SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

O tempo engana aqueles que pensam , precisamos todos rejuvenescer, e temos todo o tempo do mundo!

 


Você não sente nem vê

Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo

Que uma nova mudança em breve vai acontecer

E o que há algum tempo era jovem novo

Hoje é antigo, e precisamos todos rejuvenescer


Nunca mais meu pai falou "she's leaving home"

E meteu o pé na estrada, like a Rolling Stone

Nunca mais eu convidei minha menina

Para correr no meu carro (loucura, chiclete e som)

Nunca mais você saiu à rua em grupo reunido

O dedo em V, cabelo ao vento, amor e flor, vejo cartaz


No presente a mente, o corpo é diferente

E o passado é uma roupa que não nos serve mais

No presente a mente, o corpo é diferente

E o passado é uma roupa que não nos serve mais


Você não sente nem vê

Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo

Que uma nova mudança em breve vai acontecer

E o que há algum tempo era jovem novo

Hoje é antigo, e precisamos todos rejuvenescer


Como põe, poeta louco americano

Eu pergunto ao passarinho

Pássaro preto, black bird

Pássaro preto o que se faz?

Heaven never heaven never never never never never heaven


Pássaro preto, black bird

Pássaro preto, me responde

Tudo já ficou atrás

Heaven never heaven never never never never never heaven

Pássaro preto, black bird

Pássaro preto, me responde


O passado nunca mais

Você não sente não vê

Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo

Que uma nova mudança em breve vai acontecer

E o que há algum tempo era jovem novo

Hoje é antigo

E precisamos todos rejuvenescer

E precisamos todos rejuvenescer yeah yeah yeah yeah yeah yeah

E precisamos rejuvenescer




Os homens trocam as famílias

As filhas, filhas de suas filhas

E tudo aquilo que não podem entender


Os homens criam os seus filhos

Verdadeiros ou adotivos

Criam coisas que não deviam conceber


O tempo passa e nem tudo fica

A obra inteira de uma vida

O que se move e

O que nunca vai se mover êê, êê


O tempo passa e nem tudo fica

A obra inteira de uma vida

O que se move

E o que nunca vai se mover êê, êê

Se mover êê, êê


O passado está escrito

Nas colunas de um edifício

Ou na geleira

Onde um mamute foi morrer


O tempo engana aqueles que pensam

Que sabem demais que juram que pensam

Existem também aqueles que juram sem saber


O tempo passa e nem tudo fica

A obra inteira de uma vida

O que se move

E o que nunca vai se mover êê, êê


O tempo passa e nem tudo fica

A obra inteira de uma vida

O que se move

E o que nunca vai se mover êê, êê

Se mover êê, êê



Todos os dias quando acordo

Não tenho mais

O tempo que passou

Mas tenho muito tempo

Temos todo o tempo do mundo


Todos os dias

Antes de dormir

Lembro e esqueço

Como foi o dia

Sempre em frente

Não temos tempo a perder


Nosso suor sagrado

É bem mais belo

Que esse sangue amargo

E tão sério

E selvagem! Selvagem!

Selvagem!


Veja o sol

Dessa manhã tão cinza

A tempestade que chega

É da cor dos teus olhos

Castanhos


Então me abraça forte

E diz mais uma vez

Que já estamos

Distantes de tudo


Temos nosso próprio tempo

Temos nosso próprio tempo

Temos nosso próprio tempo


Não tenho medo do escuro

Mas deixe as luzes

Acesas agora


O que foi escondido

É o que se escondeu

E o que foi prometido

Ninguém prometeu

Nem foi tempo perdido

Somos tão jovens

Tão jovens! Tão jovens!


quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

2021 foi um dos anos mais tristes da História brasileira.

 

Essas enchentes do final de ano na Bahia, Tocantins, e Minas talvez represente as lágrimas que como povo guardamos, diante de tantos sofrimentos. Sim, somos culpados de ter nascido brasileiros ? Somos culpados de tanta ignorância e burrice de nossos dirigentes como Bolsonaro e Paulo Guedes, ou outros há décadas no poder como Lula e Coronel Ciro Gomes ? Somos culpados pelos roubos dos cofres públicos brasileiros de políticos ladrões ?  Somos culpados pela fome e desemprego de milhões de brasileiros ? Somos culpados por ter o pior STF do mundo que simboliza para o Brasileiros a injustiça, a desordem e o caos dos interesses dos poderosos brasileiros.  



O mundo olha para o Brasil como um Paraíso ambiental, o celeiro  e o pulmão do mundo, mas quanto de sua riqueza sacia a fome e a miséria brasileira ? Quanto uma das maiores economias do mundo gera de igualdade de oportunidades? A mesma chance para seu povo ascender socialmente pela educação e trabalho ? e não pelo crime e roubo como políticos e crime organizado ?



Nossas lágrimas representam a dor mas também significam o início da revolta e luta por dias melhores. Nossa dor só será curada quando compreendermos que não devemos lutar por gangue A ou B de políticos rivais, mas pelo que nos une, em torno de causas e projetos comuns para os Brasileiros. Se temos que priorizar o trabalho, a educação, a fome, a habitação, a proteção de nossa natureza não importa a ordem, pois uma causa leva a outra para construir um projeto de nação com diálogo e Democracia. 



Mas a política brasileira exige escolher um lado, mas nenhum deles é isento de corrupção, nem dialoga sobre um projeto de Brasil, apenas usa os sonhos e energia das pessoas para fortalecer projetos pessoais com baixo ou nenhum compromisso com o coletivo nem causas. 



O que podemos fazer em 2022 para que não se repitam as tragédias ? Elas funcionam como auto profecia de um povo que sofre todas as consequências da omissão, silêncio e impunidade das autoridades. Elas negam os direitos das políticas públicas que reduziram os efeitos das enchentes, da fome, violências e outras brutais desigualdades. Elas existem lado a lado da luxúria de poucos, corrupção, desperdícios e delirantes gastos com o dinheiro público. A prioridade tem sido a vontade do Rei sem Democracia. 



É urgente ressignificar o poder e com ele o valor da vida de qualquer pessoa e do planeta Terra. Por isso temos que colocar os pés nas ruas, conversarmos mais com diferentes pessoas, enraizar nossos compromissos com grupos de classes e raças diferentes das nossas, pois são essas vivências que produzem outras verdades e com elas a construção de outras histórias. Democratizar responsabilidades é assumir que independente de que partido ganhe as eleições, estaremos juntos cobrando os compromissos assumidos sem delegar a ninguém essa tarefa cotidiana. A participação ativa deve ser uma prioridade nacional, criar instrumentos de governos como plebiscitos e outros instrumentos de democracia direta que recoloque a participação cidadã como principal ativo estratégico da luta de um povo por seus direitos e deveres. 



Os vínculos sociais são mais importantes que os votos. Eles constroem a médio e longo prazo um horizonte para uma nação. Os vínculos ampliam os círculos com os quais se governa e dão propósito ao poder. Temos que aprender a estar nas ruas ao mesmo tempo que podemos contribuir com os governos democráticos da situação e da oposição. A nossa função no jogo eleitoral é mostrar as forças das ruas, mas que sejam expressão das vozes das comunidades, incluindo suas pequenas empresas, escolas, artistas, projetos sociais e ambientais, e outros que se organizam em torno de objetivos e prioridades comuns. Ampliar a cidadania de todos é um processo chave que temos coragem de ousar por novas formas de ser, viver e governar. A Juventude clama por suas vidas, seus sonhos não cabem mais em suas urnas e governos autoritários burocratas decadentes que falam de política sem amor nem causas.



Em 2022 é com mais Democracia, participação e diálogo que vamos superar nossas tragédias históricas. É em nome dos que morreram ou pagaram com suas vidas e mortes, que podemos transformar pequenas conquistas em grandes passos em direção a um projeto de nação, negociado com as lutas e as vozes da maioria do povo brasileiro.    



Egidio Guerra

Empreendendo sonhos de um pequeno grão de terra a Terra da Sabedoria.


terça-feira, 28 de dezembro de 2021

As cinco dificuldades para escrever a verdade – Bertolt Brecht



Por Revista Prosa Verso e Arte -



“Como é difícil dizer a verdade, já que por toda a parte a sufocam, dizê-la ou não parece à maioria uma simples questão de honestidade. Muitas pessoas pensam que quem diz a verdade só precisa de coragem. Esquecem a segunda dificuldade, a que consiste em descobri-la. Não se pode dizer que seja fácil encontrar a verdade.”


As cinco dificuldades para escrever a verdade
por Bertolt Brecht – poeta e dramaturgo alemão (texto escrito em 1934). tradução Ernesto Sampaio. publicado no “Diário de Lisboa”, em 25 de abril de 1982. 


Hoje, o escritor que deseje combater a mentira e a ignorância tem de lutar, pelo menos, contra cinco dificuldades. É-lhe necessária a coragem de dizer a verdade, numa altura em que por toda a parte se empenham em sufocá-la; a inteligência de a reconhecer, quando por toda a parte a ocultam; a arte de a tornar manejável como uma arma; o discernimento suficiente para escolher aqueles em cujas mãos ela se tornará eficaz; finalmente, precisa de ter habilidade para difundir entre eles. Estas dificuldades são grandes para os que escrevem sob o jugo do fascismo; aqueles que fugiram ou foram expulsos também sentem o peso delas; e até os que escrevem num regime de liberdades burguesas não estão livres da sua acção.


1- A CORAGEM DE DIZER A VERDADE


É evidente que o escritor deve dizer a verdade, não a calar nem a abafar, e nada escrever contra ela. É sua obrigação evitar rebaixar-se diante dos poderosos, não enganar os fracos, naturalmente, assim como resistir à tentação do lucro que advém de enganar os fracos. Desagradar aos que tudo possuem equivale a renunciar seja o que for. Renunciar ao salário do seu trabalho equivale por vezes a não poder trabalhar, e recusar ser célebre entre os poderosos é muitas vezes recusar qualquer espécie de celebridade. Para isso precisa-se de coragem. As épocas de extrema opressão costumam ser também aquelas em que os grandes e nobres temas estão na ordem do dia. Em tais épocas, quando o espírito de sacrifício é exaltado ruidosamente, precisa o escritor de muita coragem para tratar de temas tão mesquinhos e tão baixos como a alimentação dos trabalhadores e o seu alojamento.


Quando os camponeses são cobertos de honrarias e apontados como exemplo, é corajoso o escritor que fala da maquinaria agrícola e dos pastos baratos que aliviariam o tão exaltado trabalho dos campos. Quando todos os altifalantes espalham aos quatro ventos que o ignorante vale mais do que o instruído, é preciso coragem para perguntar: vale mais porquê? Quando se fala de raças nobres e de raças inferiores, é corajoso o que pergunta se a fome, a ignorância e a guerra não produzem odiosas deformidades. É igualmente necessária coragem para se dizer a verdade a nosso próprio respeito, sobre os vencidos que somos. Muitos perseguidos perdem a faculdade de reconhecer as suas culpas. A perseguição parece-lhes uma monstruosa injustiça. Os perseguidores são maus, dado que perseguem, e eles, os perseguidos, são perseguidos por causa da sua virtude. Mas essa virtude foi esmagada, vencida, reduzida à impotência. Bem fraca virtude ela era! Má, inconsistente e pouco segura virtude, pois não é admissível aceitar a fraqueza da virtude como se aceita a humidade da chuva. É necessária coragem para dizer que os bons não foram vencidos por causa da sua virtude, mas antes por causa da sua fraqueza. A verdade deve ser mostrada na sua luta com a mentira e nunca apresentada como algo de sublime, de ambíguo e de geral; este estilo de falar dela convém justamente à mentira. Quando se afirma que alguém disse a verdade é porque houve outros, vários, muitos ou um só, que disseram outra coisa, mentiras ou generalidades, mas aquele disse a verdade, falou em algo de prático, concreto, impossível de negar, disse a única coisa que era preciso dizer.


Não se carece de muita coragem para deplorar em termos gerais a corrupção do mundo e para falar num tom ameaçador, nos sítios onde a coisa ainda é permitida, da desforra do Espírito. Muitos simulam a bravura como se os canhões estivessem apontados sobre eles; a verdade é que apenas servem de mira a binóculos de teatro. Os seus gritos atiram algumas vagas e generalizadas reivindicações, à face dum mundo onde as pessoas inofensivas são estimadas. Reclamam em termos gerais uma justiça para a qual nada contribuem, apelam pela liberdade de receber a sua parte dum espólio que sempre têm partilhado com eles. Para esses, a verdade tem de soar bem. Se nela só há aridez, números e factos, se para a encontrar forem precisos estudos e muito esforço, então essa verdade não é para eles, não possui a seus olhos nada de exaltante. Da verdade, só lhes interessa o comportamento exterior que permite clamar por ela. A sua grande desgraça é não possuírem a mínima noção dela.


2- A INTELIGÊNCIA DE RECONHECER A VERDADE


Como é difícil dizer a verdade, já que por toda a parte a sufocam, dizê-la ou não parece à maioria uma simples questão de honestidade. Muitas pessoas pensam que quem diz a verdade só precisa de coragem. Esquecem a segunda dificuldade, a que consiste em descobri-la. Não se pode dizer que seja fácil encontrar a verdade.


Em primeiro lugar, já não é fácil descobrir qual verdade merece ser dita. Hoje, por exemplo, as grandes nações civilizadas vão soçobrando uma após outra na pior das barbáries diante dos olhos pasmados do universo.


Acresce ainda o facto de todos sabermos que a guerra interna, dispondo dos meios mais horríveis, pode transformar-se dum momento para o outro numa guerra exterior que só deixará um montão de escombros no sitio onde outrora havia o nosso continente. Esta é uma verdade que não admite dúvidas, mas é claro que existem outras verdades. Por exemplo: não é falso que as cadeiras sirvam para a gente se sentar e que a chuva caia de cima para baixo. Muitos poetas escrevem verdades deste género. Assemelham-se a pintores que esboçassem naturezas mortas a bordo dum navio em risco de naufragar. A primeira dificuldade de que falamos não existe para eles, e contudo têm a consciência tranquila. “Esgalham” o quadro num desprezo soberano pelos poderosos, mas também sem se deixarem impressionar pelos gritos das vítimas. O absurdo do seu comportamento engendra neles um “profundo” pessimismo que se vende bem; os outros é que têm motivos para se sentirem pessimistas ao verem o modo como esses mestres se vendem. Já nem sequer é fácil reconhecer que as suas verdades dizem respeito ao destino das cadeiras e ao sentido da chuva: essas verdades soam normalmente de outra maneira, como se estivessem relacionadas com coisas essenciais, pois o trabalho do artista consiste justamente em dar um ar de importância aos temas de que trata.


Só olhando os quadros de muito perto é que podemos discernir a simplicidade do que dizem: “Uma cadeira é uma cadeira” e “Ninguém pode impedir a chuva de cair de cima para baixo”. As pessoas não encontram ali a verdade que merece a pena ser dita.


Alguns consagram-se verdadeiramente às tarefas mais urgentes, sem medo aos poderosos ou á pobreza, e no entanto não conseguem encontrar a verdade. Faltam-lhe conhecimentos. As velhas superstições não os largam, assim como os preconceitos ilustres que o passado frequentemente revestiu de uma forma bela. Acham o mundo complicado em demasia, não conhecem os dados nem distinguem as relações. A honestidade não basta; são precisos conhecimentos que se podem adquirir e métodos que se podem aprender. Todos os que escrevem sobre as complicações desta época e sobre as transformações que nela ocorrem necessitam de conhecer a dialéctica materialista, a economia e a história. Estes conhecimentos podem adquirir-se nos livros e através da aprendizagem prática, por mínima que seja a vontade necessária. Muitas verdades podem ser encontradas com a ajuda de meios bastante mais simples, através de fragmentos de verdades ou dos dados que conduzem à sua descoberta. Quando se quer procurar, é conveniente ter-se um método, mas também se pode encontrar sem método e até sem procura. 


Contudo, através dos diversos modos como o acaso se exprime, não se pode esperar a representação da verdade que permite aos homens saber como devem agir. As pessoas que só se empenham em anotar os factos insignificantes são incapazes de tornar manejáveis as coisas deste mundo. O objectivo da verdade é uno e indivisível. As pessoas que apenas são capazes de dizer generalidades sobre a verdade não estão à altura dessa obrigação.


Se alguém está pronto a dizer a verdade e é capaz de a reconhecer, ainda tem de vencer três dificuldades.


3-A ARTE DE TORNAR A VERDADE MANEJÁVEL COMO UMA ARMA


O que torna imperiosa a necessidade de dizer a verdade são as consequências que isso implica no que diz respeito à conduta prática. Como exemplo de verdade inconsequente ou de que se poderão tirar consequências falsas, tomemos o conceito largamente difundido, segundo o qual em certos países reina um estado de coisas nefasto, resultante da barbárie. Para esta concepção, o fascismo é uma vaga de barbárie que alagou certos países com a violência de um fenómeno natural.


Os que assim pensam, entendem o fascismo como um novo movimento, uma terceira força justaposta ao capitalismo e ao socialismo (e que os domina). Para quem partilha esta opinião, não só o movimento socialista, mas também o capitalismo teriam podido, se não fosse o fascismo, continuar a existir, etc. Naturalmente que se trata de uma afirmação fascista, de uma capitulação perante o fascismo. O fascismo é uma fase histórica na qual o capitalismo entrou; por consequência, algo de novo e ao mesmo tempo de velho. 


Nos países fascistas, a existência do capitalismo assume a forma do fascismo, e não é possível combater o fascismo senão enquanto capitalismo, senão enquanto forma mais nua, mais cínica, mais opressora e mais mentirosa do capitalismo.


Como se poderá dizer a verdade sobre o fascismo que se recusa, se quem diz essa verdade se abstêm de falar contra o capitalismo que engendra o fascismo? Qual será o alcance prático dessa verdade?


Aqueles que estão contra o fascismo sem estar contra o capitalismo, que choramingam sobre a barbárie causada pela barbárie, assemelham-se a pessoas que querem receber a sua fatia de assado de vitela, mas não querem que se mate a vitela. Querem comer vitela, mas não querem ver sangue. Para ficarem contentes, basta que o magarefe lave as mãos antes de servir a carne. Não são contra as relações de propriedade que produzem a barbárie, mas são contra a barbárie.


As recriminações contra as medidas bárbaras podem ter uma eficácia episódica, enquanto os auditores acreditarem que semelhantes medidas não são possíveis na sociedade onde vivem. Certos países gozam do raro privilégio de manter relações de propriedade capitalistas por processos aparentemente menos violentos. A democracia ainda lhes presta os serviços que noutras partes do mundo só podem ser prestados mediante o recurso à violência, quer dizer, aí a democracia chega para garantir a propriedade privada dos meios de produção. O monopólio das fábricas, das minas, dos latifúndios gera em toda a parte condições bárbaras; digamos que em alguns sítios a democracia torna essas condições menos visíveis. A barbárie torna-se visível logo que o monopólio já só pode encontrar protecção na violência nua.


Certas nações que conseguem preservar os monopólios bárbaros sem renunciar às garantias formais do direito, nem a comodidades como a arte, a filosofia, a literatura, acolhem carinhosamente os hóspedes cujos discursos procuram desculpar o seu país natal de ter renunciado a semelhantes confortos: tudo isso lhes será útil nas guerras vindouras. É licito dizer-se que reconheceram a verdade, aqueles que reclamam a torto e a direito uma luta sem quartel contra a Alemanha, apresentada como verdadeira pátria do mal da nossa época, sucursal do inferno, caverna do Anticristo? Desses, não será exagerado pensar que não passam de impotentes e nefastos imbecis, já que a conclusão do seu blá-blá-blá aponta para a destruição desse pais inteiro e de todos os seus habitantes (o gás asfixiante, quando mata, não escolhe os culpados).


O homem frívolo, que não conhece a verdade, exprime-se através de generalidades, em termos nobres e imprecisos. Encanta-o perorar sobre “os” alemães ou lançar-se em grandes tiradas sobre “o” Mal, mas a verdade é que nós, aqueles a quem o homem frívolo fala, ficamos embaraçados, sem saber que fazer de semelhantes ditames. Afinal de contas, o nosso homem decidiu deixar de ser alemão? E lá por ele ser bom, o inferno vai desaparecer? São desta espécie as grandes frases sobre a barbárie. Para os seus autores, a barbárie vem da barbárie e desaparece graças à educação moral que vem da educação. Que miséria a destas generalidades, que não visam qualquer aplicação pratica e, no fundo, não se dirigem a ninguém.


Não nos admiremos que se digam de esquerda, “mas” democratas, os que só conseguem elevar-se a tão fracas e improfícuas verdades. A “esquerda democrática” é outra destas generalidades-álibís onde correm a acoitar-se as pessoas inconsequentes, isto é, os incapazes de viver até as últimas consequências as verdades que quer a esquerda, quer a democracia contêm. Reclamar-se alguém da “esquerda democrática” significa, em termos práticos, que pertence ao grupo dos ineptos para revolucionar ou conservar as coisas, ao clã dos generalistas da verdade.


Não é a mim, fugido da Alemanha com a roupa que tinha no corpo, que me vão apresentar o fascismo como uma espécie de força motriz natural impossível de dominar. A escuridade dessas descrições esconde as verdadeiras forças que produzem as catástrofes. Um pouco de luz, e logo se vê que são homens a causa das catástrofes. Pois é, amigos: vivemos num tempo em que o homem é o destino do homem.


O fascismo não é uma calamidade natural, que se possa compreender a partir da “natureza” humana. Mas mesmo confrontados com catástrofes naturais, há um modo de descrevê-las digno do homem, um modo que apela para as suas qualidades combativas.


O cronista de grandes catástrofes como o fascismo e a guerra (que não são catástrofes naturais) deve elaborar uma verdade praticável, mostrar as calamidades que os que possuem os meios de produção infligem às massas imensas dos que trabalham e não os possuem.


Se se pretende dizer eficazmente a verdade sobre um mau estado de coisas, é preciso dizê-la de maneira que permita reconhecer as suas causas evitáveis. Uma vez reconhecidas as causas evitáveis, o mau estado de coisas pode ser combatido.



4- DISCERNIMENTO SUFICIENTE PARA ESCOLHER OS QUE TORNARÃO A VERDADE EFICAZ


Tirando ao escritor a preocupação pelo destino dos seus textos, as usanças seculares do comércio da coisa escrita no mercado das opiniões deram-lhe a impressão de que a sua missão terminava logo que o intermediário, cliente ou editor, se encarregava de transmitir aos outros a obra acabada. O escritor pensava: falo e ouve-me quem me quiser ouvir. Na verdade, ele falava e quem podia pagar ouvia-o. Nem todos ouviam as suas palavras, e os que as ouviam não estavam dispostos a ouvir tudo o que se lhes dizia. Tem-se falado muito desta questão, mas mesmo assim ainda não chega o que se tem dito: limitar-me-ei aqui a acentuar que “escrever a alguém” tornou-se pura e simplesmente “escrever”. Ora não se pode escrever a verdade e basta: é absolutamente necessário escrevê-la a “alguém” que possa tirar partido dela. O conhecimento da verdade é um processo comum aos que lêem e aos que escrevem. Para dizer boas coisas, é preciso ouvir bem e ouvir boas coisas. A verdade deve ser pesada por quem a diz e por quem a ouve. E para nós que escrevemos, é essencial saber a quem a dizemos e quem no-la diz.


Devemos dizer a verdade sobre um mau estado de coisas àqueles que o consideram o pior estado de coisas, e é desses que devemos aprender a verdade. Devemos não só dirigir-nos às pessoas que têm uma certa opinião, mas também aos que ainda a não têm e deviam tê-la, ditada pela sua própria situação. Os nossos auditores transformam-se continuamente! Até se pode falar com os próprios carrascos quando o prémio dos enforcamentos deixa de ser pago pontualmente ou o perigo de estar com os assassinos se torna muito grande. Os camponeses da Baviera não costumam querer nada com revoluções, mas quando as guerras duram demais e os seus filhos, no regresso, não arranjam trabalho nas quintas, tem sido possível ganhá-los para a revolução.


Para quem escreve, é importante saber encontrar o tom da verdade. Um acento suave, lamentoso, de quem é incapaz de fazer mal a uma mosca, não serve. Quem, estando na miséria, ouve tais lamúrias, sente-se ainda mais miserável. Em nada o anima a cantilena dos que, não sendo seus inimigos, não são certamente seus companheiros de luta. A verdade é guerreira, não combate só a mentira, mas certos homens bem determinados que a propagam.


5- HABILIDADE PARA DIFUNDIR A VERDADE


Muitos, orgulhosos de ter a coragem de dizer a verdade, contentes por a terem encontrado, porventura fatigados com o esforço necessário para lhe dar uma forma manejável, aguardam impacientemente que aqueles cujos interesses defendem a tomem em suas mãos e consideram desnecessário o uso de manhas e estratagemas para a difundir. Frequentemente, é assim que perdem todo o fruto do seu trabalho. Em todos os tempos, foi necessário recorrer a “truques” para espalhar a verdade, quando os poderosos se empenhavam em abafá-la e ocultá-la. Confúcio falsificou um velho calendário histórico nacional, apenas lhe alterando algumas palavras. Quando o texto dizia: “o senhor de Kun condenou à morte o filósofo Wan por ter dito frito e cozido”, Confúcio substituía “condenou à morte” por “assassinou”. Quando o texto dizia que o Imperador Fulano tinha sucumbido a um atentado, escrevia “foi executado”. Com este processo, Confúcio abriu caminho a uma nova concepção da história.


Na nossa época, aquele que em vez de “povo”, diz “população”, e em lugar de terra”, fala de “latifúndio”, evita já muitas mentiras, limpando as palavras da sua magia de pacotilha. A palavra “povo” exprime uma certa unidade e sugere interesses comuns; a “população” de um território tem interesses diferentes e opostos. Da mesma forma, aquele que fala em “terra” e evoca a visão pastoral e o perfume dos campos favorece as mentiras dos poderosos, porque não fala do preço do trabalho e das sementes, nem no lucro que vai parar aos bolsos dos ricaços das cidades e não aos dos camponeses que se matam a tornar fértil o “paraíso”. “Latifúndio” é a expressão justa: torna a aldrabice menos fácil. Nos sítios onde reina a opressão, deve-se escolher, em vez de “disciplina”, a palavra “obediência”, já que mesmo sem amos e chefes a disciplina é possível, e caracteriza-se portanto por algo de mais nobre que a obediência. Do mesmo modo, “dignidade humana” vale mais do que “honra”: com a primeira expressão o indivíduo não desaparece tão facilmente do campo visual; por outro lado, conhece-se de ginjeira o género de canalha que costuma apresentar-se para defender a honra de um povo, e com que prodigalidade os gordos desonrados distribuem “honrarias” pelos famélicos que os engordam.


Ao substituir avaliações inexactas de acontecimentos nacionais por notações exactas, o método de Confúcio ainda hoje é aplicável. Lénine, por exemplo, ameaçado pela polícia do czar, quis descrever a exploração e a opressão da ilha Sakalina pela burguesia russa.


Substituiu “Rússia” por “Japão” e “Sakalina” por “Coreia”. Os métodos da burguesia japonesa faziam lembrar a todos os leitores os métodos da burguesia russa em Sakalina, mas a brochura não foi proibida, porque o Japão era inimigo da Rússia. Muitas coisas que não podem ser ditas na Alemanha a propósito da Alemanha, podem sê-lo a propósito da Áustria. Há muitas maneiras de enganar um Estado vigilante.


Voltaire combateu a fé da Igreja nos milagres, escrevendo um poema libertino sobre a Donzela de Orleans, no qual são descritos os milagres que sem dúvida foram necessários para Joana d’Arc permanecer virgem no exército, na Corte e no meio dos frades.


Pela elegância do seu estilo e a descrição de aventuras galantes inspiradas na vida relaxada das classes dirigentes, levou estas a sacrificar uma religião que lhes fornecia os meios de levar essa vida dissoluta. Mais e melhor deu assim às suas obras a possibilidade de atingir por vias ilegais aqueles a quem eram destinadas. Os poderosos que Voltaire contava entre os seus leitores favoreciam ou toleravam a difusão dos livros proibidos, e desse modo sacrificavam a polícia que protegia os seus prazeres. E o grande Lucrécio sublinha expressamente que, para propagar o ateísmo epicurista confiava muito na beleza dos seus versos.


Não há dúvida de que um alto nível literário pode servir de salvo-conduto à expressão de uma ideia. Contudo, muitas vezes desperta suspeitas. Então, pode ser indicado baixá-lo intencionalmente. É o que acontece, por exemplo, quando sob a forma desprezada do romance policial, se introduz à socapa, em lugares discretos, a descrição dos males da sociedade. O grande Shakespeare baixou o seu nível por considerações bem mais fracas, quando tratou com uma voluntária ausência de vigor o discurso com que a mãe de Coriolano tentou travar o filho, que marchava sobre Roma: Shakespeare pretendia que Coriolano desistisse do seu projecto, não por causa de razões sólidas ou de uma emoção profunda, mas por uma certa fraqueza de carácter que o entregava aos seus velhos hábitos. Encontramos igualmente em Shakespeare um modelo de manhas na difusão da verdade: o discurso de Marco António perante o corpo de César, quando repete com insistência que Brutus, assassino de César, é um homem honrado, descrevendo ao mesmo tempo o seu acto, e a descrição do acto provoca mais impressão que a do autor.


Jonathan Swift propôs numa das suas obras o seguinte meio de garantir o bem-estar da Irlanda: meter em salmoura os filhos dos pobres e vendê-los como carniça no talho. Através de minuciosos cálculos, provava que se podem fazer grandes economias quando não se recua diante de nada. Swift armava voluntariamente em imbecil, defendendo uma maneira de pensar abominável e cuja ignomínia saltava aos olhos de todos. O leitor podia-se mostrar mais inteligente, ou pelo menos mais humano que Swift, sobretudo aquele que ainda não tinha pensado nas consequências decorrentes de certas concepções.


São consideradas baixas as actividades úteis aos que são mantidos no fundo da escala: a preocupação constante pela satisfação de necessidades; o desdém pelas honrarias com que procuram engodar os que defendem o país onde morrem de fome; a falta de confiança no chefe quando o chefe nos leva a todos à catástrofe; a falta de gosto pelo trabalho quando ele não alimenta o trabalhador; o protesto contra a obrigação de ter um comportamento de idiotas; a indiferença para com a família, quando de nada serve a gente interessar-se por ela. Os esfomeados são acusados de gulodice; os que não têm nada a defender, de cobardia; os que duvidam dos seus opressores, de duvidar da sua própria força; os que querem receber a justa paga pelo seu trabalho, de preguiça, etc.


Numa época como a nossa, os governos que conduzem as massas humanas à miséria, têm de evitar que nessa miséria se pense no governo, e por isso estão sempre a falar em fatalidade. Quem procura as causas do mal, vai parar à prisão antes que a sua busca atinja o governo. Mas é sempre possível opormo-nos à conversa fiada sobre a fatalidade: pode-se mostrar, em todas as circunstâncias, que a fatalidade do homem é obra de outros homens. Até na descrição de uma paisagem se pode chegar a um resultado conforme à verdade, quando se incorporam à natureza as coisas criadas pelo homem.


RECAPITULAÇÃO


A grande verdade da nossa época (só seu conhecimento em nada nos faz avançar, mas sem ela não se pode alcançar nenhuma outra verdade importante) é que o nosso continente se afunda na barbárie porque nele se mantêm pela violência determinadas relações de propriedade dos meios de produção. De que serve escrever frases corajosas mostrando que é bárbaro o estado de coisas em que nos afundamos (o que é verdade), se a razão de termos caído nesse estado não se descortina com clareza? É nossa obrigação dizer que, se se tortura, é para manter as relações de propriedade. Claro que ao dizermos isso perdemos muitos amigos; aqueles que são contra a tortura porque julgam ser possível manter sem ela as relações de propriedade (o que é falso).


Devemos dizer a verdade sobre as condições bárbaras que reinam no nosso país a fim de tornar possível a acção que as fará desaparecer, isto é, que transformará as relações de propriedade.


Devemos dizê-la aos que mais sofrem com as relações de propriedade e estão mais interessados na sua transformação, ou seja: aos operários e aos que podemos levar a aliarem-se com eles, por não serem proprietários dos meios de produção, embora associados aos lucros e benefícios da exploração de quem produz. E, é claro, devemos proceder com astúcia.


Devemos resolver em conjunto, e ao mesmo tempo, estas cinco dificuldades, já que não podemos procurar a verdade sobre condições bárbaras sem pensar nos que sofrem essas condições e estão dispostos a utilizar esse conhecimento. Além disso, temos de pensar em apresentar-lhes a verdade sob uma forma susceptível de se transformar numa arma nas suas mãos, e simultaneamente com a astúcia suficiente para que a operação não seja descoberta e impedida pelo inimigo.


São estas as virtudes exigidas ao escritor empenhado em dizer a verdade.

2022 ! O ano da Revolta e Rebeldia brasileira !


Escassez e Abundância, Controle e Liberdade, Ciência e saberes locais, Arte e técnica, Educação e Guerras, Espiritualidade e matéria, Saúde e doença, tecnologia e meio ambiente, diversidade e monocultura, sociedade e família, vida e morte!

Viver essas dialéticas e sinteses são o currículo da vida e do mundo! Não existe uma mensagem que pode mudar vidas e o mundo. O que existe é a capacidade que desenvolvemos ao longo da vida para escolher e lidar com essas dinâmicas. A revolta e a rebeldia brasileira pode vir das periferias e da classe média mas virá dos jovens. 



Não importa se Capitalismo como o Canada ou FHC, ou Socialista como a China e o PT. Por aqui no Brasil nada mudou! Porque o Canadá e a China em 30 anos transformaram a vida de milhões de pessoas, transformando pobreza em riqueza, incluindo imigrantes ou o comércio com outros países! No Brasil a cultura do roubo e da escravidão estão presentes ate hoje na cultura de nossos dirigentes. Eles não buscam outros caminhos, outras formas de viver e governar. A escassez, o controle, a guerra, a monocultura, a família sem nação, e a morte são nossas escolhas diárias cercados por guerras civis . As ilusões do peemedebismo, as oligarquias há décadas no poder, as falsas esquerdas como o PT, o Presidencialismo de coalizão, a falsa República das Oligarquias, as Ditaduras e suas anistias, sempre buscamos limitar as revoltas e criamos ficções de paz às custas de milhões de vidas para manter no poder os mesmos idiotas de sempre.



O Estado e as políticas públicas não mudam vidas diferente do Canadá, China e outros países. As desigualdades e violências imperam diante da miséria e da falta de educação. Onde a compra do voto, fundo eleitoral, corrupção e o uso do Estado em benefício privado são meios brutais que evitam nas raízes, a reflexão sobre nossas vidas e nação! As mudanças de comportamentos e atitudes exigem que todos façam sua parte e não apenas alguns. Por exemplo, o Presidente Chileno Gabriel Boric de esquerda é o que sua nação exige como caminho para mudanças necessárias. O que a direita chilena compreende que é melhor que destruir a nação, como observamos nas revoltas do povo em busca de dignidade. 



Criar e ampliar mercados, é melhor que pobreza e violências. Desenvolvimento como Liberdade é melhor que controle politico e guerras. Desenvolver tecnologias, preservar nossa natureza, incentivar a diversidade cultural e artística, criar diálogos entre espiritualidades distintas, apoiar com crédito pequenas e médias empresas, educar com qualidade, proteger nossa primeira infância, e valorizar nossos cientistas são vários caminhos que fortalecem nossa economia, nação e mudam vidas. Esses caminhos são melhores que politicagem de esquerda e direita, falsos lideres, e outras ilusões que vão pautar nossa campanha presidencial, mais do mesmos. A revolta e a rebeldia vão mudar tudo isso e não será pela paz infelizmente! 



Punição no Brasil apenas para os pobres. Enquanto os caminhos da corrupção, impunidades, e mentiras estão pautados como sempre sobre o silêncio da mídia, judiciário, elites, oligarquias e gangues partidárias. Cada um com a fatia do bolo pronto para negociar apoios, tempo de TV, ideologias, currais e feudos eleitorais, empresas sócias do Estado, tudo a venda ! E milhões de vidas, a política e a Economia de verdade ? Não aparece porque Lula, Bolsonaro, Ciro e outros são frutos dessas mentiras, negociações de poder e pactos que impedem que líderes surjam para escrever a história por outros caminhos. A revolta continua sendo o único e o melhor caminho para mudar o Brasil de baixo para cima é assim que a História é escrita. Às vezes pela fome, excessos de delírios como Bolsonaro, revolta contra a corrupção, brutais desigualdades e a perda de milhões de vidas pela Covid, pobreza e assassinados pela violência.   


   

Enquanto outros países lutam contra a escassez, nós desperdiçamos nossa abundância. No Brasil fazemos de tudo para controlar as pessoas, ao invés de construirmos juntos nossas liberdades. Potencializar e unir a ciência com saberes locais como hoje aprendemos com a Amazônia. Unir nosso potencial criativo da Arte somado às técnicas. Priorizando Educação, ao invés de Guerras que gastamos 300 bilhões por ano com presídios, polícia e segurança privada. Conectar nossas Espiritualidades com a matéria gerando saúde e não mais doenças pela fome e falta de esgoto. Sim, temos milhares de caminhos para integrar tecnologias e meio ambiente, fortalecer nossa diversidade, sociedade e famílias, ao mesmo tempo cuidando de vidas. Porém esses caminhos são diferentes da esquerda e direita brasileiras que esvaziaram o conteúdo dessas palavras para proteger os Donos do poder, vendendo seus serviços de políticos a serem pagos com corrupção e impunidade. Cuidado aprenda a diferenciar a cantiga dos pássaros e das serpentes.




sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

AOS NOSSOS FILHOS! TICK TICK… BOOM ! A MÃO DE DEUS! 1730 dias!



Os livros e filmes podem ter um papel essencial na terapia psicológica de uma geração de jovens em busca de encontrar caminhos numa sociedade caótica e distópica. Claro que todos preferem curar seus inimigos do que atacá-los como fez o Homem Aranha de preferência com três pessoas idênticas a você oriundas do Multiverso. Assim como Neo ressuscita para destruir novamente a Matrix como Cristo ? Mas sem esquecer que sua imaginação deve estar liberta para enxergar a verdadeira Matrix, do qual o filme e a indústria cultural da Marvel e DC buscam aprisionar em seus filmes. 


Cito esses filmes mais famosos porque outros filmes pouco divulgados como Tick Tick…Boom ! e A mão de Deus tem o poder de libertar a vida e a imaginação de jovens por caminhos mais simples e reais. O ritmo psicológico de nossas vidas depende de acontecimentos que independem de nossas decisões ou outros que resolvemos experimentar. A soma ou a diferença entre eles gera um conjunto de reflexões e aprendizados, mas pode nos sugerir desafios sobre os próximos passos de nossas vidas.



Antes de completar 30 anos, uma idade emblemática para Renato Russo ou para a ONU, é considerado o primeiro ano da fase adulta, ou o fim da juventude! Que tal transformar os acontecimentos do seu cotidiano em música ? Que tal pensar sua vida ou o amor como a música Eduardo e Mônica ? É com a matéria prima de nossa realidade que vamos construir nosso ser, sonhos e claro; a auto terapia de nossas memórias. Possuímos várias coisas que nem sempre valorizamos; nossas pequenas conquistas. Chegou a hora de parar o relógio, tirar uma folga, refletir, isso é melhor do que deitar e chorar. Hora de comemorar seu aniversário mesmo que sozinho, dançando e cantando com sua mente. Siga o relógio tick, tick e Boom. A mão de Deus vai agir, mas você está pronto para entender o que ela provoca em suas vida e escolhas ?



Não escolhemos nossas famílias, mas temos a oportunidade de conhecer as histórias e memórias que deram forma e início as nossas vidas da infância à juventude. Muitas vezes não escolhemos o amor, ele simplesmente acontece, mas podemos nos conhecer mais para compreender o que amamos e porque ? Por exemplo o amor aos parentes preferidos que por diversos caminhos conquistaram nossa atenção, a busca por amigos e sexo, a paixão pelo futebol ou a musica, a relação com nossos pais, ou diversos acontecimentos que não controlamos mas que impactaram nossas  vidas, somados são caminhos que marcaram nossas vidas com ou sem a mão de Deus! Nessa jornada da vida imaginamos coisas, desejamos o proibido, nos encantamos com vários tipos de musas, e claro sofremos, choramos, gritamos e cantamos nossas músicas ou somos despertados pelos filmes de nossa vida. 



O que você pode fazer com tudo isso ? O que um Gol ou outro acontecimento pode provocar mudanças em sua vida ? O ritmo da música ou as cenas de um filme podem despertar a compreensão da sua própria história como um personagem de um musical ou um filme sobre sua vida!  Essas são as histórias desses dois filmes: Tic tac, Tic tac.. Boom! e A Mão de Deus. Que legal eles estão concorrendo ao Oscar e a mudar suas vidas! Antes de completar 30 anos! 



Eu sou cineasta, estudo psicologia e educação visando transformar vidas. As músicas sempre foram a trilha sonora de minha vida e palestras. As cenas dos filmes continuam a me inspirar que existem milhares de formas de ser e viver, que somos personagens de nossa própria história, e podemos criar os roteiros e cenários que ganham vidas com nossas palavras e atitudes. Vivemos na Terra do Nunca buscando vivê-la com a Sininho que nos ensina a lutar e proteger nossos sonhos. Mas o relógio não pára, às vezes queremos que seja um sonho e podemos escolher acordar em outro mundo! Aprendemos nessa jornada a gritar, lutar e dizer não! A psicologia não resolve sozinha sem a politica, a economia, a educação…As vezes um amigo, um beijo, o sexo, uma musica, um filme resolve!



Não é o juízo final apenas mais um acontecimento da vida. Sim vamos atravessar mais um tornado, e vamos ficar mais fortes e mais livres! É agora real ou mais uma Terra do Nunca ? O que posso fazer com tudo isso ? Mais dinheiro, menos liberdade ? Sigo os caminhos da minha família, amor ou dos meus amigos ou crio o meu ? Todos temos decisões difíceis a tomar, as vezes estamos desorientados com o turbilhão dos acontecimentos que são mais velozes que nossa capacidade de refletir, tirar fotos, gravar vídeos, postá-los ou cantá-los? Tic tac ou Tik Tok ? A mão de Deus ou as mãos daqueles que não gostam da gente ?



Queremos nos esconder ou não conseguimos decidir os próximos passos de nossas vidas ! Silêncio! Será a hora de desistir dos nossos sonhos ? Será que posso cursar uma disciplina na Escola ou na Universidade de como viver a vida? A vida tem seu próprio ritmo, ela gera suas próprias perguntas e respostas, e de repente a mágica acontece, uma ideia, a mão de Deus! Comece a escrever e viver sua história! FELIZ ANIVERSÁRIO !



Vou lhe dar de presente! Um caderno em branco para escrever o próximo filme de sua vida! Tem alguma ideia ?  Só dúvidas ? Um bom começo ! Nós podemos mudar os conceitos sobre a juventude, de como curar nossas dores e vidas, narrar e viver outras histórias. Eu não sei onde vou estar nos próximos 5 anos, nem você, mas compartilhamos juntos esse momento! 

Porque continuamos a brincar com o fogo ?  Embora sabemos que vamos sentir dor ! Porque esperar um acidente para que a verdade nos transforme ? Gaiolas ou asas, o que você prefere ? Pergunte aos pássaros ! Medo ou amor ? Não dê respostas ! As atitudes valem mais que as palavras ! Porque devemos dar o melhor de nós ? Quando podemos levar a vida de qualquer jeito ! Porque queremos traçar um novo caminho ? Quando o mesmo caminho parece seguro. À medida que vivemos, percebemos o desânimo, e evitamos lutar ! Gaiolas ou asas ? As atitudes valem mais que as palavras!  Mais, muito mais que palavras!



O que é necessário para despertar uma geração ? Como se faz para impelir alguém a alçar vôo ? Se não despertarmos e sacudirmos a nação ! Comemoramos a destruição de nossas vidas e do mundo indagando o motivo! Porque preferimos nos submeter a um inferno ? Ficarmos e lutarmos sozinhos ?  Porque seguimos líderes que nunca lideram ? Porque aguardamos a catástrofe para começar uma revolução ? Alguém me diz o motivo porque tantas pessoas sangram e morrem ? Gaiolas ou asas ? O que você prefere ? Não dê respostas ! As atitudes valem mais que as palavras! mais que, mais que, muito mais que palavras! Feliz Natal, Ano Novo e Aniversário. 



Ao lutar e sonhar com nossos filhos temos que permanecer jovens.