SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

domingo, 14 de abril de 2019

Dostoiévski e Victor Hugo: Deus, a história e a alma humana.




Os povos judeus e eslavos eram escravos que se libertaram para construir suas vidas em comunidades aonde a presença de Deus e da História é tão importante quanto a liberdade. Os povos do oriente e do leste europeu caminharam juntos suas jornadas com outros povos gerando escritores como Victor Hugo e Dostoiévski.

Eles não são nobres e sim homens simples que se rebelam muitas vezes de maneira trágica e desafiadora, muitas vezes consideradas irracionais e amorais, mas lutam para afirmar a liberdade de sua personalidade perante as leis da natureza e a qualquer custo pra si mesmo e os outros.  


Algumas personalidades são sínteses artísticas das grandes questões de seu tempo e apontam caminhos para desafios futuros e pessoais em busca de bússolas para nossas vidas. 

Ambos nasceram em épocas conflituosas em suas nações aonde se buscava importantes reformas sociais, abolição da servidão, fim da nobreza feudal, e a concessão de direitos civis a toda população.Victor Hugo e Dostoiévski viveram próximos e sofreram as causas e as consequências das Revoluções Francesa e Russa, assim como hoje vivemos uma revolução tecnológica e climática sem precedentes na historia da humanidade.  



A maioria das pessoas que guerrearam nestas épocas eram camponeses  e trabalhadores que sofriam profundas desigualdades em suas vidas , homens simples, que foram as batalhas; e ambas revoluções iniciais foram destruídas em suas promessas para o povo, tornando se tirania e  monarquias novamente, perseguindo os opositores. 

O altruísmo, e esforços incansáveis para amenizar os golpes do destino, somadas ao livre arbítrio, heroísmo moral e abnegação foram ingredientes essenciais para as histórias e livros que escreveram assim como para Charles Dickens na Inglaterra. Foram nestas crises espirituais e morais que se produziram escritores , intelectuais e artistas que iluminaram novos caminhos para humanidade numa desesperada busca de novos valores para fundamentarem suas vidas. Da mesma forma que necessitamos de novas tecnologias e líderes políticos precisamos de escritores para saber o que fazer com nossas vidas, tecnologias e nações.  



  
A grande maioria da população dessas épocas, como hoje, viviam em meio a confusão e ao caos moral de uma ordem social em movimento e declínio que beneficiava poucos, caracterizada pela incessante destruição de todas as tradições do passado, quando conflitos entre credos religiosos e nacionalismos vieram a tona.

O velho e o novo se confrontavam como nos dias de hoje.  

E continuam gerando cicatrizes psicológicas diante de tantas desigualdades, terrorismo, mudanças climáticas, criminalidade, violências e proliferação das drogas que vivemos hoje . 

Vivemos hoje uma mistura de fascínio e horror diante da Igreja católica, do poder das tecnologias e das redes sociais; e dos EUA, Rússia e China como os impérios na época de Victor Hugo e Dostoiévski. 




Todos querendo controlar a alma humana pelo poder, consumo, tecnologia, redes sociais, religião e outros. 

Necessitamos cada vez mais de escritores como Victor Hugo, Dostoiévski, Charles Dickens e Shakespeare que libertem nossa alma de podres poderes e faça nos enxergar a realidade dura e crua que nos cerca para transforma-la. Inclusive sobre os podres poderes do reino e da alma como escreveu Shakespeare.

Sim precisamos construir caminhos livres do esnobismo, das vaidades, dos pobres poderes da corrupção, da riqueza e da arrogância.



Buscamos assim construir Cidades da Sabedoria de Escritores de onde bombardearemos a cultura do consumo, de onde transformaremos sofrimentos e provações numa amarga doçura capazes de libertar nossa alma e o mundo. Uma ira sagrada contra o crime que depois nos pacificara pela bondade divina. Mais do que o combate de rua necessitamos humanizar as pessoas, não ter mais nada para si, não ter mais nada sobre si, eis a melhor condição humana para luta verdadeira de deter a terrível riqueza da verdade da alma humana. Unir a harmonia humana com a fusão dos planetas, seres, animais, plantas, pedras e espíritos.  Transformar tudo isso num projeto de sociedade, uma Terra da Sabedoria. 

Um destino econômico, social, tecnológico e ambiental baseado na liberdade, solidariedade e espiritualidade ecológica humana.


Ao invés de ficarmos presos a lógica de crime, castigo e expiação bem trabalhadas nas obras de Victor Hugo e Dostoiévski.  O essencial é o enigma entre Deus,  a História, a vida e alma de cada ser humano que desperta e expande seus horizontes como Victor Hugo e Dostoiévski


Um comentário:

  1. Parabéns pelas reflexões. Tomo a liberdade de compartilhar com meus contatos, estimando que consiga contactá-los em seus íntimos refúgios. Att. Tito.

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