SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sábado, 8 de abril de 2023

Crises humanitárias e éticas nas escolas públicas cearenses. A Escola deveria ser um barco, uma travessia para uma vida e um mundo melhor, mas em que ela esta se transformando?



 

A Escola deveria ser um barco, uma travessia para uma vida e um mundo melhor mas em que ela esta se transformando? Infância e escola são sinônimo de vida, não de sofrimento e morte. Eu sou professor de matemática. É impossível educar sem conversar com seus alunos sobre suas vidas. Afinal a matemática da vida define seu aprendizado. Não é isso que a ciência e a educação provaram que a infância é a fase mais importante da vida.

 

Eu converso com meus alunos sobre suas emoções quando estão com raiva, nervosos, alegres e tristes. Eu pergunto sobre as condições materiais em que vivem, suas famílias, suas comunidades, brincadeiras, se sofrem bullying, racismo, violências e outros.

 

Eu aprendo muito com isso ou melhor devemos conversar mais sobre as crises humanitárias em que vivem os alunos nas escolas e em suas casas. Não podemos silenciar diante da educação da mentira e da morte. 



Em sala de aula todos os dias temos que tomar umas 50 decisões humanitárias e éticas, quantos alunos não têm lápis? Nem caderno? estão com fome? Quantos apanharam ou foram agredidos? Mas Professor, o sistema mandou ficar cego, mentir e passá-los de ano diante dessas circunstâncias. Mas aconteceria o mesmo numa escola privada?



O Brasil fala em direitos humanos quando sofremos as consequências de mortes, violências, exclusão social e outras, mas será que não sabemos que tudo isso começa na infância, escola, casa e comunidades? O racismo, violências, miséria, estão presentes nas escolas públicas enquanto os sistemas de avaliação como Spaeces, falsos cases de educação de uma minoria às custas da exclusão da maioria, e gestores educacionais buscam negar seus impactos na aprendizagem, na vida e nos direitos humanos dos alunos. Os gestores educacionais são ignorantes e violentos? ou insensíveis e cegos as dores do outros? ou os dois ? Tenho essa dúvida!  


 

Tudo isso começa pela invisibilidade das dores das pessoas e pela falta de escuta dos gestores educacionais. Como poucos falam e denunciam, enquanto a maioria se cala e são submissos aos gestores e políticos capitães do mato. É como se a maioria do povo cearense não existisse, como se fosse normal as atuais condições das escolas públicas e suas tragédias diárias, como se fosse normal matá-los e negar seus direitos. Tudo isso para manter os fascismos e as loucuras de políticos e gestores educacionais que se beneficiam e se calam para essa crise humanitária?



É preciso educar esses políticos e gestores imediatamente ou prender os políticos por corrupção.  A equação é simples: a miséria e racismo fazem milhões viver em periferias sem políticas públicas e péssimas habitações, o desemprego se soma às violências e aumento do crime, a educação pública não muda vidas porque não escuta. Cabe a cada um de nós gritar, lutar e construir novos caminhos que não visam case nem politicagem mas mudar vidas de verdade. E fazer um relatório e plano por escola para que todos os setores da sociedade possam contribuir para mudar essa realidade.  

 


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