SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sábado, 29 de abril de 2023

1 DE MAIO: A EDUCAÇÃO DOS TRABALHADORES EM ÉPOCAS DE DIVERSAS VIOLÊNCIAS CONTRA OS PROFESSORES.



É possível que a busca da verdadeira fala do professor obrigue a calar tanta gente que quer falar por ele? Políticos, gestores, empresários, fundações, pais e outros. Vivemos jogos de dominação, resistência e indignação dentro das escolas. Indo muito além dos intelectuais acadêmicos que escrevem sobre educação e da mentira dos políticos, existe uma autonomia de uma palavra e de uma pratica pedagógica tecida pelos professores. Assim fazemos de nossa habilidade educacional o instrumento de resistência aos senhores da guerra que usam as escolas para manter seus poderes. 



Essa tem sido a missão dos professores mas infelizmente temos visto os eleitos do sistema tomarem o lugar dos condenados que se sacrificam nas escolas, e os diabos se tornarem santos em sistemas de avaliação. O verdadeiro retrato do professor passa pelos seus sonhos esmagados pelo sistema. E para manter o professor em seu lugar eles tem negado nossos sonhos e lutas. A Hierarquia da escola e dos gestores nega o trabalho em equipe e cooperativo entre professores, enquanto os poetas do futuro querem substituir educação por imagens, dados e inteligência artificial. Um mundo sem história, ou igrejas, quartéis e empresas no lugar de escolas.



Mas o que é ser Professor hoje no dia do trabalho? Stress, gritos, cansaço, doenças, desemprego, baixos salários...  A nossa pobreza tem sido definida pelo cansaço permanente sem escolhas, diante do desafio de educar crianças em seus sonhos criadores e destruidores de suas vidas buscando ampliar suas existências de trabalhadores úteis a serem explorados e sacrificados. Quando vamos celebrar esse desafio de educar quando a existência de nossos alunos esta refém dos caprichos dos poderosos? Como despertar o olhar, o sentir, a mente e as mãos dos professores a se libertar do espetáculo do faz de conta dos poderosos? De que adianta gemidos sem força, sonhos sem consistência, se insistimos em lutar sozinhos cada um isolado da realidade e da dor do outro?



E se voltar a sermos os professores que sonhamos e vivemos quando crianças? Estamos prontos para a educação do ser de nossos alunos ou nos renderemos as elites, oligarquias e tecnocratas que querem usar as vidas indefesas das crianças em suas garras de tigres? em jogos vorazes.



Os professores da educação infantil têm o poder de fortalecer esses seres a expressarem sua autonomia, linguagens e saberes, e talvez eles possam construir robôs para que todos vivam de renda mínima como artistas expressando o bem, o belo e o justo juntos!


Mas temos que fazer isso ensinando pelo exemplo na escola, onde os trabalhadores da educação, incluindo os da limpeza ou os cozinheiros possam atuar com dignidade nessa república pedagógica e possam se tornar cientistas ou artistas também. Mas muitas vezes a escola desce pelos caminhos do inferno de tantas violências cometidas contra a comunidade escolar apesar do céu das idéias de políticos, fundações e gestores que tentam negar e apagar os efeitos da pobreza, fome e violências na escola. Porém a verdade encarnada do professor que relata os machucados da carne do povo e as tatuagens da revolta que se misturam nas comunidades com o crime e suas conseqüências no cotidiano da escola. 



No tempo que nos sobra entre o trabalho e o sono, a partilha entre o verdadeiro e o falso, o cálculo dos prazeres e das dores, lembramos que Dante não viajou pelo inferno real, pelo inferno sem poesia, onde a educação é cultivada sem amor nem sonhos, onde nossa tristeza é suprema porque é pensada. Muitos falam das dores dos professores sem conhecer sem escuta-las. Observamos calados o aniquilamento da educação pela sala de aula, enquanto o dia a dia dos espetáculos para tirar fotos e votos é celebrado. Jogos vorazes de serpentes que cantam como pássaros.



Saberes vazios de gestores educacionais tecnocratas que não tem nenhum grão de sabedoria mas que carrega violências em nome de políticos, empresas, editoras, e construtoras que não conseguem entregar espaços simples para crianças brincarem. Nós professores preferimos a luta que nos fez experimentar os frutos da arvore do conhecimento, saberes desconhecidos, um mordida que precisa de um alma educadora para ser curada. O mundo não muda sem nos insurgir para um tipo de deseducação que tenta nos devorar. Não é apenas o conhecimento da exploração que devemos ter mas um conhecimento de si como professores e nosso papel em educar ditadores gestores educacionais a escutar o que realidade grita em suas dores e sofrimentos, e os saberes produzidos na roda viva da Escola. Não vamos nos deixa enganar pelo discursos dos gestores que falam em amor e agridem com seus atos, ociosidade e omissão; isso nos lembra a todo instante a necessidade urgente de lutar com todos os trabalhadores. 


  


sexta-feira, 28 de abril de 2023

ENCONTRO DOS APROVADOS DA FACED UFC NO CONCURSO PÚBLICO DE PROFESSORES PEDAGOGOS DA SME/ PMF


 

02. Hannah Arendt e a banalidade do mal (legendado) - Um dos cem filmes mais lindos do mundo.




 

Martin Eden! Um dos cem filmes mais lindos do mundo.







 

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O SAMBA CAÓTICO DA GESTÃO ESCOLAR DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE FORTALEZA.




Como dizia Renato Russo a Via crucis virou circo! Há mais de 2 meses lutamos pelo funcionamento de algumas condições básicas na Escola pública junto a SME, SINDIUTE, UFC, Câmara de Vereadores e Ministério Público. Será que se o filho de algumas dessas autoridades estudaria numa escola nessas condições? ou numa escola privada seria aceita essas condições pelos pais? Mas é para os mais pobres não tem problema? Pode rasgar dinheiro público NO SAMBA CAÓTICO DA GESTÃO ESCOLAR DA SME? 

 


Escola Municipal Yolanda Queiroz. Imagina uma Escola pública com centenas de alunos sem coordenador? Em reforma física, sem prazo, ao mesmo tempo que coloca em risco a saúde de alunos e professores mexendo com livros e materiais antigos. Eu tenho dado aula nos últimos dois meses doente com febre, tossindo, e ontem não consegui dormir tossindo 50 vezes sem parar, o que seguindo a última consulta pode ser um fungo ou bactéria. Mas algumas conquistas foram possíveis do que reivindicamos há meses, como finalmente mandaram pedir os nomes das crianças que não estão alfabetizadas em sala de aula. Imagina ensinar matemática para crianças da 5 série que não sabem ler? Outra luta a SME começou a mandar apoio a crianças que necessitam por suas necessidades especiais. Porém falta muito! Nós Professores de Matemática fizemos um grupo de PRB para planejar nossas aulas com melhores práticas pedagógicas, mas como dar aulas de educação infantil sem brinquedos, jogos nem espaços para eles brincarem? Como dar aulas a crianças com violências e indisciplinas sem nenhuma prática de gestão escolar apenas do SAMBA CAÓTICO DA GESTÃO ESCOLAR DA SME! 



Agora multiplica isso acontecendo em várias escolas ao mesmo tempo qual impacto que essa educação terá na vida de milhares de crianças? Talvez o mesmo que temos há décadas com metade de nossa população vivendo na miséria, matamos mais gente que São Paulo, o crime avança, enquanto políticos e tecnocratas se beneficiam dessa situação. Por que centenas de novos professores concursados abandonaram o concurso? Porque quem se acostuma com esse caos e se cala deixou de enxergar a realidade e faz parte do espetáculo? 

 


Várias instituições como a UFC, Ministério Público, e Vereadores pedem reunião com a SME sem resposta! O SINDIUTE como Sindicato tem feito sua parte e lutado por essas pautas a vida toda. Mas nós não sabíamos que a SME são donos do dinheiro público e se omitem de suas responsabilidades de prestar contas? DE DIALOGAR o que há anos não resolve. É melhor a gestão do samba caótico da SME? A SME tem secretaria, distritos, equipe administrativa e gerencial é tão difícil ter um plano com as necessidades de cada escola? cuidar do básico que inviabiliza a escola e a sala de aula? O Ministério Público aguarda a resposta para audiência com SME e essas instituições para construir juntos ou preferem destruir as escolas, inviabilizar o ensino e aprendizagem em sala de aula e destruir vidas de alunos e professores? em nome da gestão caótica? Os Vereadores como Gabriel e outros Professores vão visitar as escolas para ver de perto é preciso multiplicar e divulgar esse debate para toda Fortaleza. 



Para que serve coletar dados se eles não geram planejamento, ações com prazos e impactos urgentes? Cadê os resultados dos bilhões gastos? De que adianta gerir educação infantil em Fortaleza com professores e gestores que vêm do Ensino médio e do Estado sem conhecer educação infantil, nem alfabetização, empurrando na marra um modelo para educadores capitães do mato? que nem escutam os problemas e querem gerir como Ditadores sem participação? 



Um falso debate é inaugurado pelos educadores capitães do mato. O problema é o sistema, os professores ou a pobreza? Ainda bem que a história, a ciência, outras escolas no Brasil e no mundo resolveram o básico há muito tempo. Os problemas são objetivos, têm dados, informações e métodos para lidar com eles, em especial um planejamento por escola e gestores que sirvam à comunidade escolar e não aos seus egos e poderes políticos às custas do sofrimento de milhares de pessoas. O problema é a gestão caótica da educação em Fortaleza sem escutar as escolas, professores e alunos, existe a necessidade urgente de não tratar esses problemas como a torcida de um jogo entre Ceará e Fortaleza, ter um pensamento mais complexo e dinâmico, menos linear, e uma atuação não fragmentada e sim em rede. E nunca esquecer que educação é PIAGET, VIGOTSKY, FREIRE, MORIN, WALON, MALAGUTI E NUNCA SERÁ NEM PINOCHET NEM BOLSONARO! 




Prezados Educadores capitães do mato o dinheiro é público e não para destruir vidas num “tarefismo” que inaugura escolas com centenas de escolas públicas em comunidades pobres sem condições de funcionar, que coloca salas de aula com tecnologia que não funciona, que falta o básico nas escolas até lápis, material de limpeza e higiene para crianças, falta alfabetização, e várias coisas para o mínimo funcionar. Chegou a hora de priorizar o que é urgente! Ditadores só o grito de milhares os fará escutar a voz dos professores, alunos, famílias, é importante urgente que Fortaleza conheça o que acontece na sala de aula e na escola, essa é a razão de ser da educação, ensinar e aprender, mudar a vida das pessoas e a sociedade. Isso não acontece em Fortaleza.        

              


OU ......


domingo, 23 de abril de 2023

UMA SABEDORIA VIVA E DEMOCRÁTICA, EDUCANDO COM ALEGRIA, COMO DIVERTIDA SURPRESA DE APRENDER.



A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.  Paulo Freire

Apreender para que sejamos mais conscientes de quem somos, das coisas, e do ser eterno e absolutamente infinito, imanente a todas as coisas, que são deles expressões certas e determinadas, modos imanentes, expressões modulares da ação necessária, isto é, eterna e infinita, de Deus ou Natureza. Isso não foi escrito na Bíblia mas por Spinoza. Isso não é Religião é Educação.

 


Em Spinoza não há lugar para ascetismo mas para alegria e ética. Existe lugar para vida e política democrática de transformar a existência e por isso em mudar a sala de aula para alegria de bilhões de crianças e jovens. Construindo experiências que absorvam nossas alegrias, tristezas e amor pela vida, família, Deus, sonhos...em busca de uma liberdade de ser cada vez maior.

 

As decisões e escolhas que tomamos na vida são momentos em que a razão emerge como afeto como resposta e solução aos problemas colocados pela experiência. Mas numa educação que nega as experiências e os afetos, o que é apreender conteúdos vazios de existências? 

 

A passividade limita nossa capacidade de agir, pensar e sonhar, mas buscamos alegrias equilibradas e não alegrias obsessivas e excessivas que nos acostumamos a ver nas redes sociais. Alegria experimentada amplia nosso ser, nossa capacidade de agir e pensar, e favorece o próprio ato de questionar o pensar, as experiências e os afetos. Rumo as vitórias e felicidade!

 

O grande problema que nos coloca é o que fazer de nossas alegrias? Um caminho de aprendizagem sobre quem somos, a vida, as pessoas e o mundo que vivemos. Spinoza define alegria como a passagem do homem de uma perfeição menor à uma maior, sendo que perfeição é o mesmo que realidade. Passar uma perfeição maior é adquirir uma maior realidade, isto é, uma potência de agir e pensar ou realizar-se. Nós estamos determinados a buscar alegrias, porque somos determinados a agir, a fazer coisas, a viver, e quando nossa potência de agir, fazer, viver é aumentada, reforçada ou favorecida por algo, a expressão disto na mente é alegria.  

 

O que é uma verdadeira alegria? É adquirir UM BEM e não apenas bens que é eterno e infinito que nutre o ânimo da alegria e é desprovido de toda tristeza. Alegria é afirmação da existência e tristeza é sua negação. Tais alegrias ou prazeres deixam de ser vícios ou pecados para serem compreendidos como modos de ser que buscamos naturalmente, no exercício mesmo de nosso conatus, aprendizado ou essência.


A essa experiência afetiva chamamos de processo libertador das dores e tristezas que concorda por excelência com a razão e com o poder de governar a si e os outros no mundo que clama por uma sabedoria viva, democrática e alegre rumo a vitória e a felicidade.   

 


Esse texto é uma homenagem a UFC VIVA, DEMOCRÁTICA EM SUA MISSÃO DE EDUCAR COM ALEGRIA COMO DIVERTIDA SURPRESA DE APRENDER. Aos Professores filósofos, educadores e cientistas que enfrentaram os delírios, vaidades, ignorâncias, e violências numa educação da morte e da mentira no Desgoverno Bolsonaro. 





quinta-feira, 13 de abril de 2023

QUEM ESTÁ ATIRANDO EM QUEM ? NA ESCOLA E NA SOCIEDADE! UMA DEFESA DAS HUMANIDADES! POR EGIDIO GUERRA E JOÃO VICTOR GUERRA!



 A educação tem como missão no mundo humanizar as pessoas, socializar, viver valores, aprender sobre o mundo, a natureza, a vida, a história, mas também português, matemática, ciências... Despertar nossa potência, gastar nossa energia, curiosidades em coisas boas. Aí vem os ignorantes e brutos coronéis oligarcas Ferreira Gomes, Camilo Santana e Lemann, que nunca foram educadores, ambos herdeiros de uma das maiores desigualdades e injustiças econômicas e políticas do mundo. A classe dominante vem mercantilizar e usar a educação brasileira para seus interesses políticos e econômicos, e delirar achando que seus interesses são da nação. O Estado público se torna um balcão de negócios privados. 


Nosso sistema tende sempre as violências, são esses os exemplos de nossas elites corruptas que vivem do Estado, privilégios, dos juros mais altos do mundo, desastres ambientais, tragédias humanitárias há 523 anos. Inviabiliza a democracia com o golpe, usa violências políticas para aprovar a nova lei do Ensino médio, e depois no governo de esquerda querem manter na força? Bolsonaristas propagam armas e ódio, depois crianças atiram? Todos os atos têm consequências, eles se reverberam pela cultura e política.  Infelizmente, os que mais precisam são os mais violentados, não os educamos, mas formamos pequenos coringas que atacam enquanto sorriem sem alegria.



Hoje no mundo de brutais desigualdades e violências quem ensina enxergar as dores e sofrimentos do outro? No Brasil que mata milhares de pessoas por ano pelo crime, pobreza e corrupção... Quem é o mais violento para não enxergar e não denunciar essas tragédias? Entram no jogo em nome do dinheiro, poder, e até Deus? 



Uma lembrança importante... Estudantes, professores(as), servidores da escola... São seres humanos. A organização do sistema educacional, ou melhor, do sistema social como um todo, permite esses humanos serem humanos? Se humanizarem? O que pode a escola e o ensino formal de educação fazer diante da emergência social que vivemos?

Matamos a humanidade na escola diariamente. Agora nos surpreendemos com jovens se matando na escola. Diariamente tratamos professores(as) e estudantes como máquinas. O professor tem como seu papel principal como passar conteúdo. Agora educar... humanizar... Ter uma conversa honesta, aberta e profunda sobre os dilemas, problemas e conflitos que passamos na nossa vida... fica de lado. Fica apenas com pequenas brechas entre conteúdos.



E que conteúdos estamos falando? Porque o problema não está nos conteúdos em si, pois eles podem e devem ser uma sistematização e aprofundamento de áreas da vida com sentido para nossas realidades. Todavia, esses conteúdos são desumanizados ao máximo. Ao mesmo tempo que são transmitidos para a turmas como se fossem uma engrenagem de decodificação informacional. 

 

Há tempo para algo diferente? Há espaço para a conversa? Há espaço/tempo para desentendimentos, para idas, vindas e contornos? Há espaço para a escuta do(a) professor(a)? Há espaço para a escuta das/dos estudantes? Há tempo para a escuta real de suas questões, conflitos, problemas? Somos espremidos entre conflitos sociais, dificuldades econômicas, políticas privadas, conteúdos alienantes, burocracias sem sentido, enquanto nossa humanidade é sufocada dia sim e dia também. Corremos com o conteúdo sem saber para onde. Ou pior... Sabemos. Só olhar para o lado mais atentamente e ver onde estamos chegamos.



O tráfego usa os elos mais frágeis para cumprir as tarefas, ou é o chefão que vai? Assim os políticos mandam os cabos eleitorais comprar votos, empresários usam tecnocratas para conseguir seus privilégios e contratos. Juízes mandam alguém vender a sentença.  Assim os mais violentos chegam ao poder e dinheiro pelos piores caminhos possíveis, e os seres mais frágeis e isolados na marra sofrem as consequências e muitos deles atiram e matam nas escolas, crime, ou em casa contra seus familiares. Sim, não há inocentes... Mas há culpados e estão em nossa classe dirigente, fazendo a gestão de uma selva sem lei, direitos, amor, diálogo e educação.



Naturalizamos as violências e ficamos cegos diante delas. Como mudar isso?

 

Numa sociedade desigual, violenta e injusta se produz relações desiguais, violentas e injustas. A escola é um microcosmo dessa sociedade e tem sido cobrada para resolver o que sociedade, se nega, a escutar essas dores. Temos que lidar com alunos e seus conflitos pessoais, com os pais, com sua pobreza material e os professores se tornam psicólogos, amigos, assistentes sociais, e educadores que lidam com didática, conteúdo, avaliação e outros.  Tem que ser tudo ao mesmo tempo! Mas as pessoas, incluindo professores, falta espaço para dialogar sobre seus problemas e vidas e o salvador é uma arma ou Bolsonaro? ou Hitler? É PRECISO HUMANIZAR ÁTE A MATEMÁTICA POIS TUDO TEM UM LADO HUMANO. Se vivemos em ambientes tóxicos você pode se tornar violento. É OBVIO! PARECE QUE NOS JORNAIS NÃO!



Naturalizamos as violências e ficamos cegos diante delas. Como mudar isso? Um primeiro passo é exatamente falar sobre as violências, mas não como um jornal abutre que só as elenca de maneira sensacionalista. Precisamos de tempo e espaços. Precisamos ser sensíveis e perceber onde nos toca e afeta. Aprofundar em suas origens e consequências. Deixar que as pessoas se expressem em suas diferentes e singulares formas. E não calar as pessoas e jogar tudo para debaixo do tapete. Isso não é um debate a parte, esse é o debate principal. Quem disse que o foco da educação é um ensino de técnicas? Isso sim se dar de forma “paralela”. A técnica deve servir a vida e não a vida servir a técnica. 



Agora, diretamente falando... Quem melhor aborda a nossa humanidade e suas questões se não as humanidades/ as ciências humanas? Quem melhor lida com a expressão humana se não as artes? Quem melhor lida com toda a explosão física dos corpos dos jovens se não a educação física? Certamente as pessoas precisam das linguagens para aprenderem a ler e escrever as próprias questões humanas. Precisam do raciocínio lógico e abstrato da matemática para decifrar as complexas questões sociais. E, inclusive, das ciências da natureza porque cada vez se vê que fechar os olhos para a “natureza” e coloca-la como algo a parte é algo suicida. Todavia, essas próprias áreas sofreram um processo de desumanização com o avanço da economia capitalista que tende a ver tudo como números e máquinas. 



Nesse sentido, as/os estudantes são tratados como máquinas que devem apenas aprender a decodificar o básico sejam números ou letras. Sem uma leitura de mundo. Enquanto, ao invés disso, a leitura de códigos formais devia servir a leitura de mundo. E não o mundo se reduzir a códigos abstratos sem contato com a realidade social das pessoas. A técnica das ciências naturais vir em segundo plano, seguindo a leitura do mundo natural em conexão com o mundo social de cada realidade da comunidade escolar. E que todas abram mais espaço e tempo para a expressão das/dos estudantes seja em forma de números, letras, mas também desenhos, histórias, músicas e até expressões corporais. 

 

Contudo, apesar das possibilidades de humanização dessas áreas que estão desumanizadas, se faz urgente a necessidade de permitir que as humanas, artes e educação corporal se humanizem de fato. E para isso é preciso que lhes dê tempo. A falta de tempo é um debate fundamental quando se fala em humanidade. As classes trabalhadoras ao longo da história sempre tiveram seu tempo roubado pelas classes dominantes, as quais vivem da vagabundagem e exploração. Do mesmo modo, as humanidades (as disciplinas) sempre tiveram seu tempo expropriado destas mesmas classes dominantes que interferem em todo o sistema de ensino dia sim e dia também.



Diante disso, é urgente a luta pela ampliação da carga horária das humanidades no sistema de ensino formal. E além disso, mas não menos importante outro debate fundamental é a necessidade de psicopedagogas(os), psicólogas(os) e assistentes sociais nas escolas. Essas(es) profissionais têm outras especialidades de escuta para com as/os estudantes. A escuta por um profissional desse faz total diferença na trajetória das pessoas. E com isso a/o professor(a) não precisa acumular mais funções do que já acumula (de mãe/pai, amigo(a), cudador(a), etc.).

 


Se fala tanto em saúde mental e não se faz o básico. Muitos jovens e crianças se veem sozinhos nas escolas sem ninguém que as/os escute de fato. E encontram, às vezes, ouvidos por exemplos em grupos de extrema direita na internet. Sem a visão crítica e sem o acolhimento que deviam, jogam todas suas raivas e angustias do mundo nesses caminhos extremistas. O fascismo e violência cotidiana que nos negamos a ver, brincam e manipulam as dores das pessoas. Apontam caminhos sem saída, mas ainda assim caminhos e com reforço de grupo. E quando a pessoa está frágil e num canto sem saída... quando há grupos que se identificam com certas dores, a manipulação e o caminho sem saída são quase imperceptíveis.



E isso acontece pois nos negamos ao debate. Enquanto sociedade falhamos com a juventude e nos negamos discutir isso diariamente. Não somos formados para tal. Reflexão é vista como perda de tempo. Enquanto isso corremos diariamente, mas não sabemos para onde. Queremos vencer na vida, mas vencer quem e o que? Enquanto a maioria está perdendo. Perdendo tudo, inclusive a humanidade.



No amor assim como na educação nossa vida está a serviço do outro. Porque é preciso coragem para levar um tiro pelo outro, mas o melhor será educá-lo a amar desarmado (pela escola e pela sociedade).

domingo, 9 de abril de 2023

Em nome de nossos livres pensadores. Eu vou gritar com vocês o que escuto e vejo, renascemos juntos.

 


Quantas vezes eu terei que renascer? ler? Ver? novas realidades

Quantas vezes eu terei que sonhar? Imaginar? 

Despertar das brutalidades que buscam nos desumanizar.

Novos começos de outros fins sem meios, sem referências para onde caminhamos.

 

Caos, incertezas, nos ensinam a aprender quem somos, nos revoltamos.

Com as lágrimas e as dores de um mundo sem respostas para os que gritam sem ser escutados.  

Eu vou gritar com vocês o que escuto e vejo, renascemos juntos.

 

Tudo que me atrai me condena. 

O desafio de ser inocente entre cegos que mentem.

A farsa, a cura pela ruptura, desejo o que liberta e que ama. 

Meu coração insubmisso!

Em meus sonhos não pude encontrar as lágrimas.

 

No mundo cada vez mais hostil nos torna cada vez mais dóceis.

As pessoas esquecem suas dores da vida, nos prazeres da bebida e do sexo negam suas existências.

Enquanto os ricos lhe vendem a bebida e sua internet.

Vozes servis, promessas fáceis, mentiras e corrupção.

 

Enquanto muitos se drogam, eles vendem a droga, e transforma suas vidas em desespero.

Mas o povo reunido não recebe ordens e tem o direito de lutar e ressuscitar.

Amar ao próximo é nossa maior vingança contra o ego e o neoliberalismo.

Queremos o mundo soberano. Vamos sonhar o mundo e gritar sua revolta

 

Primavera liberada. Liberdade amada

De onde vem o fogo

Minha alma, minha metade

Antes que a vida nos separe

Guardo seu sorriso no fundo da minha alma.

 

Na minha pele gravei minhas promessas, meus sonhos e pensamentos

Na minha pele nada se apaga, começo de novo todos os amores e lutas.

Sim estamos livres

Nada vale o preço de um homem!

 

O choro do meu nascimento foi igual ao seu

Assim como a ressurreição começamos de novo

Enfrentaremos os fascistas e as milícias até o fim

Declaramos o direito natural inalienável e sagrado da humanidade para garantir a felicidade de todos

 


Todos os homens nascem e permanecem iguais em direitos livres

A liberdade consiste em poder fazer qualquer coisa que não prejudique outras pessoas.

Todos são elegíveis para qualquer importante cargo ou emprego de acordo com suas capacidades, talentos e suas virtudes.

As distinções sociais só podem ser baseadas no bem comum.

 

Somos frágeis, um futuro incerto

Somos o destino em nossas mãos

Quando o medo vem, Deus nos perdoa

Quando mentes se afundam na irracionalidade

As bombas atiram e os gritos ecoam

 

Queremos sonhos que nos levantem

Queremos flores para acalmar nossas tristezas

Queremos sentido e inocência

 

Em nome de nossos livres pensadores

Em nome das lágrimas que nos desarmam

Devemos ser capazes de mudar a história

Pelo bem.

 

Em nome de nossos pais que nos ensinaram

O que vale uma vida é o que somos

Em nome de nossos irmãos caídos no esquecimento

Dos direitos da Humanidade

 

Quero sorrir dos teus erros e beijar tuas feridas

Porque as nossas dores são as mesmas

Queremos sonhos que nos levantem

Vamos mudar a História!

 

sábado, 8 de abril de 2023

Crises humanitárias e éticas nas escolas públicas cearenses. A Escola deveria ser um barco, uma travessia para uma vida e um mundo melhor, mas em que ela esta se transformando?



 

A Escola deveria ser um barco, uma travessia para uma vida e um mundo melhor mas em que ela esta se transformando? Infância e escola são sinônimo de vida, não de sofrimento e morte. Eu sou professor de matemática. É impossível educar sem conversar com seus alunos sobre suas vidas. Afinal a matemática da vida define seu aprendizado. Não é isso que a ciência e a educação provaram que a infância é a fase mais importante da vida.

 

Eu converso com meus alunos sobre suas emoções quando estão com raiva, nervosos, alegres e tristes. Eu pergunto sobre as condições materiais em que vivem, suas famílias, suas comunidades, brincadeiras, se sofrem bullying, racismo, violências e outros.

 

Eu aprendo muito com isso ou melhor devemos conversar mais sobre as crises humanitárias em que vivem os alunos nas escolas e em suas casas. Não podemos silenciar diante da educação da mentira e da morte. 



Em sala de aula todos os dias temos que tomar umas 50 decisões humanitárias e éticas, quantos alunos não têm lápis? Nem caderno? estão com fome? Quantos apanharam ou foram agredidos? Mas Professor, o sistema mandou ficar cego, mentir e passá-los de ano diante dessas circunstâncias. Mas aconteceria o mesmo numa escola privada?



O Brasil fala em direitos humanos quando sofremos as consequências de mortes, violências, exclusão social e outras, mas será que não sabemos que tudo isso começa na infância, escola, casa e comunidades? O racismo, violências, miséria, estão presentes nas escolas públicas enquanto os sistemas de avaliação como Spaeces, falsos cases de educação de uma minoria às custas da exclusão da maioria, e gestores educacionais buscam negar seus impactos na aprendizagem, na vida e nos direitos humanos dos alunos. Os gestores educacionais são ignorantes e violentos? ou insensíveis e cegos as dores do outros? ou os dois ? Tenho essa dúvida!  


 

Tudo isso começa pela invisibilidade das dores das pessoas e pela falta de escuta dos gestores educacionais. Como poucos falam e denunciam, enquanto a maioria se cala e são submissos aos gestores e políticos capitães do mato. É como se a maioria do povo cearense não existisse, como se fosse normal as atuais condições das escolas públicas e suas tragédias diárias, como se fosse normal matá-los e negar seus direitos. Tudo isso para manter os fascismos e as loucuras de políticos e gestores educacionais que se beneficiam e se calam para essa crise humanitária?



É preciso educar esses políticos e gestores imediatamente ou prender os políticos por corrupção.  A equação é simples: a miséria e racismo fazem milhões viver em periferias sem políticas públicas e péssimas habitações, o desemprego se soma às violências e aumento do crime, a educação pública não muda vidas porque não escuta. Cabe a cada um de nós gritar, lutar e construir novos caminhos que não visam case nem politicagem mas mudar vidas de verdade. E fazer um relatório e plano por escola para que todos os setores da sociedade possam contribuir para mudar essa realidade.