SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

domingo, 28 de agosto de 2022

Pandemia antecipa redução da população




Agência O Globo

| 28/08/2022 07:28


A população vai envelhecer e diminuir antes que tenhamos chegado a um padrão de bem-estar social elevado e ao futuro promissor esperado. A pandemia deixou sua marca, com quase 700 mil mortos, antecipando a redução populacional para o fim desta década, nos cálculos da pesquisadora Ana Amélia Camarano, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. 


Pelas estimativas anteriores, esse encolhimento só aconteceria na segunda metade da década de 2030. E essa população menor estará mais velha: um em cada quatro brasileiros terá 60 anos ou mais em 2040. 


A gigante parcela de mão de obra jovem que marcou o Brasil durante as últimas décadas vai diminuir em todo o país, inclusive no Norte, a mais jovem das regiões. Daqui a 20 anos, não teremos conseguido erradicar a miséria, ter a totalidade dos adolescentes no ensino médio ou superior e seguiremos como um dos países mais desiguais do mundo.


Longe da OCDE 

Especialistas que fizeram as previsões para o Brasil daqui a 20 anos, tomando por base o desempenho nas últimas décadas, alertam que, se não acelerarmos o investimento em educação e no combate à desigualdade, continuaremos com mazelas há muito superadas no mundo desenvolvido, tendo que aumentar recursos para saúde, já que teremos 26,5 milhões de pessoas com 70 anos ou mais em 2040. 

"Com mão de obra menor, ela precisa ser altamente qualificada e ter investimento em inovação e desenvolvimento tecnológico, para aumentar a produtividade, para compensar", afirma Ana Amélia.

 

Ter mão de obra mais bem formada, com salários mais altos, ajudaria no financiamento da Previdência Social, uma questão crucial quando 25,7% da população terá 60 anos ou mais, diz Ana Amélia. Atualmente, para se aposentar, as mulheres precisam ter 62 anos e os homens, 65 anos:


"Já que teremos menos gente demandando educação, é possível melhorar a qualidade. E não é só isso. As crianças que estão nascendo são, em sua maioria, de famílias pobres. Tem que investir em saúde e nutrição, focar nessas crianças. E atacar a mortalidade alta de jovens e jovens negros. Estamos perdendo população jovem porque não está nascendo e pela morte precoce


A população vai diminuir porque as mulheres passaram a ter menos filhos. Entre 1940 e 1960, elas tinham em média 6,2 filhos, hoje têm 1,7 filho. 


Desde 2000, a taxa de natalidade está abaixo do que seria necessário para repor a população, que é de 2,1 filhos por mulher. Na pandemia, houve menos nascimentos, e a mortalidade materna foi sete vezes maior que a média mundial.


Na educação, ainda há uma janela “estreita” de oportunidade para formar essa população jovem que diminui, na visão do economista Ricardo Henriques, colunista do GLOBO e superintendente-executivo do Instituto Unibanco. 


A população em idade escolar vai cair 12%, para 3,3 milhões. O desafio será manter igual nível de investimento público, mesmo com menos alunos: 


"Teremos os desafios de qualquer sociedade que envelhece, mas, além disso, carregando um volume de estudantes com enorme defasagem idade-série, fruto de uma política educacional marcada pela cultura da reprovação. Chegamos tarde ao desafio contemporâneo, não fizemos a transição educacional alinhada com a transição demográfica, perdemos uma janela grande.


A velocidade de melhora que vínhamos tendo antes da pandemia não será suficiente para compensar o tempo perdido —o aprendizado voltou aos níveis próximos a 2008. É preciso acelerar tanto a melhora educacional como diminuir a desigualdade de raça e regional no acesso: 


"Quando subir a barra da aprendizagem, a desigualdade vai tender a aumentar. Tem que incluir todo mundo, se não houver uma estratégia de equidade, com todo mundo indo junto, não vai funcionar. Vamos perder essa galera, que vai ficar num limbo, e o Brasil, um país de segunda linha.


Se mantivermos o orçamento dedicado à educação atualmente, o investimento per capita vai aumentar. Isso é indispensável para o Brasil se aproximar dos indicadores dos países da OCDE (clube dos países ricos). 


O atraso escolar no ensino médio cairia de 26,2% em 2019 para 10,1% em 2042, se os recursos atuais forem mantidos. Se houver aumento de 15% na verba disponível para educação, a taxa cairá para 3,2%, pelos cálculos do instituto. Mas estaremos longe de ter a totalidade dos jovens no ensino médio e superior. Algo que já é realidade na Europa. 


Sem melhorar a educação, a perspectiva de crescimento do Brasil é pequena. Com menos mão de obra, a expansão do PIB virá principalmente do aumento da produtividade. Nesse quesito, o país tem ido mal: está estagnado há décadas.

Por isso, a economista Silvia Matos, da Fundação Getulio Vargas (FGV), calcula que só em 2035 o PIB per capita brasileiro vai voltar aos níveis de 2013, o melhor momento recente. Nas últimas quatro décadas, cresceu 0,7% ao ano. 


"Desde 2018, a população em idade ativa (em idade de trabalhar) cresce abaixo da população. Quando chega em uma estrutura produtiva mais dependente de capital humano cria o gargalo, num país que ainda tem muitas demandas sociais e carga tributária alta", afirma Silvia.


O crescimento ainda pode vir das commodities, “mas quanto tempo isso dura?”, indaga Silvia. Quando só a produtividade leva o país a crescer mais, o que estimula o crescimento é mais diversificação e capital humano.


E como Silvia alertou, o país ainda tem demandas sociais, principalmente depois da pandemia, com o aumento da pobreza e a fome atingindo 33 milhões de brasileiros. 
Nossa performance anterior não garante a erradicação da pobreza nos próximos 20 anos, indicam as projeções. Nas contas do economista Daniel Duque, da FGV, a miséria, caracterizada por ganhos de até US$ 1,90 por dia por pessoa, vai oscilar entre 6% e 8% da população, mesmo patamar registrado entre 2016 e 2021: 


— Houve uma desaceleração na queda da pobreza em relação ao período de 2006 e 2014. O orçamento em termos reais do Bolsa Família caiu, com perda muito forte de orçamento, e a inflação continuou crescendo. A renda dos mais pobres depende muito dessa política. E o mercado de trabalho foi muito afetado. 

Sem erradicar miséria 

Se mantivéssemos o ritmo de antes da recessão de 2015 e 2016, essa parcela poderia cair para 3%, diz Duque. E a receita é proteger o orçamento das transferências, gerar emprego e investir em educação.

Mas há uma questão adicional: o mercado de trabalho tem expulsado a mão de obra pouco qualificada.


"Desde a recessão de 2015 e 2016, vemos uma hostilidade no mercado de trabalho aos mais vulneráveis, eles perderam a conexão. Totalmente na contramão dos anos 2000, quando se gerou muito emprego formal", analisa o sociólogo Pedro Ferreira de Souza.


Não será em 20 anos que a desigualdade vai alcançar o níveis de países desenvolvidos. O Índice de Gini (que mede concentração de renda e quanto mais perto de 1, mais desigual) vai cair do atual 0,54 para 0,48 em 2042, diz Duque. Ainda assim, acima do dos EUA hoje (0,40), o mais desigual entre os países desenvolvidos.


"Não tenho ilusões. É tema sensível e claro, mas o combate à pobreza tem mais consenso da urgência. Não acredito que daqui a 20 anos, chegaremos ao nível europeu (0,3). É trabalho de mais de uma geração", diz Souza.

 

sábado, 27 de agosto de 2022

Shakespeare e Chaplin ressuscitam para reescrever as narrativas politicas do Coronel Ciro Gomes e da Oligarquia Cearense.



Hoje eu fiquei preocupado quando vi Acylon, Prefeito do Eusébio, aliado dos Coronéis Ferreira Gomes há quase 30 anos, falar sozinho no programa eleitoral do PL, o partido do Bolsonaro, será que ele virou facista? Tive que encontrar um jeito de ressuscitar Shakespeare para reescrever Macbeth misturado com Sonhos de uma noite de verão, juntar uma tragédia com uma comédia. Afinal as Narrativas das oligarquias para se manter no poder há qualquer preço, jogando moedas para todos os lados, formando uma carteira de investimento para reduzir riscos, está cada dia mais engraçada para não dizer ridícula. 

Ao mesmo tempo dois irmãos do Coronel Ciro Gomes que a nível nacional é oposição ao PT para tentar evitar a eleição de Lula no primeiro turno, tem dois irmãos seus o Senador Cid Gomes e o Prefeito de Sobral Ivo Gomes, que apoiam os candidatos do PT ao Senado Camilo Santana Gomes e ao Governo do Estado no Ceara. Até Gabriel Marques ficaria surpreendido com o realismo fantástico da narrativa da oligarquia cearense há décadas no poder passando por nove partidos da Ditadura até hoje. 

Gabriel Garcia Marquez teria vergonha de contar a história e o imaginário da America Latina pela pobreza de espirito e riqueza de poder e dinheiro de nossos tristes coronéis. É como se Adam Smith vira Marx e vice-versa, nem precisavam ter nascido para escrever a história, afinal água vira óleo e óleo vira água. Nem a química e a física precisa existir, não faz diferença a ciência, apenas tudo vira uma eterna porra maluquice de loucos e comediantes. Eles usam as vidas e mortes de milhões de cearenses, vivem do Estado e fundos eleitorais para se manter no poder sempre. Até o bobo da corte de Shakespeare pediu demissão. Porém milhares de bobos da corte da nobreza cearense e brasileira vivem no fantástico mundo de fake news, fake história e fake lideres da Oligarquia cearense no mundo imaginário de Dr. Parnassus. Os ratos não importa se direita ou esquerda são os primeiros a abandonar o barco.


 

O hospício político cearense que de loucos não tem nada consegue fazer da prostituição política e mentiras um meio de vida. Porém, repare bem falam em Democracia, povo brasileiro e ética. Rezam todos os dias para São Maquiavel para dividir e eliminar os inimigos, perseguem quem pensa diferente e inviabiliza a Democracia com a Ditadura da corrupção sem fiscalização, sem lei e com incentivos fiscais para empresários bilionários com campanhas milionárias. As prostitutas que vendem seus corpos muitas vezes para estudar ou sustentar sus famílias, que não roubam dinheiro público, ou assaltantes que roubam para comer são mais dignos que muitos políticos. Até pedi para Salvador Dali representar o que o poder tem haver com desejo sexual e luxúria? Só que quando olham para o mercado de votos, a miséria do povo, a velhice massacrada, as mortes pela violência e inocência das crianças talvez brochem ou delirem negando a realidade ?


 

O mundo sempre foi um circo sem igual mas a arte é a única linguagem que não depende da matéria para se expressar e falar com o espirito segundo Deleuze. Shakespeare com suas peças de teatro ou Brecht mudaram a politica talvez mais do que Maquiavel. Sim, existe disputa de poder e guerras mas elas ainda não destruíram a estética, a ética e a luta por justiça social. Apesar de todas as narrativas das oligarquias cearenses como do Coronel Ciro Gomes ainda não apagam a historia e a ciência, apesar que tentam com campanhas milionárias, mentiras, mudanças de partidos e narrativas para inglês e baianos como ACM ver. Ciro ainda tentou obrigar Lula a apoia-lo baseado na sua longa tradição de pesquisa, estudo e projeto de desenvolvimento de como famílias ou juniores se perpetuam no poder trocando moedas entre os poderes.




Chaplin deveria ressuscitar para regravar o dono do mundo e pronunciar o último discurso e ao invés de Hitler será um Coronel matando e deixando metade do povo que tanta ama na miséria e vivendo na violência durante décadas, se reelegendo com promessas que nunca cumpre, elegendo parentes e famílias aliadas, e toda eleição dizendo que a última que vai concorrer como a ultima passada em Paris.  


 

Porém em algumas obras como Donos do Poder de Raymundo Faoro, Casa Grande, e o Quinze de Rachel de Queiroz. O Coronel Ciro e as oligarquias atuam em seus papeis reais vivendo da seca, escravidão, e miséria do povo cearense enquanto representa em entrevistas e programas eleitorais narrativas tristes e ridículas.   


Oh! saudades do Chico Anysio e Jô Soares para dizer verdades politicas pela arte. 



Enquanto isso vamos ler 
Irmãos Karamazov...



Vamos celebrar o horror
De tudo isso com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou esta canção

Venha, meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão

Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha, que o que vem é perfeição




terça-feira, 23 de agosto de 2022

SOMOS CANDIDATOS A MUDAR O MUNDO! MULHERES DE ATENAS SALVEM O BRASIL!



Gostar de pobres por questões religiosas, inspirado em São Francisco de Assis, é diferente de lutar com os pobres para chegar ao poder; e nenhuma dessas duas é minha vida. Minha escolha é entre seres livres e iguais em seus direitos, nos educamos juntos para lutar, construir e amar a democracia, cidadania e economia que permite a essa e as futuras gerações viver existências belas, boas, justas, equitativas e economicamente ambientalmente sustentáveis. Portanto somos candidatos a mudar o mundo não apenas a ser político e buscar o poder a qualquer preço.



Relembrando minhas escolhas de vida, nunca optei por ficar refém de um grupo político visando o poder. A lógica nesses espaços é calar a boca para os erros e corrupções do grupo que faz parte e atacar os inimigos que cometem os mesmos crimes por exemplo de corrupção. Por isso fui expulso duas vezes de partido denunciando corrupção no partido que fazia parte. Os partidos tem donos no Brasil portanto não tem democracia. O que eles cobram externamente não serve para uso interno. Levei tempo para entender isso que militantes babam políticos em troca de favores da mesma forma em Universidades, os estudantes babam professores para acessar o mestrado. A lógica do favor e da nobreza impera no Brasil sem instituições sem regras nem lei.  


https://exame.com/carreira/empreendedores-de-sonhos-m0042479/


 

Resolvi caminhar estudando de forma interdisciplinar diversos caminhos que impactam vidas e cidades, criando e empreendendo projetos e organizações que dessem vida a essas ideias, e dialogando com vários setores sobre suas viabilidades. Essa jornada é diferente de um projeto religioso ou político, pois visamos ser um projeto de sociedade que muda vidas e cidades pela educação. Obviamente isso impacta o debate de políticas públicas. 



Lendo os programas de governos de Bolsonaro, Lula, Simone e o livro de Ciro assim como os Planos ao Governo do Ceará de Wagner, Roberto e Elmano observamos que muito se foca nas consequências, exclui de diversas formas, a maioria da população e as brutalidades e desigualdades que sofrem, isso em parte porque teriam que admitir o que nunca fizeram, assim como evitam falar de privilégios porque atacaram quem financiam suas campanhas. Porém nenhum país desenvolvido como Canadá, Japão e Alemanha mesmo destruído por guerras não alcançaram seus patamares econômicos nem de qualidade de vida sem olhar sua realidade de forma dura, planejar e agir para superar seus desafios coletivos.


 

Portanto vejo pouca participação, humildade e escuta dos políticos em relação a construção conjunta dos planos de governos principalmente sobre sinergias e complementaridades entre governos, empresas, universidades, fundações, comunidades e outros como ocorre em diversos países. Além da brutal exclusão das mulheres, negros, pobres e de suas vozes nos planos de Governos. O corredor entre sociedade civil e governos é muito estreito, se a sociedade se cala, os políticos tomam conta do dinheiro e escolhem prioridades que são mais sobres seus projetos de poder do que da nação, em especial dos pobres.


 

Mesmo São Cícero que teve sua trajetória de vida marcada pela hóstia que virou sangue, assentamentos que viram cidade como Juazeiro e por caminhadas com os sertanejos pobres até a capital Fortaleza, realizou um pacto com as Oligarquias e elites cearenses visando expulsar o interventor do Governo Federal do Ceará. Foi eleito prefeito de Juazeiro por vinte anos e Vice Governador, agora vai se tornar São Cícero, o santo dos pobres nordestinos, mas não mudou a pobreza em que vivia e vive seu povo. 


Enquanto isso Mandela e Gandhi lutaram contra apartheid, castas e colonização, e muito mais que políticos e santos lutaram juntos com seu povo e caminharam para mudar sua sociedade, a história e o mundo. 

      


MULHERES DE ATENAS SALVEM O BRASIL!



Necessitamos cada vez mais das mulheres de Atenas sem Ditaduras nem igrejas que impeçam suas vozes. Portanto, embora em toda a música Chico Buarque conclame as pessoas a imitarem o exemplo das mulheres de Atenas, ele está na verdade fazendo uma crítica. Ele está mostrando que, naquele momento, vivíamos em uma sociedade patriarcal em que a mulher não tinha voz nem direitos, onde seus desejos eram anulados.

 

Veja alguns trechos e as ideias que eles transmitem:

 

  • submissão: vivem para os seus maridos, se perfumam, se banham com leite e se arrumam; quando fustigadas não choram: se ajoelham, pedem e imploram; não têm gosto ou vontade, defeitos ou qualidades (despersonalização); têm medo, apenas; não têm sonhos, só tem presságios; MAIS MULHERES NA POLÍTICA. 

 

  • supremacia masculina: os maridos são chamados de “orgulho e raça”, “poder e força”, “bravos guerreiros”, “heróis e amantes” de Atenas; MULHERES NA LIDERANÇA EM TODOS OS LUGARES E INSTITUIÇÕES. 

 

  • atuação exclusivamente doméstica: quando eles embarcam, soldados, elas tecem longos bordados (inclui a noção de futilidade, já que bordado é um “enfeite”); MULHERES COM OS MESMOS SALÁRIOS E DIREITOS EM TODAS AS PROFISSÕES 

 

  • servidão sexual: guardam-se para seus maridos, ficam em quarentena quando eles embarcam, estão à disposição quando retornam, suportam traições; OBVIO! MULHERES DONAS DE SEUS CORPOS 

 

  • procriam para alimentar a guerra: geram para seus maridos os novos filhos de Atenas; MAĒS QUE LUTAM POR SEUS FILHOS VITIMAS DA VIOLÊNCIAS DO TRAFICO, POLÍCIA E MILÍCIAS.  

 

  • sofrem perdas devido à guerra: temem por seus maridos, jovens viúvas marcadas, gestantes abandonadas, vivem o luto, se conformam e se recolhem às suas novenas;

 

Portanto, de forma até irônica, Chico Buarque se refere à sociedade patriarcal. Ele canta o exemplo das mulheres de Atenas mas, na verdade, está criticando um mundo em que não existe direitos iguais para pessoas de gêneros diferentes.

 

Porém, essa é a crítica feita no primeiro plano. Em segundo plano, temos uma ainda mais forte. Esse homem poderoso e autoritário representa também o Estado, a ditadura militar.

 

Veja que ele não fala para as mulheres se inspirarem nas mulheres de Atenas. O convite dele é para todos, não existe um único destinatário.

O que ele diz, com isso, é que a ditadura impunha a todos os brasileiros uma situação semelhante às das atenienses. Os cidadãos eram maltratados e não tinham o direito de chorar, não tinham gosto ou vontades. Seus sonhos haviam dado lugar aos presságios. Como canta na música, “tinham medo, apenas”.




segunda-feira, 15 de agosto de 2022

1600 DIAS SOBRE NOSSA JORNADA EDUCACIONAL EM BUSCA DE SABEDORIA E OS LIMITES DE NOSSA IMAGINAÇÃO EM NOS TORNAR REFÉNS DE VIDAS TRISTES.


 

Uma jornada educacional é também espiritual em busca de descobrir novas verdades e mundos. Chegar a lugares que nunca tinha ido antes e ampliar seu ser e existência por caminhos únicos. Às vezes escolhemos empobrecer nossa história de vida e ficar reféns de lugares conhecidos assim reduzimos nosso potencial e inteligência. Se temos dificuldade de imaginar uma vida alternativa que pode ser envolvente e interessante, é mais reflexo dos limites de nossa imaginação do que a vida em si.

 

As violências e egoísmos são espetáculos que vemos todos os dias e achamos normal. Agora se eu te convidar para uma jornada educacional onde cooperar com outro, lutar e construir juntos um mundo melhor, aprender com vários projetos e experiências que estão transformando o mundo, você mudaria sua visão do mundo? 


 

O que é a razão e evidências para você? Sua ideologia, seus preconceitos, suas dores ou fatos isolados sem um pensamento crítico e complexo capaz de analisar mas também de propor mudanças possíveis na realidade que o cerca? Marchamos para guerra de todos contra todos numa selva de Hobbes ou somos inocentes como Rousseau propôs caminhando sempre para brutais desigualdades? Acho que devemos aprender a caminhar pelo mar enquanto ele abre um caminho para travessia em busca de terras prometidas, mas as capacidades críticas, criativas e sabedoria são necessárias para liderar, imaginar e construir novos caminhos éticos, estéticos, justos e economicamente ambientalmente sustentáveis.

 

Nós nunca seremos iguais mesmo que sejamos ricos no capitalismo ou pobres porque somos únicos e o sistema econômico não nos define. Na verdade, o significado da palavra economia é lei da casa. A economia é resultado de várias questões, entre elas luta política, educação, cultura, tecnologias, saúde como aprendemos na pandemia, meio ambiente como estamos aprendendo nas mudanças climáticas, e valores como amor, esperança, verdade...



Temos aprendido sobre essas questões em nossas jornadas educacionais e de vida? A grande maioria não! Isso tem reduzido nossas escolhas de vidas por nos tornar reféns de prisões que criamos para nossas vidas. Prisões com correntes e grades curriculares, políticas, ambientais, artísticas, sociais e outras que impedem de imaginar outras vidas e outros mundos possíveis. Sim, somos humanos inteligentes, imaginativos, e lúdicos, mas fomos presos por conceitos e práticas educacionais rígidas que dificultam nossa capacidade de nos reinventar e de mudar nossas vidas e os lugares que vivemos.

 

As desigualdades e brutalidades podem ser superadas sem nos tornamos iguais ou perdermos as liberdades mas pelas nossas diferenças atuando em orquestras sociais cada vez mais complexas, humanas e tecnológicas. Esse foi o caminho da diversidade que construiu a nossa natureza, culturas e o mundo que vivemos. Mas estamos prontos a receber críticas de mundos e verdades que não conhecemos? Estamos prontos a conviver com quem é diferente de mim e aprender com ele? E a imaginar e sonhar com eles? Não somos anjos nem demônios, não precisamos de autoritarismo em nossas vidas, nem de guerras, nem de vaidades e ambições delirantes, nem de opressões e brutalidades. Nós precisamos de educação por caminhos éticos que desafie as escolas e as Universidades a ocupar seu lugar na história e fazer as metamorfoses de médio e longo prazo que precisamos como humanidade realizar e não ceder aos instintos neoliberais imediatos. Na língua inglesa as palavras politics, polite e polícia soam quase iguais e derivam da palavra polis. Sim, precisamos de novas formas de dizer, ver, sentir, ser, viver e nos auto governar de um pequeno grão de terra a Terra da sabedoria. 

  


Sim, precisamos de missões educadoras e inspiradoras que gerem múltiplos, diferentes e singulares caminhos para novos personagens e coletivos construírem suas próprias histórias com outras narrativas e usando tecnologias para fins sociais transformando suas vidas e comunidades. Corações sábios, mestres do conhecimento, aqueles que sabem e conhecem a graça e as bênçãos que em hebraico significam gratuitas e dadas por Deus. Ampliar as leis do Direito ou da religião e educar para uma lei interna e secreta do ser e do Universo que nós sabemos que todos temos um papel vital no mundo. A lei oral no judaísmo é também chamada de Cabala e seu único tribunal é Deus. Os segredos do Antigo Testamento na Bíblia revelam o trabalho da criação e o trabalho da carruagem. Trabalhos que derivam da Cabala que significa sabedoria interior do qual depende o trabalho que realizamos no mundo exterior. Sim, precisamos de mística tanto quanto de razão e sentimento para viver unindo o divino e o humano em uma jornada educacional e espiritual. Símbolos, metáforas, conhecimentos, práticas, experiências numa jornada educacional e espiritual em direção a revelação completa da sabedoria de um pequeno grão de terra, a Terra da Sabedoria.



A sabedoria é vista como a forma que Deus criou o mundo em Salomão, "um sopro do poder de Deus, e um reflexo claro da glória do Todo poderoso”. No livro de Enoque Eslavo, Deus comanda sua sabedoria para criar o homem. A sabedoria é aqui o primeiro atributo de Deus a receber forma concreta a partir de uma emanação da glória divina. A nossa jornada educacional e espiritual continua depois de milênios da humanidade em direção a futuros pós humanos. 

 


Lutamos por uma escola de qualidade para todos, que proteja os animais e entenda suas formas de pensar/sentir, temos muito que aprender com eles e talvez os humanos não sejam tão inteligentes como achamos, aprender com a natureza de diversas formas principalmente como se auto governam os ecossistemas, aprender com as novas tecnologias e humanizá-las mas sempre sintonizados com a busca de uma sociedade mais democrática e solidária. Na jornada educacional temos que aprender como tem ocorrido o processo de imposição/expansão do projeto neoliberal que assola o mundo e como ele se manifesta no cotidiano das escolas e Universidades. 


Segundo Michael Apple “ O objetivo é identificar e tornar visível o processo pelo qual o discurso neoliberal produz e cria uma realidade que acaba por tornar impossível pensar e nomear uma outra realidade. Os educadores precisam se posicionar diante do atual contexto. Eles precisam se conscientizar que são trabalhadores culturais envolvidos na produção de uma memória histórica e de sujeitos sociais que criam e recriam o espaço e as vidas sociais.”




 

       

 

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

CARTA PELA DEMOCRACIA DA VERDADE E DA VIDA DE MILHÕES DE BRASILEIROS.



No Brasil não existe problema em ser corrupto, viver de privilégios do Estado como oligarquias e gangues partidários, juros altos como bancos e títulos da dívida pública de vinte mil famílias da elite brasileira. Hoje elas dão o primeiro passo ao assinar a Carta pela democracia depois de muitos deles gestarem Bolsonaros, Coronéis "Ciro Gomes" e diversos Lulas corruptos no Brasil sem lei nem Democracia vivendo no mercado de votos comprados; muitas vezes com fundos eleitorais devido as brutais desigualdades, tragédias e injustiças que vivem a maioria da população brasileira. Apenas querem focar no PT e em Lula porque ? 

 

Apenas dois crimes assustam as pessoas no Brasil, um deles é dizer verdades como essas e o segundo enxergar a realidade de milhões de lugares e brasileiros que podem lhe ensinar sobre a vida deles.

 

O princípio de uma carta entre cidadãos é o reconhecimento dos direitos e deveres constitucionais como acontece em outros Estados como Alemanha, Israel, Japão e outros. O conceito de Democracia não se reduz a uma resposta às ameaças e delírios de Bolsonaro, e nem à sua irresponsabilidade de fazer gestos relacionados às armas e discursos sobre guerra depois negar tudo isso. Todos sabem que democracia não existe sem liberdade, equidade, justiça social, renda, educação, saúde, ascensão social e outros. Há sobre ascensão social ela não existe no Brasil diante da absurda concentração de renda e como se enrica no Brasil com privilégios do Estado, incentivos fiscais, dinheiro dos Bancos públicos, corrupções e outros no país sem lei. Todos conhecem como funcionam os partidos no Brasil onde dirigentes se perpetuam há décadas fazendo alianças espúrias, negociando cargos nos Estados e cidades, e operando com dinheiro público seus interesses pessoais? Todos conhecem como se chega ao poder comprando votos? Mas ao mesmo tempo quem conhece a situação de nossa educação pública? E saúde?

 

A verdade é um conceito que não foge da realidade e da vida de milhões de brasileiros. 

 

A verdade política começa pelo respeito à vida e à dignidade do outro. Além do Direito, ela é interdisciplinar, passa pela economia, saúde, ciência e outras. 


Essa verdade é plural e democrática. Passa pela voz do povo negro, indígena e, inclusive, por todos que se encontram nos presídios ou que nem estudam nem trabalham, em comunidades pobres. 

 

Uma carta pela democracia deve ser lançada na casa de um sertanejo, na cidade mais pobre nordestina ou numa favela dominada pelo tráfico. Ela também deve ser lida e assinada por funcionários que aparelham instituições como bancos públicos ou universidades federais e que se dizem de esquerda ou direita. Deve ser assinada por militares que pregam golpe e chamam isso de discurso de direita. Deve ser assinada por religiosos que roubam a fé do povo. 

 

Não temos culpa pela ignorância, maldade e violências dessas pessoas que podem até assinar essa carta, mas elas, também, vivem de outras formas de ditaduras: econômicas, políticas, mafiosas, no domínio de gangues partidárias, Estados com suas oligarquias, instituições públicas como feudos e outras.

 

Portanto, essa carta é sobre milhares de vidas que são mortas pelas violências, ausência de políticas públicas, fome, tragédias ambientais, e massacres da polícia e milícias nas periferias e na Amazônia. 

 

Essa carta é para nossas elites que acham o máximo quando viajam à Europa, EUA ou outros países e falam mal do Brasil, mas esquecem que, talvez, elas sejam as piores elites do mundo, nada democrática, e que mantêm seus privilégios com as piores violências, representadas por governos como o de Bolsonaro. É importante lembrar que nossas elites nunca foram e nunca serão nossas elites intelectuais, diferentes de várias democracias que produziram seus heróis e suas verdades. Aqui fake história e fake líderes. Vivemos de ilusões e mentiras, mas as tragédias e sofrimentos nos despertam para revoltas.