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quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Hans-Georg Henke tinha apenas dezesseis anos quando, em 3 de abril de 1945, foi capturado pelo 9º Exército dos EUA.



Hans-Georg Henke tinha apenas dezesseis anos quando, em 3 de abril de 1945, foi capturado pelo 9º Exército dos EUA.

Ele era um menino, não um homem. Mas ele estava vestindo um uniforme grande demais para ele. Um uniforme que ele não estava apenas usando, mas pesava como uma pedra em sua alma.

Hans havia sido recrutado como membro do auxiliar antiaéreo da Luftwaffe. Não por escolha, mas porque o regime nazista, nos meses finais desesperados de um império em ruínas, precisava de carne para enviar para o front. E assim, como milhares de adolescentes, ele foi arrancado de sua juventude e catapultado para o inferno.

Em 3 de abril, quando os americanos o capturaram, o mundo ao seu redor já era uma pilha de escombros. O Terceiro Reich estava entrando em colapso, as cidades foram reduzidas a pó, a Alemanha estava de joelhos. Tudo o que ele foi forçado a acreditar estava desmoronando diante de seus olhos.

O fotógrafo de guerra John Florea estava lá e, com suas lentes, capturou um dos momentos mais comoventes da história. Hans-Georg, na frente dele, desmaiou. Ele não é mais um soldado, ele não é mais um símbolo, ele não é mais um inimigo. Apenas um garoto de dezesseis anos que chorava como uma criança.
O rosto contorcido, a boca aberta em lágrimas, as lágrimas que caíam incontrolavelmente, as mãos incapazes de esconder o desespero.

Essas fotografias não contam uma batalha. Eles contam a rendição de uma alma.
Mostram o choque da captura, mas sobretudo o cansaço de quem já viu demais, o medo de quem não tem futuro, a dor de quem entende que foi roubado da adolescência e que a juventude nunca mais voltará.

Hans-Georg Henke não foi um herói. Ele não era um monstro. Não era um símbolo político.
Era um menino frágil, que havia perdido tudo: seus pais, sua casa, suas certezas. Forçado a pegar um rifle quando deveria estar pensando na escola, nos amigos, nos sonhos.

Suas lágrimas, para sempre paradas nessas imagens, tornaram-se um aviso universal: a guerra não apenas devora nações e impérios, mas não apenas apaga cidades e fronteiras. A guerra devora as pessoas acima de tudo.
E aqueles que muitas vezes pagam o preço mais alto são os mais jovens, os mais indefesos, aqueles que não escolheram.

Olhando para aquele rosto cheio de lágrimas, não vemos um soldado inimigo. Vamos olhar para um filho. Um irmão. Um menino.
E lembramos que na guerra não há vencedores, porque cada conflito só deixa escombros e lágrimas.

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