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segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Quem são 115 de 117 suspeitos mortos em megaoperação no Rio, segundo a polícia

 

Funcionário da Defensoria Pública abraça uma mulher após uma operação policial que resultou em mortes devido ao tráfico de drogas em uma favela do bairro da Penha, em frente a um necrotério.

Crédito,Reuters

Legenda da foto,Polícia do Rio identificou nomes de 115 dos 117 mortos na megaoperação

A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou na noite de domingo (2/11) a lista com os nomes de 115 dos 117 suspeitos mortos na megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão na semana passada.

A operação também deixou um saldo de quatro policiais mortos. Segundo a polícia, dois mortos ainda não foram identificados, com perícias inconclusivas até o momento.

operação policial contra o Comando Vermelho realizada na terça-feira da semana passada (28/10) foi a mais letal já registrada no país. Ela envolveu 2,5 mil agentes das forças de segurança do Rio de Janeiro para cumprir 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão em uma área de 9 milhões de metros quadrados.

A operação não atingiu parte da cúpula do Comando Vermelho: Edgard Alves de Andrade, o Doca, apontado como maior líder da facção em liberdade, segue sendo procurado. Assim como Pedro Paulo Guedes, o Pedro Bala, Juan Pedro Ramos, o BMW, e Carlos da Costa Neves, o Gardenal.

Movimentos de direitos humanos classificam a operação como "chacina" e questionam sua eficácia como política de segurança. O grande número de vítimas também foi criticado pelo Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas, que se disse "horrorizado" com a operação nas favelas.

Sobre os mortos na operação, a polícia do Rio afirmou em nota que "mais de 95% dos identificados tinham ligação comprovada com o Comando Vermelho e 54% eram de fora do Estado".

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"O trabalho de inteligência desenvolvido pela cúpula de Segurança Pública do Estado identificou que 59 tinham mandados de prisão pendentes, pelo menos 97 apresentavam históricos criminais relevantes", afirma a nota.

As informações do governo do Rio também indicam que 17 dos mortos identificados não apresentavam histórico criminal. Destes, "12 apresentaram indícios de participação no tráfico em suas redes sociais", afirma a nota.

No documento divulgado, a polícia anexou fotos de algumas das postagens que supostamente apontariam para as atividades criminosas dos suspeitos. Em algumas delas, eles aparecem em fotos carregando armas ou usam emojis que, segundo as autoridades, fazem alusão à bandeira do Comando Vermelho.

Os outros 5 mortos não possuem anotações criminais e não figuram como autor ou envolvido em registros de ocorrência no Rio de Janeiro, de acordo com a própria polícia. Também não há indício de envolvimento com o tráfico em suas redes sociais.

Ainda segundo o governo carioca, 62 suspeitos mortos são de outros Estados: 19 do Pará, 12 da Bahia, 9 do Amazonas, 9 de Goiás, 4 do Ceará, 3 do Espírito Santo, 2 da Paraíba, 1 do Maranhão, 1 do Mato Grosso, 1 de São Paulo e 1 do Distrito Federal.

"A apuração concluída é o verdadeiro retrato do cenário que eu venho insistentemente falando. Foi um duro golpe na criminalidade", disse o governador Claudio Castro, na nota.

"Entre os que morreram ao reagir à ação das forças policiais, havia diversos líderes criminosos. Inclusive de outros Estados, como chefes do tráfico do Espírito Santo, Amazonas, Bahia e Goiás. Se não tiver uma integração efetiva de poderes e demais entes, sob a ótica e apoio federal, vamos vencer batalhas, mas não a guerra."

O secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, disse que a lista não encerra o trabalho de investigação, e que relatórios estão sendo produzidos para serem entregues aos órgãos competentes.

Ele disse que a "mínima fração de narcoterroristas neutralizados que não possuíam anotações criminais, nem imagens em redes sociais portando armas ou demonstrando vínculo com facções criminosas não significa nada".

"Se eles não tivessem reagido à abordagem dos policiais, teriam sido presos em flagrante pelo porte de fuzis, granadas e artefatos explosivos, por tentativa de homicídio contra os agentes de segurança e também pelos crimes de organização criminosa e associação para o tráfico de drogas. Portanto, são narcoterroristas que saíram do anonimato", disse o delegado.

A lista dos mortos na megaoperação

Os nomes dos 115 mortos divulgados pela Polícia Civil são:

  • Adailton Bruno Schmitz da Silva
  • Adan Pablo Alves de Oliveira
  • Aleilson da Cunha Luz Junior
  • Alessandro Alves de Souza
  • Alessandro Alves Silva
  • Alessandro Martins Moreira de Oliveira
  • Anderson da Silva Severo
  • André Luiz Ferreira Mendes Junior
  • Arlen João de Almeida
  • Brendon César da Silva Souza
  • Bruno Almeida de Oliveira
  • Bruno Correa da Costa
  • Bruno dos Santos Raimundo
  • Carlos Eduardo Santos Felício
  • Carlos Henrique Castro Soares da Silva
  • Cauãn Fernandes do Carmo Soares
  • Célio Guimarães Júnior
  • Cleideson Silva da Cunha
  • Cleiton Cesar Dias Mello
  • Cleiton Souza da Silva
  • Cleiton Souza da Silva
  • Cleys Bandeira da Silva
  • Danilo Ferreira do Amor Divino
  • Diego dos Santos Muniz
  • Diogo Garcez Santos Silva
  • Diogo Souza Nunes
  • Douglas Conceição de Souza
  • Douglas Henrique Simões da Costa
  • Eder Alves de Souza
  • Edione dos Santos Dias
  • Edson de Magalhães Pinto
  • Eliel Castro de Jesus
  • Emerson Pereira Solidade
  • Erick Vieira de Paiva
  • Evandro da Silva Machado
  • Fabian Alves Martins
  • Fabiano Martins Amancio
  • Fabio Francisco Santana Sales
  • Fabricio dos Santos da Silva
  • Felipe da Silva
  • Fernando Henrique dos Santos
  • Francisco Machado dos Santos
  • Francisco Myller Moreira da Cunha
  • Francisco Nataniel Alves Gonçalves
  • Francisco Teixeira Parente
  • Gabriel Lemos Vasconcelos
  • Gilberto Nascimento da Rocha
  • Gustavo Souza de Oliveira
  • Hercules Salles de Lima
  • Hito José Pereira Bastos
  • Jean Alex Santos Campos
  • Jeanderson Bismarque Soares de Almeida
  • Jonas de Azeredo Vieira
  • Jônatas Ferreira Santos
  • Jonatha Daniel Barros da Silva
  • Jorge Benedito Correa Barbosa
  • Jorge Santos dos Anjos
  • José Paulo Nascimento Fernandes
  • Josigledson de Freitas Silva
  • Juan Marciel Pinho de Souza
  • Kauã de Souza Rodrigues da Silva
  • Kauã Teixeira dos Santos
  • Keven Vinicius Sousa Ramos
  • Kleber Izaias dos Santos
  • Leonardo Fernandes da Rocha
  • Luan Carlos Dias Pastana
  • Luan Carlos Marcolino de Alcântara
  • Lucas Alves Araujo
  • Lucas da Conceição
  • Lucas da Silva Lima
  • Lucas Guedes Marques
  • Luciano Ramos Silva
  • Luiz Carlos de Jesus Andrade
  • Luiz Claudio da Silva Santos
  • Luiz Eduardo da Silva Mattos
  • Maicon Pyterson da Silva
  • Maicon Thomaz Vilela da Silva
  • Marcio da Silva de Jesus
  • Marcos Adriano Azevedo de Almeida
  • Marcos Antonio Silva Junior
  • Marcos Aurelio Amaral Carreira
  • Marcos Vinicius da Silva Lima
  • Marllon de Melo Felisberto
  • Maxwel Araújo Zacarias
  • Michel Mendes Peçanha
  • Nailson Miranda da Silva
  • Nelson Soares Dos Reis Campos
  • Rafael Correa da Costa
  • Rafael de Moraes Silva
  • Ricardo Aquino dos Santos
  • Richard Souza dos Santos
  • Robson da Silva Monteiro
  • Rodolfo Pantoja da Silva
  • Ronald Oliveira Ricardo
  • Ronaldo Julião da Silva
  • Rubens Lourenço dos Santos
  • Tarcisio da Silva Carvalho
  • Tiago Neves Reis
  • Vanderley Silva Borges
  • Victor Hugo Rangel de Oliveira
  • Vitor Ednilson Martins Maia
  • Wagner Nunes Santana
  • Waldemar Ribeiro Saraiva
  • Wallace Barata Pimentel
  • Wellington Brito dos Santos
  • Wellington Santos de Jesus
  • Wellinson de Sena dos Santos
  • Wendel Francisco dos Santos
  • Wesley Martins E Silva
  • William dos Santos Barbosa
  • Willian Botelho de Freitas Borges
  • Yago Rakhel Rodrigues Rios
  • Yan dos Santos Fernandes
  • Yure Carlos Mothé Sobral Palomo
  • Yuri dos Santos Barreto

Os quatro policiais mortos na operação já tiveram suas identidades divulgadas na semana passada:

  • Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51 anos, comissário da 53ª DP (Mesquita);
  • Rodrigo Velloso Cabral, 34 anos, da 39ª DP (Pavuna);
  • Cleiton Serafim Gonçalves, 42 anos, 3º sargento do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope);
  • Heber Carvalho da Fonseca, 39 anos, 3º sargento do Bope.

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