SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

O som do silencio.



Olá, escuridão, minha velha amiga
Vim conversar com você de novo
Porque uma visão suavemente arrepiante
Deixou suas sementes enquanto eu dormia
E a visão que foi plantada em meu cérebro
Ainda permanece dentro do som do silêncio

Em sonhos atormentados, eu caminhei só
Em ruas estreitas de pedregulhos
Sob a luz da lâmpada de uma rua
Levantei minha lapela para me proteger do frio e umidade

Quando meus olhos foram apunhalados
Pelo brilho de uma luz de neon
Que rachou a noite
E tocou o som do silêncio

E na luz nua eu vi
Dez mil pessoas, talvez mais
Pessoas falando sem dizer
Pessoas ouvindo sem escutar

Pessoas escrevendo canções
Que vozes jamais compartilharam
E ninguém ousava
Perturbar o som do silêncio

Tolos, eu disse, vocês não sabem
Que o silêncio cresce como um câncer
Escutem-me, eu posso ensinar a vocês
Peguem meu braço, eu posso alcançá-los
Mas minhas palavras caíam como gotas silenciosas de chuva
E ecoaram nos poços do silêncio

E as pessoas se curvavam e rezavam
Ao Deus de neon que elas criaram
E a placa mostrou o seu aviso
Nas palavras que formava

E a placa dizia
As palavras dos profetas
Estão escritas nas paredes do metrô
E nos corredores dos cortiços
E sussurradas no som do silêncio

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