SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

A Equação do Brasil: 1+1=0, $, A e B geram falsas e corruptas narrativas sobre Educação e Pobreza por Egidio Guerra




Subtítulo: As lições não aprendidas das salas de aula e das comunidades pobres para elites, oligarquias e capitães do mato que roubam e matam o povo brasileiro. 


Enquanto discursos sobre educação e pobreza dominam o debate público, uma pergunta fundamental é sistematicamente soterrada: como essas narrativas servem para ocultar e justificar uma estrutura de poder que perpetua o
enriquecímento ilícito, os privilégios, os juros altos e a impunidade para uma minoria?
 


O Brasil vive a dicotomia de dois mundos. De um lado, gestores públicos, tecnocratas e empresários falam de mercado, democracia, meritocracia e "impacto social". No entanto, suas empresas e organizações, tanto públicas quanto privadas, frequentemente dependem de financiamento estatal para manter seus negócios, consultorias, prédios e esquemas, sem que esse fluxo de recursos se traduza em transformação real de vida ou chegue de fato aos mais pobres. 


Enquanto isso, nações como EUA, Europa, Japão, Coreia e China
demonstraram que é possível tirar milhões da pobreza em poucas décadas. O segredo não foi um mistério: integraram políticas educacionais sérias a um projeto nacional de desenvolvimento, com trabalho digno, salários justos, acesso à saúde, habitação e tecnologia. Geraram produtividade e inovação sem a brutal desigualdade e a concentração de renda que marcam o Brasil, onde milhões trabalham apenas para comer.
 



A Realidade da Sala de Aula: O Retrato de um País Doente 

Nas escolas públicas, educadores testemunham diariamente as consequências humanas desse modelo perverso. Eles compartilham as vidas de crianças e jovens que: 

  • Perderam familiares para a violência e a desigualdade. 

  • São sustentados por trabalhos precários e vivem em condições subumanas. 

  • Recebem os menores salários mínimos da América Latina, em um estado como o Ceará, que paradoxalmente abriga o maior número de bilionários per capita do país, graças a incentivos fiscais que sangram o orçamento público. 




Esses estudantes chegam às salas de aula com deficiências de aprendizagem históricas, aprofundadas por séculos de exclusão. O sistema, no entanto, prefere maquiar a realidade com falsos "cases de sucesso" de uma minoria, em vez de enfrentar o problema estrutural. Esses casos não geram ascensão social em escala, nem justificam os trilhões supostamente investidos em nome dos pobres. 



A Arquitetura do Poder: Como a Desigualdade é Sustentada 

Será que nossas escolas funcionam mais como depósitos, garantindo que os familiares dessas crianças possam se submeter a condições análogas à escravidão para sustentar o luxo de uma casta privilegiada? Esta é uma pergunta incômoda que ecoa os prelúdios de revoluções históricas. 

O futuro que estamos construindo para nossa juventude é sombrio. Preferimos investir em presídios e polícia, quando seria mais barato e humano investir em educação, trabalho e cidadania. A escolha pelo caminho da repressão e do encarceramento em massa, diante da impunidade dos poderosos, é uma opção política clara. 



O Ciclo Vicioso do Dinheiro Público 

Esta estrutura é mantida por um ciclo perverso de captura do Estado: 

  • Para os Miseráveis: Bolsas sociais para a mera sobrevivência. 

  • Para os Trabalhadores: Os piores salários e uma educação que não promove mobilidade social. 

  • Para as Elites Financeiras: Juros altos que consomem mais da metade do orçamento, beneficiando poucas milhares de famílias. 

  • Para o Agronegócio e a Indústria: Subsídios e incentivos fiscais generosos com dinheiro público. 

  • Para a Nobreza Estatal: Altos salários, privilégios e cargos comissionados. 


Enquanto isso, professores se desdobram em condições precárias, policiais morrem para proteger os muros dos condomínios de luxo, e médicos, após anos de estudo, lutam para salvar vidas em hospitais sem condições. Até o ensino superior de medicina se torna um negócio para quem pode pagar, e milhões de jovens são pressionados pelo Enem apenas para abandonar a universidade por falta de condições de se manter. 



Conclusão: Que País é Esse? 

O Brasil recompensa não o talento ou o trabalho, mas a herança, o privilégio e a proximidade com o poder. A economia do juro, do financiamento público e do incentivo fiscal sem contrapartida social sustenta as mesmas oligarquias há décadas, senão séculos. 

As narrativas de "educação" e "impacto social" são, muitas vezes, cortinas de fumaça. A verdadeira lição, a equação simples e crua (1+1=2, B e A - BA) que a elite se recusa a aprender, é que um país só se desenvolve quando o conhecimento, o trabalho e a inovação vindos de toda a sociedade, especialmente dos mais pobres, são recompensados com ascensão social e dignidade. Enquanto o Brasil insistir em recompensar ladrões, mentirosos e herdeiros do Estado, continuaremos a ser a nação que mata e rouba o seu próprio povo, negando-lhe até o mínimo para uma vida digna. 



 


Nenhum comentário:

Postar um comentário