SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

GAMES – A vida como um jogo outras formas de viver e aprender histórias.

Sim somos todos personagens e nossas vidas roteiros de várias histórias. Imagine se podemos vivê-la e apreendê-la virtualmente podemos jogar com ela em cenários e circunstâncias impossíveis na vida real mas que ilumina decisões que tenho que tomar no dia a dia.


Qual a melhor forma de interagir num jogo para além dos movimentos performáticos ou de imagens já desgastadas pelo cinema que projetam ser mais reais que a proporia realidade que compartilhamos na vida e nas cidades. Ao ponto que o Batman se veste da vida de várias pessoas na vida real ou nos games.

As várias situações de um jogo constituem a motivação global para a iconografia e os acontecimentos com que nos deparamos. Porem estas situações nos jogos e cada vez mais nos filmes mainstreans de hoje são quase sempre as mesmas. Já sabemos o final e a sequencia dos próximos lançamentos. Portanto o desafio é inovar nas situações eu diria na trajetória dos personagens o que inclui os acontecimentos, imagens, tomada de decisões e eu diria tornar o imprevisível possível nos games e na interação deles com a vida real através das redes sociais, flash mob e outros.

Ampliar a noção de presença nos jogos não apenas através dos personagens e da modelagem dos corpos e de suas ações o que Santaella chamou de identificação encarnada. Indo muito além também do que chamamos jogos de simulação “que procuram recriar modelos de sistemas suficientemente complexos e baseiam o jogar na experimentação com o comportamento global do sistema a partir de interações com seus elementos e subsistemas mais simples.”

Na minha visão o desafio da imersão num jogo tem a ver com os desafios que compartilhamos na realidade.Os jogos hoje focam cada vez mais na criação de obstáculos e tipos de inimigos além das barreiras físicas que testam as capacidades do corpo virtual no jogo. Mais do que vencê-las jogar consiste em enfrentá-las, a resistência e as habilidades domesticadas pela repetição é o êxtase.

Porem o que buscamos é para além disto como podemos fortalecer a autonomia do jogador pela qualidade se possível literária da narrativa com imagens surrealistas ou de outras escolas de nossa pintura em universos jogos sistêmicos que dialogam com desafios do mundo de hoje.

É necessário o jogador ter condições de recriar internamente movimentos que apenas observa tornando seu corpo e inteligência mais orgânicos. Interagir com o que o ambiente oferece ao organismo que nele habita virtualmente. A maneira como o ambiente é representado na mente do organismo se torna o escopo possível de interação operacional com seu ambiente. Uma interface que começa em processos puramente físicos e termina em processos altamente sofisticados e sígnicos. Trata-se da possibilidade de vivência de um ambiente alternativo, virtual e simulado que a natureza do game nos abre. Um game como a vida que nos ensina outras formas de viver e aprender histórias.

Porem como podemos construir ambientes que tenham a nossa “cara” quer seja virtual ou real ? Ou seja como jogar na pele de um outro e ter a mínima experiência de alteridade a partir do corpo deste avatar ? Novas visualidades pode engendrar outras vivências. Temos que quebrar a hegemonia das imagens pintando, escolhendo ou desenhando nossas imagens e transformando estes ambientes em games.

No mundo em que muitos vivem sem imagens de si porque não construí-las virtualmente e no real ? Não copiando poses mas ousando movimentos impossíveis em nossas vidas com o gosto do real e do imaginário. A janela do mundo tem que se abrir a partir da compreensão de nosso ser. Se podemos fazer isto no game da vida podemos construir outras formas de viver e histórias a contar. Porem não se esqueça que após o desafio de vencer o jogo da vida a recompensa não é sua sequencia mas a eternidade.



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