SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sábado, 22 de novembro de 2025

ALFABETIZANDO CRIANÇAS COM MANO BROW - RACIONAIS ! ESSA É PRA VOCÊ!






ESSA É PRA VOCÊ! Negro drama, entre o sucesso e a lama . Dinheiro, problemas, invejas, luxo, fama 
Negro drama, cabelo crespo e a pele escura 
A ferida, a chaga, à procura da cura 

Ei, São Paulo, terra de arranha-céu 
A garoa rasga a carne, é a Torre de Babel 
Família brasileira, dois contra o mundo 
Mãe solteira de um promissor vagabundo 






Negro drama, entre o sucesso e a lama 
Dinheiro, problemas, invejas, luxo, fama 
Negro drama, cabelo crespo e a pele escura 
A ferida, a chaga, à procura da cura 

Negro drama, tenta ver e não vê nada 
A não ser uma estrela, longe, meio ofuscada 
Sente o drama, o preço, a cobrança 
No amor, no ódio, a insana vingança 

Negro drama, eu sei quem trama e quem comigo 
O trauma que eu carrego pra não ser mais um preto fudido 
O drama da cadeia e favela 
Túmulo, sangue, sirene, choros e velas 

Passageiro do Brasil, São Paulo, agonia 
Que sobrevivem em meio às honras e covardias 
Periferias, vielas, cortiços 
Você deve pensando: O que você tem a ver com isso? 

Desde o início por ouro e prata 
Olha quem morre, então veja você quem mata 
Recebe o mérito, a farda que pratica o mal 
Me ver pobre, preso ou morto já é cultural 

Histórias, registros e escritos 
Não é conto, nem fábula, lenda ou mito 
Não foi sempre dito que preto não tem vez? 
Então, olha o castelo e não foi você quem fez, cuzão 

Eu sou irmão dos meus truta de batalha 
Eu era a carne, agora sou a própria navalha 
Tin-tin, um brinde pra mim 
Sou exemplo de vitórias, trajetos e glórias 

O dinheiro tira um homem da miséria 
Mas não pode arrancar de dentro dele a favela 
São poucos que entram em campo pra vencer 
A alma guarda o que a mente tenta esquecer 

Olho pra trás, vejo a estrada que eu trilhei, mó cota 
Quem teve lado a lado e quem só ficou na bota 
Entre as frases, fases e várias etapas 
Do quem é quem, dos mano e das mina fraca 

Negro drama de estilo 
Pra ser e se for, tem que ser, se temer é milho 
Entre o gatilho e a tempestade 
Sempre a provar que sou homem e não um covarde 

Que Deus me guarde pois eu sei que ele não é neutro 
Vigia os rico, mas ama os que vem do gueto 
Eu visto preto por dentro e por fora 
Guerreiro, poeta, entre o tempo e a memória 

Ora, nessa história vejo dólar e vários quilates 
Falo pro mano que não morra e também não mate 
O tic-tac não espera, veja o ponteiro 
Essa estrada é venenosa e cheia de morteiro 

Pesadelo é um elogio 
Pra quem vive na guerra, a paz nunca existiu 
Num clima quente, a minha gente sua frio 
Vi um pretinho, seu caderno era um fuzil 
Um fuzil 

Negro drama 

Crime, futebol, música, carai 
Eu também não consegui fugir disso aí 
Eu sou mais um 
Forrest Gump é mato 
Eu prefiro contar uma história real 
Vou contar a minha 

Daria um filme 
Uma negra e uma criança nos braços 
Solitária na floresta de concreto e aço 
Veja, olha outra vez o rosto na multidão 
A multidão é um monstro, sem rosto e coração 

Ei, São Paulo, terra de arranha-céu 
A garoa rasga a carne, é a Torre de Babel 
Família brasileira, dois contra o mundo 
Mãe solteira de um promissor vagabundo 

Luz, câmera e ação, gravando a cena vai 
Um bastardo, mais um filho pardo, sem pai 
Ei, senhor de engenho, eu sei bem quem você é 
Sozinho num guenta, sozinho num entra a pé 

disse que era bom e as favela ouviu 
Lá também tem whisky, Red Bull, tênis Nike e fuzil 
Admito, seus carro é bonito 
É, eu não sei fazer 
Internet, videocassete, os carro loco 

Atrasado, eu um pouco sim 
Tô, eu acho 
Só que tem que, seu jogo é sujo e eu não me encaixo 
Eu sou problema de montão, de Carnaval a Carnaval 
Eu vim da selva, sou leão, sou demais pro seu quintal 

Problema com escola, eu tenho mil, mil fita 
Inacreditável, mas seu filho me imita 
No meio de vocês ele é o mais esperto 
Ginga e fala gíria; gíria não, dialeto 

Esse não é mais seu, ó, subiu 
Entrei pelo seu rádio, tomei, nem viu 
Nóis é isso ou aquilo, o quê? não dizia? 
Seu filho quer ser preto, há, que ironia 

Cola o pôster do 2Pac aí, que tal? Que diz? 
Sente o negro drama, vai tenta ser feliz 
Ei bacana, quem te fez tão bom assim? 
O que deu, o que faz, o que fez por mim? 

Eu recebi seu tic, quer dizer kit 
De esgoto a céu aberto e parede madeirite 
De vergonha eu não morri, to firmão, eis-me aqui 
Você, não, não passa quando o mar vermelho abrir 

Eu sou o mano, homem duro, do gueto, Brown, Obá 
Aquele louco que não pode errar 
Aquele que você odeia amar nesse instante 
Pele parda e ouço funk 
E de onde vem os diamantes? Da lama 
Valeu mãe, negro drama 
Drama, drama, drama 

, na época dos barracos de pau lá na Pedreira, onde cês tavam? 
Que que cês deram por mim? Que que cês fizeram por mim? 
Agora de olho no dinheiro que eu ganho 
Agora de olho no carro que eu dirijo 
Demorou, eu quero é mais, eu quero até sua alma 

Aí, o rap fez eu ser o que sou 
Ice Blue, Edy Rock e KL Jay e toda a família 
E toda geração que faz o rap 
A geração que revolucionou, a geração que vai revolucionar 
Anos 90, Século 21, é desse jeito 

, você sai do gueto, mas o gueto nunca sai de você, morou irmão? 
dirigindo um carro 
O mundo todo de olho em você, morou? 
Sabe por quê? Pela sua origem, morou irmão? 
É desse jeito que você vive, é o negro drama 
Eu não li, eu não assisti 
Eu vivo o negro drama, eu sou o negro drama 
Eu sou o fruto do negro drama 

Aí Dona Ana, sem palavras, a senhora é uma rainha, rainha 
Mas , se tiver que voltar pra favela 
Eu vou voltar de cabeça erguida 
Porque assim é que é 
Renascendo das cinzas 
Firme e forte, guerreiro de fé 

Vagabundo nato! 

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário