SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

A professora que me ensinou o verbo amar.





A gente se conheceu por causa de um livro e talvez porque amavamos a mesma pessoa. A Hazel do livro “ A culpa é das estrelas”

Eu quero muito namorar uma garota tipo Hazel e ela porque se identifica muito com a Hazel. Portanto a culpa é dos livros ou melhor depois descobri que ela é professora de português e talvez me ensine a conjugar o verbo amar.

Porem uma personagem como Hazel é o capitulo 1 para tentar explicar o que sai das letras e vira poesia em sua vida.

Seguindo a culpa é das estrelas “ o verdadeiro amor nasce em tempos difíceis”.

Hazel tinha uma doença terminal assim como Anne Frank vivia em uma sociedade terminal e assim como Carla as três amam livros e seus escritores. Todos nós vivemos amores terminais como solos a ser plantados uma nova semente . A capacidade de viver das três é proporcional a capacidade de amar e sonhar com seus livros.

De noite o gato preto que ri de Carla lhe espera chegar para saber como foi seu dia ? assim como Alice ela cria um mundo de maravilhas aonde “ a única forma de chegar ao impossível é acreditar que é possível.” Numa de suas fotos no Facebook ela publicou as sapatilhas de Cinderella talvez porque em algum dia vai esquecer um deles em uma festa. Não porque ela esta em busca de um príncipe mas porque ela é uma princesa. Não porque era mais uma festa mas porque todo dia se pode ser Rainha e se eternizar num gesto ou numa foto.

Ela me pediu duas coisas uma para ser compreendida, estou tentando por isso resolvi escrever um livro, e a segunda que as vezes ela fica com raiva e talvez esta seja uma das formas mais sinceras de ensinar a amar.

Gabriel Garcia Marques em Amor em tempo de cólera nos encantou contando como Florentino amou Firmina ate o final da vida mesmo que tenham ficado juntos tão pouco. Afinal “Lembrou a ele que os fracos não entram jamais no reino do amor, que é um reino impiedoso e mesquinho, e que as mulheres só se entregam aos homens de ânimo resoluto, porque lhes infundem a segurança pela qual tanto anseiam para enfrentar a vida.”

Esta é mesma dureza da vida que nos ensina Milan Kundera a insustentável leveza do ser pois “O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (pois isso se aplica a todas as mulheres) e sim pelo desejo o sono compartilhado (isso se aplica a uma só mulher).”

Ler juntos, escrever jutos, sonhar juntos, acordar juntos…o amor de um escritor por sua musa traduzidos em livros que nos ensinam o verbo amar num dos poucos lugares aonde não existe professor e aluno.

Toda mulher tem um pouco de Lolita quando de repente “... um beijo no último minuto pretendia reforçar a mensagem mais profunda da peça , a saber, que ilusão e realidade fundem-se no amor.”

Neste ponto, a realidade deste texto estaria dada e a construção ilusória ficaria por conta do leitor, que assim como Carla constrói um próprio universo de significação para os dados reais sobre o amor.

Esta é a primeira lição do primeiro dia , da primeira pagina do primeiro livro sobre ela.

Sim a sua voz , a maquiagem , o vestido que ela escolhe, e a forma que decidiu pentear seus cabelos revelariam mais ainda seu jeito de ser , pois ela se revela única em suas palavras, em sua mesa de estudo, em seus livros, partes de um mosaico quase um holograma a decifrar! Lá estava mais um desenho dela em preto e branco, escrevendo outros capítulos de sua historia . Eu ? apenas um aluno enviando uma redação para ela corrigir o português da alma ou um cineasta em busca de um momento magico para filmar seus desenhos ganhando vida.

“Mas eu vejo suas cores reais

Brilhando por dentro.

Eu vejo suas cores reais

E é por isso que eu te amo.

Então não tenha medo de deixá-las aparecerem,

Suas cores reais.

Cores reais são lindas

Como um arco-íris.”



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