SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Na política, a hipocrisia é mais do que um defeito: é uniforme de gala.

 


Na política, a hipocrisia é mais do que um defeito: é uniforme de gala.

Veste-se de virtude para ocultar a ambição, desfila em discursos sobre “o bem comum” enquanto, nos bastidores, negocia o próprio futuro.

Montaigne já advertia que a dissimulação é parte do jogo.
Nietzsche foi mais direto: a moralidade pública não passa de uma máscara para as pulsões de poder.
Hannah Arendt ainda acreditava na política como espaço da verdade compartilhada mas o que vemos, muitas vezes, é apenas um teatro bem ensaiado.

A ironia é que, quando a mentira se torna rotina, já não causa indignação.

Pelo contrário, é aceita como “normalidade institucional”.

O governante jura defender princípios eternos, até o momento em que deixam de ser úteis… e o público, acostumado ao espetáculo, aplaude de pé.

O risco não é apenas a hipocrisia individual: é a institucionalização dela.

Quando palavra e ato divorciam-se em definitivo, a confiança se dissolve.

Talvez o maior cinismo esteja em chamar isso de “realismo político”.

Afinal, só os ingênuos ainda acreditam que palavra e gesto deveriam andar juntos.

“Quando a hipocrisia se torna regra, a verdade deixa de ser horizonte e passa a ser tratada como ingenuidade.”

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