Quem inicia a aula ? Que aula ? Não é aula, é espetáculo! Professora ? não atrapalhe a artista ! A contadora de história vai começar a contar…Despertar os encantos que habitam esses mundos desconhecidos de nossa imaginação. Por favor ! Razão me dê licença, a literatura infantil vai falar de outras razões que não cabem no método científico, porém ele é um personagem importante de nossa narrativa ! Uma disciplina deve ser sempre maior que os autores e conceitos sobre ela. Ela faz escolhas como poder ser vivida visando renascer outras teorias e praticas.
Minha história poderia ser a defesa de uma tese de Doutorado em educação. Ele é um educador social que aprende com mente corpo, antes da razão, sobre os diversos movimentos da comunidade pobre onde nasceu e outras onde atua como educador. Outros personagens querem saber se ele citou todos os autores que escrevem sobre educação popular, e outro sobre uma abordagem de pesquisa, mas talvez isso o Google consiga pesquisar mais rápido. Se citasse um único autor ou nenhum como Paulo Freire em muitos livros, o que fica é a coerência de seu discurso, razões, ou melhor a história.
Claro que prefiro esquecer quem me conta a história, que dentro dela carrega o discurso, os gestos, a vida do contador de histórias que ser seja uma professora, uma artista, ou mesmo um Doutor. A história é arte, educação, ou pode ser o percurso de uma jornada científica em busca de descobertas ? Esses foram os limites que brincamos com eles durante toda a disciplina, em busca de elos, portas escondidas que me levam às outras dimensões da aprendizagem. Mas afinal de que infância, criança e pedagogia estamos contando suas histórias ?
Uma história aqui, outra acolá , mas resolvemos parar para escutar a platéia e os bastidores do espetáculo. O que pensam os contadores de história sobre o impacto de sua magia nas crianças, jovens e adultos ? Que teorias carregam para atribuir a arte, um conjunto de razões científicas que extrapolam os bastidores do espetáculo ? Sim, elas estão todas lá, bem que gostariam de entrar no palco com os personagens da história. Porém se na disciplina de Literatura infantil na Universidade podemos fazer essa pausa e refletir sobre os encantos. Na arte negaríamos os dons da imaginação e a capacidade do contador de histórias em desbravar os caminhos da aprendizagem por múltiplos meios.
Educar por histórias é o que fazemos desde que a humanidade nasceu mas nem sempre faladas, ora pintadas nas cavernas, ora vividas em múltiplas brincadeiras, inclusive de brigar. O oral foi dando lugar a escrita, e depois imagens, e agora cada vez a interatividade dos games nos faz contar uma história com nossas ações. Nossas lembranças revividas em nossas memórias, é o caminho curto para entender a importância delas em nossas vidas. Porém, no lugar de educadores, as práticas pedagógicas integram aquela história num contexto mais amplo de uma disciplina ou no momento em que ela é em si uma prática pedagógica. Porém uma não se reduz a outra.
Esse universo amplo explorado pela disciplina em aulas, webinário, conferências, e encontros não visam gerar sínteses, nem conclusões, mas muitas vezes levam por labirintos que temos que encontrar a saída escutando outras histórias. No mundo dos contadores de histórias, as dialéticas são complexas, eles têm seus ritos, quase como membros de uma mesma tribo mas composta de pajés, guerreiros e bruxas. Quando começam a contar histórias despertam infinitos e ao mesmo tempo singulares mundos, pois cada um aprende e interage à sua maneira com aquela história, cena, ou um personagem.
Sim, agora é a hora de contar a minha história, como educador e artista, tenho que escolher por onde começar ? Essa é a melhor lição da disciplina nos ensinar ou melhor encantar para sermos contadores de história. Porém algumas histórias buscam ser proibidas em nosso mundo de fascismos e pandemias, histórias que educam e libertam, nos fazem rir e chorar, nos convidam a contar e viver histórias juntos, afinal é no outro que ouvi falar ou que paro para escutar que me torno gente, me humanizo e sonho dentro de um sonho que considero real. É num mundo de contadores de histórias que ensinam e aprendem, um a história do outro, que nos educamos com arte e ciência. Sim, as histórias dão vida à Terra do Nunca e da Sabedoria que nos transformam, e as realidades que vivemos.
Porém para mim a melhor história é aquela que ainda não escutei ! Aquela que ainda não contei nem imaginei ! Ou aquelas histórias que gestam em seu seio por séculos outras histórias. Elas necessitam de bons contadores de histórias, educadores, artistas e claro pessoas dispostas a escutar de forma profunda seus significados e de como elas continuam a mudar a história dos mundos que vivemos.
"E no lar de sua mãe, Hermes, meteu-se obliquamente pelo buraco da fechadura, como a névoa em uma brisa de outono."
"Eu te proibi de comer esse fruto para evitar sua ruína. Que desculpas tens tu para ser desobediente ?"
Somos assim como você meu Deus, contadores de boas histórias.
Muito legal! Eu conto histórias pra ensinar música!
ResponderExcluirwww.camilalordy.com
Aqui estão elas junto com as composições feitas pras histórias!
Que lindo! São belas compreensões que você trouxe sobre o que aprendemos nesta disciplina com a Prof. Dra Cristina Façanha. Parabéns Egídio!
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