SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

OS LIMITES DO DIGITAL E DA SALA DE AULA- 814 dias.



O que esta por trás de uma ideia ? um sonho, um amor, a luta por justiça social, a liberdade ? Uma mistura dos quatro ou mais ingredientes tocando juntos a sinfonia da vida.

Uma ideia nasce de nossa capacidade de enxergar os limites e as fronteiras de ser livre do que nos prende e impede de expandir nosso ser, amores, lutas, sociedades.. 

Uma ideia esta atrás do que denominamos talentos e dons; é diferente de jogadores que querem jogar apenas porque são donos da bola, políticos eleitos pela corrupção ou por cargos e favores que herdam da família, artistas que se projetam não pela arte e sim por rede de influências, ou seja jogos tristes, podres e vazios que tentam impedir que o talento possa emergir e contar sua historia, dom, ideia, arte.... mas não importa estes poderes, tente outra vez, durante todos os dias de sua vida. Uma ideia, um sonho, uma luta, liberdades que vale uma vida, quem sabe milhões de vidas.

  
Observei que o digital conquistava a imaginação das pessoas e rompia os limites que a realidade, através de podres poderes buscam destruir o que nos torna humano. 

Porém enxergo também os limites do digital que nos conecta, ensina, emociona mas que necessita de outros ingredientes para transformar o real . Da mesma forma que a sala de aula tem seus limites para ensinar pois a experiência nos transforma , transformando nosso corpo numa sala de aula. Aonde a razão e a pele se tocam, o coração sinfonia múltiplos sentidos,  a imaginação enxerga o presente para criar futuros.

Escolhi superar os limites do digital unindo com os limites da sala de aula para transformar o celular numa bússola  e as vivências nossos guias e destinos de aprendizado dançando com a vida. Afinal é nos sonhos, desejos, amores, lutas, liberdades que as ciências, as artes, as tecnologias e a educação se amam, pensam e lutam para serem livres transformando realidades e vidas com ideias. 


Desde Spinosa, Kant e Ludwig Wittgenstein se busca encontrar uma linguagem perfeita que ensine o homem sobre Deus, ética, o bem, o belo, a justiça social, a lógica da vida, axiomas perfeitos que nos façam pensar e agir corretamente mas descobrimos que nosso planeta não é único, que somos um animal consciente e inconsciente em evolução, e que talvez a Terra não precise de nós para continuar sua jornada e podemos ser extintos e superados pelos robôs que criamos. Apreendemos que nem tudo esta nas palavras mas sim no verbo que nos ensina a criar novas palavras, ideias, sonhos. 
   
Sim eu posso criar de baixo para cima uma economia que garanta a sobrevivência da humanidade organizada por uma moeda baseada em nossas capacidades de transformar a si e o mundo que vivemos ! Quantas terras conquistou hoje ? Quantos desafios coletivos ajudou a superar em rede com a colaboração de outras pessoas? Sim posso fortalecer laços sociais que compartilho digitalmente e presencialmente para construir outras sociedades ! Novas formas de ser, viver e governar! Sim precisamos de uma educação para além dos limites do digital e da sala de aula que pode nos ensinar a caminhar por novas experiências e vivências, que amplie nossos seres e transforme o mundo numa sala de aula! Sim somos capazes de ampliar nossos horizontes antes de escolher !  Sim somos capazes de nos auto governar ! Sim podemos usar a tecnologia para transformar nossa vida numa obra de arte ! Sim podemos unir a espiritualidade de nosso ser com a ecologia do planeta e apreender que não é apenas o digital que nos conecta e sim o planeta Terra ! Sim podemos amar ! 

Amar é quando aprendermos a enxergar os dons e liberdades que temos e com ele amar os dons e liberdades que outras pessoas possuem que nos tocam, despertam, completam e nos fazem enxergar muito além de nossos egos, vaidades, vazios, podres poderes e outras dores que ao invés de nos expandir nos reduzem a vidas tristes .

 

Foi esta jornada e busca que me levou a ideia do Game Terra da Sabedoria, uma soma de amores, sonhos, lutas e liberdades que durante toda a vida resolveram amar de forma livre outras ideias, sonhos, lutas, causas para juntos imaginar caminhos capazes de superar desafios coletivos enquanto transformamos nossas vidas e a sociedade em que vivemos.

Caminhos que podem e são inscritos durante nossa jornada de vida , ampliando nossas capacidades de fazer escolhas e nos auto governar, de cuidar de nossa saúde, espiritualidade, da nossa família e do planeta Terra quando apreendemos a criar ideias, a empreende-las transformando a economia, o trabalho e a tecnologia para fins pelos quais vale a pena lutar por eles; princípios e causas expressos pelo amor que temos a vida, as liberdades e ao planeta do qual somos meios de expressar dons e ideias que nos fazem divinos. Personagens de nossa própria historia de um pequeno grão de terra a Terra da Sabedoria . 


Sim no Jogo da vida não existe saltos mas passo a passo, e quanto mais apreender e expandir teu ser e horizontes, pode realizar melhores escolhas e aí sim saltar de fases, integrando o que uma área e expressão da vida pode ensinar a outra e ao todo.  

Sim o GAME TERRA DA SABEDORIA depois de muitas escolhas e fases nasceu e vai ser lançado depois de uma jornada de mil dias.  

    

terça-feira, 18 de junho de 2019

Bits, bytes, bjorks...




As salas oferecem uma progressão suave para quem nunca experimentou realidade virtual. A primeira, baseada na música "Stonemilker", resume-se à artista performando ao redor do visitante, "multiplicando-se" conforme canta seu desejo por "sincronizar nossos sentimentos". O cenário natural da fria Islândia ajuda a reforçar sua desolação. "Me mostre um pouco de respeito emocional", ela implora. "Black Lake", a sala/música seguinte, replica o clipe dirigido pelo artista Andrew Thomas Huang nas paredes de uma imensa caverna. Se você olhar para os lados, perceberá que nem sempre as duas versões do clipe oferecem as mesmas imagens - mas talvez perca de vista, à frente ou atrás, a metafóri... - Veja mais em https://urbantaste.uol.com.br/noticias/redacao/2019/06/17/bjork-como-voce-nunca-viu-virtual-intima-e-vulneravel.htm?cmpid=copiaecola

Em seguida, duas canções exibidas consecutivamente exigirão firmeza e abstração do visitante. "Quicksand" desfaz Björk em poeira cósmica, nebulosas e radiações. Flutuando no espaço, pela primeira vez você não terá um "chão virtual" para se orientar. Se o infinito do vácuo parecer amedrontador, prepare-se para o inverso em "Mouth Mantra", quando você será reduzido minusculamente e inserido na boca da cantora, em distorções orgânicas capazes de causar pesadelos - ou alguma claustrofobia. (Uma experiência mais íntima de Bjork do que entrar na própria Bjork? Impossível)... - Veja mais em https://urbantaste.uol.com.br/noticias/redacao/2019/06/17/bjork-como-voce-nunca-viu-virtual-intima-e-vulneravel.htm?cmpid=copiaecola

A aventura se encerra com uma vivência ainda mais avançada. Para as simulações de "Family" e "Notget", você fica de pé, com um pouco mais de liberdade de movimento e manoplas que replicam suas mãos na realidade virtual. Em ambientes quase alienígenas, dois novos avatares bjorkianos finalmente dançam. "Se me arrependo de nós, impeço minha alma de crescer. Não remova minha dor: é minha chance de me curar", conclui na letra.... - Veja mais em https://urbantaste.uol.com.br/noticias/redacao/2019/06/17/bjork-como-voce-nunca-viu-virtual-intima-e-vulneravel.htm?cmpid=copiaecola


domingo, 16 de junho de 2019

DEPOIS DO FIM DESTE MUNDO ! UMA NOVA ERA GEOLÓGICA NECESSITA UM NOVO SER HUMANO E CIVILIZAÇÃO.



Se toda a história da Terra fosse condensada em apenas um dia, estaríamos nos últimos 20 segundos.
Não se engane: não faz muito tempo que habitamos este planeta!

Mas o impacto que já deixamos por aqui é significativo.
Por isso, os cientistas Paul Crutzen e Eugene F. Stoermer dizem acreditar que vivemos numa nova era geológica, que chamam de Antropoceno.

Para eles, as atividades humanas, da agricultura ao desenvolvimento do plástico, do concreto e da energia nuclear, passando pelo aquecimento global, vem afetando a Terra de tal forma que criamos um novo período de tempo geológico.

Mas qual será o futuro do nosso planeta nesta nova era?



No ano que vem, geólogos do mundo todo devem discutir, e talvez chancelar, uma proposta que rebatiza a fase da história da Terra em que vivemos. Para os numerosos defensores dessa ideia, já estaríamos em pleno Antropoceno, a época geológica marcada pelos efeitos da ação humana sobre o planeta. Até que ponto essa redefinição é sólida e quais são suas implicações para o futuro da humanidade?

A história intelectual desse debate, que ainda está distante de terminar, é o tema do novo livro do economista José Eli da Veiga, “O Antropoceno e a Ciência do Sistema Terra”. 

Veiga, que é professor do Instituto de Estudos Avançados da USP e um dos grandes nomes do Brasil em pesquisas sobre desenvolvimento sustentável, produziu um volume de tamanho modesto que empacota boa parte dos conceitos-chave para entender como cientistas e ambientalistas passaram a conceber o funcionamento do planeta nas últimas décadas, bem como o impacto crescente de uma espécie, o Homo sapiens, sobre esse sistema planetário.

Existem muitas maneiras de contar essa história, e o especialista não se furta a explorar várias delas. Há, por exemplo, a influência da chamada hipótese Gaia, inicialmente formulada nos anos 1970 pelo britânico James Lovelock e pela americana Lynn Margulis.



Os dois postularam que o planeta se comportava de forma similar a um gigantesco organismo vivo do ponto de vista da regulação constante de seus parâmetros.

Segundo essa visão, Gaia estaria mantendo os parâmetros planetários dentro de fronteiras favoráveis à manutenção da vida. Ao chacoalhar os andaimes que sustentam esses parâmetros, a ação coletiva dos seres humanos poderia tirar Gaia de sua zona de conforto.

Hoje, é difícil achar cientistas que abracem uma versão “forte” da hipótese Gaia, com aspectos que beiram o místico. Por outro lado, cresce o consenso de que vivemos num mundo profundamente transformado pela chamada Grande Aceleração de meados do século 20 em diante.

Nesse processo, o Homo sapiens tem alterado radicalmente a composição da atmosfera e dos oceanos, produziu centenas de milhões de toneladas de compostos nunca vistos na natureza (como o plástico) e passou a se apropriar de cerca de metade de toda a biomassa produzida por vegetais terrestres.

Foi graças a essas transformações facilmente mensuráveis que se fortaleceu a proposta de rebatizar o período dos anos 1950 em diante (grosso modo) de Antropoceno, deixando para trás o Holoceno, período que começou há cerca de 11 mil anos, com o fim da Era do Gelo e a aurora da agricultura.

Os geólogos estão debatendo os métodos mais apropriados para localizar, em camadas de rocha, sedimentos marinhos e capas de gelo polares, o momento que será convencionado como o início oficial do Antropoceno.

Até aí, tudo faz sentido, diz Veiga, que aposta numa rápida oficialização do termo em 2020, apesar da oposição de alguns geólogos ao que enxergam como instrumentalização política do Antropoceno. O passo seguinte do autor, porém, é mergulhar numa das questões mais espinhosas da história recente da ciência: até que ponto já chegamos a uma revolução conceitual acerca do funcionamento do planeta como sistema único?

Essa era a promessa da chamada ciência do Sistema Terra, citada no título do livro. No fundo, é isso o que buscam alcançar organismos como o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), órgão ligado à ONU.



O problema é que, se ainda é difícil criar modelos matemáticos que consigam estimar com precisão o papel da atmosfera, dos oceanos e da cobertura vegetal no clima do futuro, engatinhamos no que diz respeito aos fatores econômicos, sociais e políticos.

E jaz aí a maior ironia: se já adentramos a Era do Homem, são justamente esses fatores humanos —difíceis de medir, rapidamente mutáveis e não lineares— as principais variáveis para prever o destino do “Sistema Terra”. 

O livro, portanto, é o relato de uma revolução conceitual incompleta e um chamado às armas, em certo sentido: achar métodos para fazer com que todas as peças —físicas, biológicas e humanas— se encaixem é essencial para traçar cenários do futuro e, se for o caso, tentar evitá-los.

Sigmund Freud certa vez disse que a humanidade cresce quando cai do pedestal, quando é atingida em suas feridas narcísicas. Segundo ele, isso havia acontecido com Galileu Galilei (a Terra é um pequeno ponto entre bilhões e bilhões de galáxias), com Darwin (somos parte da história da evolução pela seleção natural) e com ele mesmo, Freud (o inconsciente nos move mais que os processos mentais conscientes).

Stephen Jay Gould, o grande paleontólogo e divulgador da ciência no século XX, acrescentou: “Agora está na hora de cairmos de um outro pedestal, com a descoberta do tempo longo.” De fato, a humanidade é muito poderosa no seu tempo curto, mas não tem poder algum no tempo longo da natureza ou no tempo longuíssimo do Cosmos. Na escala temporal do planeta, de centenas de milhões de anos, a humanidade é completamente impotente para gerar dano significativo à natureza. Para ilustrar, basta lembrar que há 65 milhões de anos, quando o asteroide caiu na península de Yucatán, no México, dando o golpe final no processo de extinção de espécies iniciado alguns milhões de anos antes, gerou um impacto muitas e muitas vezes superior a todo o arsenal nuclear hoje existente.



Mas essa não foi a única perda de biodiversidade em grande escala na história: entre as várias existentes, cinco são conhecidas como as grandes extinções. Esta a que nos referimos foi a grande extinção do término do Cretáceo, famosa por ter tido sua principal causa descoberta, o asteroide, e também pelo conhecido fim dos dinossauros – exceto de seus descendentes voadores, as aves. Agora, se compararmos os poderes destrutivos da humanidade à grande extinção do fim do Permiano, por exemplo, que há cerca de 235 milhões de anos causou o desaparecimento de 10% das espécies marinhas e 70% dos vertebrados terrestres, nota-se como a força humana fica ainda mais reduzida.

E se acrescentarmos o fato de estarmos no topo da cadeia alimentar, deduz-se facilmente qual seria o desfecho da humanidade no caso hipotético de que ela presenciasse qualquer um desses eventos. Mesmo com todas as forças e poderes de que dispomos hoje, certamente não sobreviveríamos. Assim, mesmo que a humanidade tenha desenvolvido um ingênuo sentimento de onipotência, graças ao aumento do seu poder sobre a natureza, na escala do tempo longo o Homo Sapiens não tem força ou capacidade para gerar um dano notável ao planeta. Provocaríamos, no máximo, mais uma grande extinção, ao final da qual uma nova era, com uma nova biodiversidade, surgiria (calcula-se entre 5 e 10 milhões de anos o tempo de recuperação da natureza após cada uma das cinco grandes extinções).

A consciência e a preocupação com o meio ambiente não deveriam, portanto, ser vistos como mera decorrência de uma postura paternalista em relação ao meio natural, mas, ao contrário, como fruto do reconhecimento de nossa impotência e dependência com relação à casa onde moramos, a Terra.
  
O risco de extinção que pesa sobre o futuro diz respeito menos à natureza do planeta que à humanidade.



Se nos perguntamos qual a extensão e a profundidade do risco a que está sujeita a civilização, a resposta é limitada: até onde é possível saber, não se configura uma perspectiva de apocalipse ou catástrofe insuperável. Mas é justamente por não se saber ao certo “até onde é possível saber” que não podemos nos tranquilizar. A incerteza deveria ser o indicativo suficiente de que estamos num caminho insustentável para o desenvolvimento da espécie humana.

A avaliação que permitiria entender se o rumo atual da humanidade é ou não sustentável deveria ser feita no contexto de uma análise de risco essencialmente igual à que cada indivíduo utiliza no seu dia a dia, ou à que empresários utilizam ao tomar decisões relacionadas a seus negócios.

A perspectiva da insustentabilidade se confirmaria não apenas pelo que sabemos, mas, sobretudo, pelo que não sabemos. Em sua dimensão conhecida, as estatísticas tornam a crise ambiental do século XXI evidente. Indicadores sugerem cenários com forte tendência à degradação da capacidade de renovação natural dos serviços fundamentais à qualidade da vida humana em velocidade condizente com as taxas previstas para sua utilização (clima, água doce, solos férteis, biodiversidade).

Entretanto, pouco sabemos sobre a liberação de metano que o aquecimento global pode provocar no solo congelado da Sibéria, conhecido como permafrost, onde são imensos os estoques desse poderoso gás de efeito estufa. Tampouco conhecemos a fundo a dinâmica dos mantos de gelo da Groenlândia e da Antártida, o que é determinante para os cenários de elevação do nível do mar. Da mesma forma, somos ignorantes sobre a resiliência do atual equilíbrio ecológico e a taxa brutal de extinção das espécies. Como se vê, podemos estar gerando processos irreversíveis que trariam consequências potencialmente catastróficas para a civilização e a espécie humana. Para qualquer mentalidade racional, o princípio da precaução é imperativo aplicável.

De outro lado, pode-se afirmar que o modelo de desenvolvimento atual é insustentável, pois não apenas desconhecemos o verdadeiro significado do conceito de “desenvolvimento sustentável” como não sabemos medir a noção de sustentabilidade com precisão. Há muitos esforços importantes sendo despendidos para que nos aproximemos de melhores mensurações da ideia de sustentabilidade. A medição do Produto Interno Bruto (PIB) dos países está sob implacável crítica por suas grandes fragilidades. A forma insuficiente e equivocada com que os recursos naturais são considerados nas contas nacionais é uma das principais razões dessa crítica. Também a Comissão de Estatística das Nações Unidas tem promovido, com instituições nacionais, a elaboração de uma família de indicadores de desenvolvimento sustentável. Enfim, muitos indicadores sintéticos e outras formas de avaliar a sustentabilidade do desenvolvimento atual estão sendo aprimorados.


Por esses motivos, uma reflexão profunda sobre a expressão “desenvolvimento sustentável da humanidade” é a maior riqueza que os seres humanos podem ter hoje em suas mentes e corações. Caberia a nós problematizar essa expressão em todos os seus termos – humanidade, desenvolvimento e sustentável –, uma vez que o conceito ainda soa como uma rica incógnita a ser explorada.

Do termo “humanidade” deve-se dizer que esta só existe em abstrato. O que existe na realidade concreta e faz parte da constituição, inclusive genética, do Homo Sapiens são os clãs, as tribos, as nações. Um homem que pense, tome decisões e aja em função do destino futuro, não imediato, da humanidade já será um humano diferente, reconstruído pela cultura em relação aos humanos de hoje.

Quanto a “desenvolvimento”, lembremos que a identificação entre esse termo e crescimento econômico, avaliado quantitativamente, foi apenas o produto de uma época histórica em fase de superação. A inclusão de objetivos mais amplos na perspectiva humana, como expresso no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH – criado pelo Prêmio Nobel de Economia Amartya Sen), é um grande avanço, mas ainda não incorpora os desafios maiores da questão do desenvolvimento sustentável. Finalmente, o significado de “sustentável” vai além de algo apenas duradouro, como o senso comum costuma entender, e significa muito mais que o compromisso com as futuras gerações. Do mesmo modo que a consciência humana, o termo “sustentável” diz respeito ao tempo, não o tempo curto – o da espécie humana –, mas todos os tempos, inclusive o longo – o do Cosmos. E o que distingue os humanos na natureza senão a consciência?

A onipotência de uma humanidade que vive ainda sua infância e que desconhece, como sociedade, a existência de limites, precisaria ser superada. A civilização humana precisaria ser mais “consciente”.



Até pouco tempo, a expectativa de vida dos seres humanos era baixa e nosso impacto ecológico era restrito tanto no que se refere ao espaço quanto ao tempo. No período anterior à Revolução Industrial, quando se deram os primeiros impactos relevantes da ação humana sobre o planeta, as consequências foram locais: espaços insalubres, rios poluídos, o ar das cidades contaminado. Com o crescimento econômico, as consequências se tornaram regionais: toda uma bacia hidrográfica prejudicada, um bioma inteiro (como a Mata Atlântica) devastado. Há cerca de cinco décadas essa escala se alterou e as agressões ambientais tornaram-se planetárias. Agora nosso impacto é global e suas consequências se estendem por séculos. Hoje, por tamanha alteração na paisagem do planeta decorrente das ações humanas, consagra-se na ciência o termo Antropoceno para designar a atual era geológica.

Se nos últimos trezentos anos houve um desenvolvimento extraordinário que aumentou a expectativa de vida, reduziu a mortalidade infantil, educou populações, diminuiu a violência e fez aumentar em muito o bem-estar do ser humano, devemos estar atentos aos numerosos problemas não resolvidos: a pobreza de bilhões de pessoas, a enorme desigualdade, a permanência de inúmeras agressões aos direitos humanos fundamentais, a existência de países onde não há liberdade democrática e, ainda, a permanência da discriminação étnica, por orientação sexual ou de ideias, incluindo crenças religiosas ou ausência de crenças.



Há muitos esforços importantes sendo despendidos para que nos aproximemos de melhores mensurações da ideia de sustentabilidade. A medição do Produto Interno Bruto (PIB) dos países está sob implacável crítica por suas grandes fragilidades.
Em resumo, nessa balança, em que pesam avanços extraordinários e questões fundamentais não resolvidas, acrescenta-se, afinal, o outro tema que estará no centro da história do século XXI: a crise ecológica global e o desafio de se construir uma civilização fundada no desenvolvimento sustentável.

Por conta do impacto da crise ecológica global sobre a economia mundial e, principalmente, sobre o bem-estar e a liberdade das pessoas, em especial das centenas de milhões mais pobres, vulneráveis e sem recursos de defesa, a espécie humana enfrentará nas próximas duas décadas desafios que podem ser considerados inéditos, se tivermos em vista os termos do horizonte temporal em que serão feitas nossas escolhas. Em quanto aqueceremos a temperatura média do planeta no futuro (entre 2 e 5 graus Celsius)?; provocaremos imensas mudanças climáticas?; que percentual (entre 10% e 30%) das espécies vivas no planeta serão extintas para sempre?



A escolha é nossa e deve ser feita agora: ou seremos uma humanidade que permanecerá na desmedida e no egoísmo da “infância” ou ampliaremos nossa consciência no tempo, gerando uma revolução do pensamento tal como aquela que o Renascimento representou para a história.

O conceito de sustentabilidade nos remete assim à necessária expansão das fronteiras do tempo, à ampliação das categorias temporais com que costumamos considerar as gerações do futuro, mesmo as mais distantes. Como observou notavelmente o escritor Jean-Claude Carrière, o termo “desenvolvimento” é etimologicamente inequívoco em várias línguas. Desenvolver não significa apenas “ampliar, crescer”, mas sim “des(fazer) o que está envolvido”; ou “‘des(arrolar) o que está arrolado”; ou ainda, em francês e inglês, “développer/to develop”, isto é, “des-envelopar”. Trata-se, portanto, de um processo no qual um potencial que está contido, preso em determinadas circunstâncias da história, é libertado. Ou seja, trata-se de um processo definido pelo tempo.

A escolha é nossa e deve ser feita agora: ou seremos uma humanidade que permanecerá na desmedida e no egoísmo da “infância” ou ampliaremos nossa consciência no tempo, gerando uma revolução do pensamento tal como aquela que o Renascimento representou para a história.

Para Santo Agostinho existiriam três tempos: o tempo presente das coisas presentes, o tempo presente das coisas passadas e o tempo presente das coisas futuras. À nossa espécie caberia agora o maior desafio do século XXI: construir um ser humano capaz de ser, ver e agir por todos esses tempos.

A questão do desenvolvimento sustentável se confunde então com a questão da consciência humana. A pergunta “O que é o desenvolvimento sustentável?” poderia ser lida também na pergunta “Quem é o ser humano?”. E a resposta para a pergunta sobre o que poderá ser o desenvolvimento sustentável poderia ser também a resposta sobre quem será o humano do amanhã que o próprio ser humano construirá.

Por isso necessitamos de uma Nova Escola e Universidade.



sábado, 15 de junho de 2019

EXÉRCITOS DE HOMENS SÓS NO MEIO DAS MULTIDÕES EM BUSCA DO BEM COMUM.




A Democracia emerge e se aprofunda pela consolidação de várias verdades que precisam ser ditas e práticas políticas de pessoas de setores e gerações diferentes  da sociedade.  Elas ocupam diversos lugares que impactam a política e a sociedade de diversas formas e influenciam presencialmente e pelas redes sociais milhões de trajetórias de vidas para compreenderam como funciona o mundo político, a corrupção, as ditaduras que impactam de diversas formas suas vidas; visando se libertar das oligarquias, elites e gangues partidárias que se perpetuam e vivem do Estado Público. 

Algumas praticas políticas se perpetuam por um tempo, até nas ditas esquerdas e são absurdas, quando por exemplo a Prefeita de Fortaleza , Luizianne Lins, convidou o pai de seu filho, Sergio Novaes , para dividir o comando da Prefeitura de Fortaleza; assim como o Deputado Guimarães, irmão do ex Deputado Federal e fundador do PT, Genuíno, ajudou a eleger Salmito, pois os três foram criados pelo mesmo Pai. Nunca li nos livros de História da Revolução francesa que Robespierre era irmão de Danton, ou seja que os líderes eram parentes, nem que Lenin era irmão de Trotsky ou Stalin. 


É absurdo ver que membros de gangues partidárias façam tudo para chegar no poder, através do que muitos chamam de Partidos ou Vanguardas, mas que resultaram não em Democracias mas em Ditaduras, corrupção, massacre de milhões de pessoas que pensam suas vidas e o mundo de formas diferentes. Lógico incluindo as questões econômicas, sociais, gênero, raça, sexo e outros. Essas questões essenciais que movem a politica nunca poderão ser controladas nem pelos dogmas muito menos pelo tais comandos partidárias, elas precisam de liberdade para expressar e não ficar reféns de projeto de poderes e sim de construir projetos de sujeitos e sociedades. 


Por isso as vozes de homens livres são essenciais para Democracia para nos libertar do domínio histórico de Oligarquias, gangues partidárias e Elites.

Neste sentido as verdades ditas pelo Deputado Estadual Andre Fernandes na Assembléia são importantes, apesar de sua pouca idade, elas nunca foram ditas de forma tão clara e enfática na História da Assembléia Legislativa do Ceara. Por exemplo que não se investiga Corrupção no Ceara, assim como foi na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro governada pelo Sergio Cabral. Disse que ali funciona um jogo de xadrez que os Deputados silenciam sobre os atos e absurdos cometidos pelo Governo. " Não vivemos num Estado Democrático,  " ele disse. É IMPORTANTE frisar que André Fernandes não foi eleito como a maioria dos Deputados estaduais daquela casa que fazem parte de famílias e oligarquias políticas comandadas pelo Coronel Ciro Gomes. Famílias que herdam prefeituras, cargos e orçamentos públicos há décadas, mudando de partidos e aliados sempre para permanecer no poder e talvez por isso se calem para corrupção ? Como Andre Fernandes disse " Os Deputados estão sendo controlados é algo obscuro ".

Famílias como Benevides que o pai Mauro era Deputado Federal, o filho Deputado estadual e várias vezes Secretário da Fazenda dos Ferreira Gomes e agora o neto se mudou para cidade de Redenção para ser Prefeito. Deputados que o Governo privilegia em detrimento da Democracia e inviabiliza o surgimento de novos líderes locais, tornando a população reféns das famílias, devido as brutais desigualdades que sofrem. 

Impera no Ceara " O Movimento TODOS CALADOS PARA CORRUPÇÃO ", quando no mesmo Governo do Estado tem membros do PT, PDT, PSB, PSDB, PMDB, e uma dezena de partidos com cargos no Governo. Eleitos com campanhas milionárias apesar da pobreza do Estado, muitos enricam pela política incluindo empresários que também se calam com incentivos fiscais e contratos públicos, assim como a mídia e outros poderes. 


família do Deputado Sergio Aguiar, filho do ex- Governador Chico Aguiar e esposo da Prefeita de Camocim. Podemos falar das outras  famílias na politica como Domingos Filho, Zezinho Albuquerque , Santana e outras que acompanham há décadas e formam o Grupo de poder dos Ferreira Gomes que é uma Oligarquia vivendo do Estado. 


E que agora o Prefeito Roberto Cláudio jr e Ciro Gomes do PDT buscam se aproximar do Governo Federal de Bolsonaro dando o título de cidadã de Fortaleza a " Michelle Bolsonaro " esposa do Presidente e convidando para visitar projetos da Prefeitura. Como sempre a Oligarquia se aproxima de quem estiver no poder para manter seus feudos, independente de partido como tem feito desde a Ditadura, Itamar, FHC, Lula, Dilma, e agora Bolsonaro. Durante a Trajetória política, Ciro Gomes, elogiou para se aproximar de Temer, Aécio, Lula e depois bate sem nenhum compromisso com a verdade, a Democracia e boas práticas politicas. 


É diferente da Trajetória do Deputado Andre Fernandes que foi eleito com seus votos conquistados pelas redes sociais, suas verdades se somam as ditas pelo Deputado Federal Capitão Wagner e Deputado Estadual , Soldado Noélio, que também enfrentam a Oligarquia Ferreira Gomes. Eles foram eleitos pela liderança de uma Greve na luta por melhores condições de trabalho e melhorar a Segurança. Ambas trajetórias, praticas e verdades se somam a Luta contra corrupção do Deputado Heitor Ferrer que denunciou e nunca foram investigados as Corrupções no Governo dos Ferreira Gomes como : Aquário, Tatuzões, Obras da Copa, Consignados, JBS e outras. A Luta de Heitor Ferrer se soma a da médica Mayra Pinheiro que emergiu na Democracia denunciando e lutando contra os absurdos cometidos na área de Saúde dos Governos da Oligarquia Ferreira Gomes inclusive com Ciro Gomes sendo Secretário de Saúde. 


Esses homens e mulheres livres que buscam Renovar a politica no Ceara comandada ha décadas pelo Coronel Ciro Gomes, são exércitos de homens e mulheres sós, mas são milhões no Ceara. A Grande maioria sem ter como expressar suas vozes e liberdades pois os Ferreira Gomes usam a força para se manter no poder a qualquer preço, cooptando partidos com cargos públicos, perseguindo os que pensam diferente, para evitar que novos lideres surjam, investiguem eles e tirem as famílias do poder que nunca viverem do mercado ou da Democracia.   





   
Nesta jornada política encontrei vários desses homens e mulheres simples lutando sem vir de famílias politicas, elites ou gangues partidárias na busca desse bem comum. Lembro na época do Grêmio do Cearense que Marcelo e Renato Roseno faziam parte, tinha Luís Claudio no Grêmio do GEO, Robson Loureiro no Farias Brito, e Peralta já fazia suas loucuras no movimento estudantil, assim como tinha Gerson e Ronivaldo na UMES já juntos com Luzianne Lins e Renato Roseno ambos do PT.  Estudava também na Escola Técnica aonde tinha Paulão hoje na Guarda Municipal, Afonso depois Secretário de Juventude da Loura, que ajudei a pedido do Movimento Hip Hop, a trazer o dinheiro dos Cucas atuando pela Cooperação Internacional no Banco Mundial. Nas lutas estudantis lembro de vários como o atual Vice Reitor da UFC Custodio que era do PLP, depois apoiou a Monarquia, e Leo hoje um dos melhores Professores da Sociologia da UFC que ensina meu filho. 


No PSDB fui o segundo Presidente Nacional da Juventude convivi com a geração que chegou ao poder em São Paulo e no Brasil. Eles ocuparam vários cargos do poder, mas eu sai na Convenção que apontou FHC como candidato a Presidente. Eu era contrário a aliança que Tasso fez com ACM, Sarney e outros Coronéis Nordestinos. Eu era próximo a Montoro, Doutor em Direito e Filosofia, hoje sou amigo de Andre Montoro seu neto e as novas gerações.  Nas empresas juniores convivi com vários jovens empreendedores, hoje Deputados Estaduais e Federais por vários partidos incluindo o Novo. Na Administração da UECE conheci e fizemos vários projetos juntos com Aurísio Freitas, hoje consultor internacional de marketing politico, que também fez parte da coordenação da campanha do Senador Eleito Eduardo Girão, meu amigo de projetos sociais e filmes há 15 anos. No Curso de Administração da UECE lideramos CA e ONGS com Josbertini Clementino que depois foi Secretário de Desenvolvimento Social do Governo do Ceara e me acompanhou no Banco Mundial e outras organizações da Sociedade civil que fundei, depois me seguiu no PDT levando outros jovens na época incluindo Júlio Brizzi, atual Secretário de Juventude da Prefeitura de Fortaleza. No PDT assessorei os Deputados Heitor Ferrer e Andre Figueiredo, acompanhei o Senador Cristovam Buarque na liderança no Movimento Educacionista e fui expulso pelo PDT por denunciar corrupção no Ministério do Trabalho, o que depois foi provado.  


Na Ashoka convivi, liderei e compartilhei desafios com muitos lideres da Sociedade civil como Dora Andrade da EDISCA, Joaquim do Banco Palmas, Johnson Sales do Movimento Hip Hop, Manoel Andrade do PRECE, Rodrigo Brito da Aliança Empreendedora, Willy Pessoa e Tarcio Handel da Agencia Mandalla que depois foi Secretário da Fazenda e Planejamento do Governo da Paraíba, e muito outros fellows que indiquei no Brasil e também em outros países que ganhei prêmios. 


No Banco Mundial junto com Dorte Verner e Erik Alda no BID convivi com muitos Governadores, Economistas e a equipe internacional do Banco. Atuei no Gabinete do Governador com Ivo Gomes cumprindo uma agenda da sociedade civil junto com outras ONGs e realizamos com a ONU sobre a liderança de Ieva Lazarevictzu, do Embaixador da ONU no Brasil Jorge Chadiek e Maria Celina Arraes, que foi Diretora do Banco Central, a Primeira Feira do Conhecimento da ONU no Brasil. 



Enfim são esses homens, mulheres e muitos outros nas Empresas Brasileiras ou multinacionais que trabalhei como executivo ou nas Universidades brasileiras que estudei e palestrei; ou com Professores e estudantes de Universidades Americanas que também palestrei e acompanhei pesquisas junto com Bil Calhoun, ou artistas que pude conviver no curso de cinema e produção de filmes;  as vezes exércitos de homens sós, outros membros de partidos, oligarquias ou elites que pude apreender sobre as palavras, discursos e praticas na Democracia em busca de liberdades , do bem comum, de projetos de sociedade e não de poder. 

Talvez por isso nunca tive a oportunidade de assumir uma Secretaria ou área dos Governos visando desenvolver melhores políticas públicas. Apesar de ter dedicado a vida em vários setores da sociedade com vários líderes, construindo projetos inovadores que tivessem mais impacto e menor custo do que as atuais políticas públicas.  


As politicas públicas tem sido usadas pelas oligarquias, gangues partidárias e elites para inviabilizar a Democracia e manterem seus privilégios e feudos, as custas das vidas, mortes e brutais desigualdades sofridas pelo povo cearense, nordestino e Brasileiro assim como de outros países que dialogamos sobre novas formas de ser, viver e Governar.   

Não importa se só tocam
O primeiro acorde da canção
A gente escreve o resto em linhas tortas
Nas portas da percepção
Em paredes de banheiro
Nas folhas que o outono leva ao chão
Em livros de histórias seremos a memória dos dias que virão
Se é que eles virão

Não importa se só tocam
O primeiro verso da canção
A gente escreve o resto sem muita pressa
Com muita precisão
Nos interessa o que não foi impresso
E continua sendo escrito à mão
Escrito à luz de velas quase na escuridão
Longe da multidão

Somos um exército, o exército de um homem só
No difícil exercício de viver em paz
Somos um exército, o exército de um homem só
Sem bandeira
Sem fronteiras
Pra defender
Pra defender

Não importa se só tocam
O primeiro acorde da canção
A gente escreve o resto e o resto é resto
É falsificação
Sangue falso, bangue-bangue italiano
Suíngue falso, turista americano
Livres desta estória, a nossa trajetória não precisa explicação
E não tem explicação

Somos um exército, o exército de um homem só
No difícil exercício de viver em paz
Somos um exército, o exército de um homem só
Sem bandeira
Sem fronteiras
Pra defender
Pra defender

Não interessa o que o bom senso diz
Não interessa o que diz o rei
Se o jogo não há juiz
Não há jogada fora da lei
Não interessa o que diz o ditado
Não interessa o que o Estado diz
Nós falamos outra língua
Moramos em outro país

Somos um exército, o exército de um homem só
No difícil exercício de viver em paz
Nesse exército, o exército de um homem só
Todos sabem
Que tanto faz
Ser culpado
Ou ser capaz
Tanto Faz...

terça-feira, 4 de junho de 2019

MAESTRIA EDUCACIONAL E CIDADES EDUCADORAS.



Eu poderia citar autores que amo muito visando fundamentar esses conceitos e praticas de educadores, mas talvez abordar as trajetórias de educadores atuando em suas escolas seja mais interessante. 

Lembro de Jacques Ranciére autor do livro " Mestre ignorante " que aborda um caso pratico de um educador que sem saber falar uma língua estrangeira, consegue ensina-la através da tradução de livros feita pelos próprios alunos, ou seja, eles mesmos se ensinam. Enquanto o maestro observa a música do aprendizado, tocar através de sua linda orquestra de alunos. Ele também é autor do livro " O espectador emancipado" , apesar  de falar de arte,  nos lembra que o espectador não quer apenas bater palmas.  Ele quer subir no palco, apresentar sua arte e ser aplaudido. Alguns educadores já compreenderam isso, são os nossos Maestros educacionais, que os alunos apreendem por si e querem palmas, outros infelizmente ainda não. Principalmente na era da internet, Big Data e inteligência artificial aonde estes processos vão se integrar e acelerar a difusão do conhecimento. 



Temos que também saber tocar à imaginação que ate a neurociência compreendeu seu papel, ao antecipar futuros nos permite ampliar a razão e uma visão sistêmica muito além do quadrado que busca reduzir os seres humanos a tristes disciplinas.  É preciso imaginar um nova escola, outro jardim do Éden de uma nova civilização, unindo as humanidades com ciências, ecologia e tecnologia para lidar com desafios  globais.

Devo falar do papel essencial em desenvolver experiências e vivências na jornada educacional para além da escola, que impacte as vidas dos alunos e a cidade onde mora. Desde Espinosa ate os dias de hoje com Foucault e Deleuze ampliar as expressões do ser, afirmando suas singularidades, e o ensinando a desconstruir saberes e poderes, é uma caminho para cuidar de si e se auto governar para que com suas capacidades criticas e criativas se libertar de dogmas, métodos e ideologias que reduzem sua capacidade de ver o mundo em várias dimensões e ter uma visão sistêmica e não fragmentada.   


Maestria educacional significa que quanto mais o gestor compreende as singularidades, dons, diversidade e complexidades dos seus alunos e professores em seus caminhos de aprendizagem ; e os desafios que eles enfrentam na vida e no mundo. Mais instrumentos ele tem para gerir e melhorar os resultados da escola.

Tem aluno que aprende mais se inserir na pedagogia ingredientes de arte é o nosso caso na Educação, outros através da tecnologia ou esporte e por incrível que pareça a espiritualidade impacta para muitos no estudo.


Portanto a maestria educacional necessita que o currículo e o ambiente gerado pela escola dance com a cidade, suas oportunidades e desafios, e a família formam juntos um ecossistema educacional.

Transformar a educação numa música e cada aluno e professor em instrumentos, visando tocar e gerir a escola com maestria é uma competência essencial de um educador. Seu legado são seus alunos e o desenvolvimento de capacidades para transformar suas vidas e empreender seus sonhos. Uma jornada de aprendizagem  e desenvolvimento das competências do gestor, visa ter uma maestria educacional capaz de transformar a escola e a cidade educadora, visando os dons dos alunos e professores, arte, tecnologia,empreendedorismo e outros. 


Necessitamos cada vez mais de uma educação para ensinar amar uns aos outros e não armar uns aos outros. Lutamos por uma Educação sem fins lucrativos. Ao invés desse foco míope nas competências lucrativas que corroeu nossa capacidade de criticar autoridades, reduziu nossa sensibilidade pelos marginalizados, e por aqueles que são diferentes de nós e prejudicou nossas competências para lidar com problemas complexos globais. E a perda destas capacidades básicas põe em risco a saúde da democracia e a esperança de um mundo melhor para todos.


Eu pude apreender observando a jornada de Diretores de escola que através de sua trajetória de vida e o desenvolvimento de suas competências são Maestros educacionais. Eles transformaram a gestão de suas escolas numa música orquestrada pelos dons dos alunos e professores e assim melhoram seus resultados em notas, mas também impactam a vidas dos alunos de diversas formas criando momentos mágicos e únicos. Essa orquestra nos lembra Pink Floyd ao derrubar com tijolos as paredes da escola, eles conectam cada vez mais aos desafios de suas cidades e do mundo. Os alunos se transformam em educadores e iluminam novos caminhos para futuras gerações.



O Diretor da Escola Profissionalizante Marta Giffoni, Toinho Nascimento, nasceu na Lagoa dos Caboclos, uma comunidade distante da cidade de Acarau com 400 moradores que vivem da agricultura. Ele foi o único a querer seguir o caminho da educação ou seja estudar , e por esta escolha era ironizado por seus parentes e vizinhos da comunidade. Se transformou em professor de matemática, atuou na Fundação Lemann e virou Diretor da Escola Profissionalizante, se tornou herói em sua comunidade, isso é apenas o começo de sua jornada.


Transformou alunos e professores considerados as ovelhas negras da família e da escola em talentos que ajudam hoje a transforma-la num lugar de excelência, em áreas fundamentais para a gestão e os resultados que a escola alcança . Democratizou as decisões da escola dialogando com alunos e professores de sala em sala, criando uma identidade e planejamento compartilhado.  Realizando uma transformação social que ele mesmo viveu através da educação que é a razão e a paixão principal de sua vida. Ela esta na mente , no coração e nas pernas que geram atitudes. 


Atitudes como valorizar o nome e a identidade da escola através de uma campanha de marketing e a presença efetiva nas redes sociais difundindo suas conquistas. Engajamento da equipe com focos em resultados, conseguindo melhorar a pontuação no IDE médio. 76 alunos que passaram na Universidade, sendo uma delas a primeira a passar em Medicina, sendo a única na região de 7 cidades e o primeiro lugar em Engenharia Civil.  Algumas destas ações com amplo impacto social na vida dos alunos que agora buscam ser escalonadas na cidade em Parceria com a Prefeitura através do Programa Cidades Educadoras. Ele esta liderando com o Prefeito, Empresários, Comunidades, ONGs e outros lideres. A articulação dessa rede que também envolve o Banco do Nordeste, Governo do Estado e Federal visa gerar oportunidades de trabalho e vida para os jovens,  ampliando seu seres, educação e experiências; além de investimentos na cidade em empresas, meio ambiente, tecnologia, arte e outros.  


Toinho Nascimento procura encaixar soluções e startups dos alunos nestes grupos de trabalho em parceria com outros setores, gerando o planejamento estratégico da cidade que nasce a partir de um ecossistema educacional.      

Como ele sempre diz em suas falas " dá o mesmo trabalho sonhar grande e pequeno ". Ele apreendeu com o trabalho da Fundação Lemann a sonhar grande e transformou este sonho numa jornada, aonde passo a passo executa com excelência em sua escola, uma estratégia ousada que observa a vida de cada aluno se comprometendo com ela muito além da escola, procurando colaborar na transformação de suas vidas e das cidades onde moram.  

Um maestro educacional que transforma a gestão em arte e inspira outros educadores a seguir essa jornada. A escola alem de ensinar, transforma seus alunos em profissionais qualificados para se inserir no mercado de trabalho e se tornarem cidadãos para vida. 


Enquanto isso na cidade ao lado de Cruz, a Mestre em História e Educadora, Gleiciane Freitas, Diretora da Escola de Ensino médio São Francisco da Cruz. Ela estudou na mesma escola aonde hoje dirige sendo filha de uma professora que lhe ensinava contando histórias. A escola atende uma população de jovens mais carentes em tudo desde alimentação, habitação, saúde, oriundos de famílias desestruturadas, vivendo na miséria em várias comunidades com graves problemas sociais e ambientais. Eles representam a maioria do povo cearense que vivem em condições semelhantes. 


Olhando para o contexto ela desenvolveu metodologias inovadoras que lidam com estes problemas, encaminhando demandas, buscando caminhos para que os jovens apoiem uns aos outros que enfrentam dificuldades e preconceitos semelhantes em relação a sua cor, sexualidade, participação cidadã e outros.  


São grupos de trabalhos e espaços de reflexão que ao discutir estas temáticas, propor ações e atitudes busca salvar vidas e melhorar as condições em que vivem.



Enfim da soma destes modelos emerge uma Cidade educadora com Co workings para apoiar startups e pequenas empresas, planejamento urbano, games, laboratórios de inovação cientifica, aulas em campo potencializando saberes de diversos setores da sociedade, somado com metodologias que lidam com os problemas, desafios e demandas sociais buscando gerar ações de conscientização e apoio entre os jovens.  


Estas melhores praticas juntas formam uma proposta de flexibilização do novo ensino médio gerando itinerário formativo baseado em projetos de vida (Expectativas para o futuro) com processos criativos, empreendedorismo, investigação cientifica, mediação cultural e socialização  . Juntos a CREDE do Acaraú dirigida pelo Professor Paulo Sergio Fontenele se torna uma importante referência, embaixador e articulador destas transformações no Ceara e no Brasil. 




Contemplo o rio, que corre parado
E a dançarina de pedra que evolui
Completamente sem metas, sentado
Não tenho sido e eu sou não serei nem fui
A mente quer ser, mas querendo erra
Pois só sem desejos é que se vive o agora
Vede o pé de ypê, apenasmente flora
Revolucionariamente
Apenso ao pé da serra