância de empresas pequenas e pequenas-médias não coligadas diretamente às grandes. Alguns fatores da configuração italiana são decisivos para a compreensão do modelo, como a diferenciação regional (norte e sul), a forte presença de movimentos cooperativos oriundos do pós-guerra, a influência histórica do partido comunista italiano na região da Emilia Romagna, implementando uma política de apoio às pequenas empresas e às cooperativas.” 



Observamos nesses exemplos a Economia, Educação e Política andando juntas. Sim, podemos aprender de forma democrática e autonomia mudar ao mesmo tempo a economia , educação e política.


sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Um novo paradigma para gerir escolas e existências ?

 


Administração não é axioma.  Ela se pauta por resultados e desenvolvimento tecnológico atualizando seus processos. O contexto e a cultura importa impactando modelo de gestão e inovação num processo histórico que importa de outros países, esses modelos cada vez mais híbridos. Porém é difícil falar numa gestão brasileira ou americana assim como na ciência porque a globalização ou internacionalização de ideias sempre esteve presente em nossa história. 


Entre criar ciência e gerar novas tecnologias, entre gerir e inovar, temos processos contínuos que extrapolam a empresa ligando ela a laboratórios, universidades, escolas e governos. Entre resistências e vanguardas não podemos ficar passivos reféns de ideologias, precisamos ser ousados de forma complexa e sistêmica modificando nossas formas de ser, viver, educar, gerir e governar. Ainda carregamos o peso de conceitos e disciplinas que castram a liberdade de pensar, expandir seres e transformar sociedades. Talvez estamos vivenciando a queda do poder das estruturas e aumento da autonomia focada nos impactos da aprendizagem e auto governo, visando melhorar processos cada vez mais em redes auto gerenciadas por processos emergentes como nos ensina o biólogo chileno Varella.  Assim como nossa mente é corpo, organizações são sociedade, ou os neurônios se ligam aos processos de desenvolvimento cognitivos, sociais, e digitais. 


Será esse um novo horizonte que se abre ou o verdadeiro processo de aprender ou gerir qualquer sociedade? Camadas de gestão, economia, educação e ideologias políticas convivem nas mesmas pessoas, cidades e sociedades. Elas nunca serão orgânicas apesar da simplificação e didáticas que  buscam traduzir tudo em conceitos com métodos lineares e fragmentados. É preciso educar nossos educadores sobre todas essas variáveis que impactam a escola e que não se reduzem a gerenciar notas e frequências. 


Estamos falando do potencial das pessoas e das sociedades. A escola é um meio que educa e dialoga com todos os outros meios e fins da existência humana. A pobreza pode ser educacional, material e espiritual, incluindo a incapacidade de imaginar e sonhar que castra as demais. 


Será que estamos vivenciando um novo paradigma para gerir escolas e existências ? Neste paradigma complexo inclui as desigualdades, violências, mudanças climáticas, engenharia genética e robótica na produção de ciborgues. A Escola é hoje e não ontem. Não é progresso! É lidar com nossas ignorâncias, mistérios e maldades.  


Quando robôs produzem e vivemos de renda mínima, quando preservar a natureza torna o trabalho mais caro para uma humanidade que decide o carbono zero, e a economia circular elimina super produção mas como viverá super populações ? E alguém me fala em gerir escolas e pensar a educação sem pensar e agir sobre essas questões estratégicas? 


Entram as questões políticas na teoria dos jogos educacionais. As regras de um novo leilão de métodos educacionais agora também tecnológicos ou algoritmos impactam no peso das questões na avaliação final, na leitura da íris, e na realidade ampliada como vivência em multiversos científicos cercados de pobreza, crime e mudanças climáticas. Qual a teoria de gestão para escolas ? talvez a mais adequada seja salvar vidas e o planeta. 


Aos poucos ou mesmos velozes temos que aprender a lidar com o complexo sistêmico de longo prazo ao invés do imediato fragmentado especializado . Deus Taylor , considerado científico e racional, tratava os movimentos das pessoas como máquinas e a vida como uma linha de produção de objetos e consumo. Às vezes esquecemos que em Roma, gladiadores matavam outros e aplaudimos, mas hoje o crime organizado toca fogo em pessoas dentro de pneus. Os espetáculos da violência para plateias educadas nos educa sobre a especialização na educação ou no mundo do trabalho. Sem questões éticas ou estéticas, a educação no nascimento do capitalismo, exclui os pobres, produz em escala assassinos, injustiças e desigualdades em nome de que ?


A gerência ganha vida para além do humano, separa concepção e execução, divisão do trabalho, autoridade, disciplina, unidade de comando, unidade de direção, subordinação dos interesses particulares ao interesse geral, centralização e descentralização variando de acordo com as circunstâncias, a hierarquia da organização administrativa herdada da organização militar, ordem como princípio de organização e método, e eqüidade e não unicamente justiça. Da empresa, aos governos, às escolas, às artes, às igrejas, e às relações com a natureza.


Produtividade e economia são os novos Sócrates a tudo eles perguntam porque ? Quem perguntar ser ou não ser ? é hora de enxugar os executivos e manda- los para gerenciar escolas ? Produtos e alunos padronizados avaliados pelo tempo de produção e notas em série. Chegou a hora dos fios do marketing se unirem à produção , todos viram marcas agora vendidas nas nuvens e redes sociais, os fios da financeirização tecem o mundo da especulação neo liberal , agora as escolas são vendidas na Bolsa ! Mas porque não exportam as escolas finlandesas ou de Emilia Romana?