SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

terça-feira, 19 de abril de 2022

Vale Brasil ! O primeiro desafio de inovar em políticas públicas com impacto social.



Durante milhares de dias, pais e mães acordam cedo para cuidar de suas crianças com deficiências. A sua missão é todos os dias conquistar seus sorrisos e dias melhores, reduzindo seus sofrimentos por falta de políticas públicas. 


Quinta feira, dia 21 de abril de 2022, depois décadas de lutas diárias sem políticas públicas efetivas, a Associação Viver e Brilhar, comemorando seu primeiro ano enquanto organização da sociedade civil, conquista um terreno em comodato numa solenidade com a Prefeita Ariana Aquino, gestora do município de Paraipaba, território localizado a 100km de Fortaleza no Ceará. Agora o objetivo, a partir de sua conquista, é o de  construir o Núcleo de Atendimento Educacional Especializado, Tratamento e Estimulação Precoce (NAETEP). O NAETEP se constitui como uma outra luta e desafio, mas agora em rede. 


 

Durante essa jornada tiveram que lutar contra burocracias partidárias e políticos que, por incrível que pareça, buscam punir lideranças locais que defendem causas públicas há décadas, por outros interesses, ou pela velha forma de fazer política no Brasil. Essas famílias  não possuem a premissa de serem candidatos, ou sequer foram eleitos para gerir prioridades e recursos públicos. São agentes de transformação social que integram grupos sociais de base. 


Todavia, à luz do orçamento público, como se definem as prioridades públicas ou mesmo o planejamento das cidades no Ceará e no Brasil? Qual a participação das pessoas e será que as suas vidas importam de verdade? O que nos discursos chamam de "democracia" e Estado público? Grupos chegam ao poder por meio de campanhas milionárias e, destes, grande parte acabam sendo sem vínculo nenhum com os territórios onde atuam. 


As cidades, nessa ótica, acabam ficando reféns de negócios e interesses outros que nada tem a ver com as políticas públicas, as vidas e as necessidades das pessoas. Há décadas matamos milhões de vidas e geramos profundas desigualdades por ausência de políticas públicas de impacto social, isso acontece  enquanto outros enriquecem às custas do dinheiro público.



Nesse sentido, a criação de coalizões e redes de diversos atores da sociedade, dividindo tarefas com transparência, pode ser um caminho para superar este desafio que é o de atender as reais necessidades das pessoas. Para isso, temos que tornar públicas as "palhaçadas" desses podres poderes com dinheiro público. 


A opinião pública nacional e internacional, a arte e a educação são fortes aliados, assim como deve ser a justiça, a mídia, os políticos e a cooperação internacional nessa guerra histórica brasileira: de um lado os que roubam o Estado e do outro os que pagam com a vida a ausência de políticas públicas. O exemplo das pessoas com deficiência é apenas um diante de milhares, em apenas em uma cidade, imaginem no Ceará e no Brasil. 



Recentemente o Deputado Renato Roseno (PSOL) fez uma declaração pública, expondo que no Ceará há cerca de 2 bilhões de reais em isenção fiscal, ou seja, existe dinheiro para empresas, mas isso se dá ao custo da exclusão da população cearense de acesso às políticas públicas, pagando assim com suas vidas às profundas desigualdades e violências. 



De outro campo político, o Deputado Heitor Ferrer (da União Brasil) denuncia há décadas a absurda corrupção no Ceará com várias matérias na imprensa nacional, atuação do Ministério Público e outros órgãos, tais como a Polícia Federal. Nos seus cálculos, são mais de um bilhão em corrupção no Ceará. Enquanto isso, as oligarquias vivem do Estado como o Coronel Ciro Gomes. 


Em outra fala Heitor Férrer apresenta os números da pobreza no Estado do Ceará, um dos piores do Brasil, incluindo a morte de pessoas por violência. Na educação, acaba por ser o quinto pior índice em analfabetismo, cerca de 6 milhões de cearenses, de um total de 9 milhões, não concluíram sequer o ensino médio. Ao invés de apenas criticar, é necessário construir caminhos.



A nossa missão é inovar em políticas públicas com mais ações e melhores impactos sociais, criando nessa jornada uma verdadeira "Rede de NAETEP". As Universidades possuem um papel essencial nessa jornada. Por exemplo, o IFCE através de seu reitor, Prof. Dr. Wally e do Prof. Dr. Igor Paim, criaram o projeto do Centro de Referência em Educação Especial, incluindo a conquista de um terreno para esse objetivo ao lado da Reitoria. 



O objetivo desse centro vai além de ser uma referência em educação especial e inclusiva, visa também desenvolver tecnologias assistivas e fabricar equipamentos educativos para as crianças e jovens com necessidade educacionais especializadas, buscando levar acesso a instrumentos que facilitem os seus processos de aprendizagem. 



A Profa. Dra. Robéria da FACED/UFC, que já colaborou com políticas públicas nessa área, pode colaborar com a integração dessas práticas pedagógicas em rede, somando à nossa jornada com as escolas que já atuam com esse público nos municípios cearenses de Maracanaú e do Eusébio. O grande desafio dessa jornada é a Maestria dessa orquestra, que é a missão da Prefeita Ariana de Paraipaba que também coordena o consórcio de saúde da região. 



A respectiva prefeita quer, com os demais parceiros supracitados, ativar o Centro que atende crianças com deficiência do município de São Gonçalo do Amarante, localizado ao lado de Paraipaba, junto com o Prefeito do mesmo município. Dessa forma geram-se sinergias em rede, otimizando recursos, somando competências podemos ampliar o impacto e atender mais crianças e jovens de várias cidades nessa Rede. 


Outra missão especial é a da Associação Viver e Brilhar, que trabalha ajudando outras famílias a se organizarem para construir políticas públicas que respeitem os direitos das pessoas com deficiência em completude. Além disso, agora buscam a construção de Núcleos como esse em outras cidades e regiões, contando com apoio dessa Rede que contaria com Prefeituras, Governos, Universidades, Empresas, ONGs, Cooperação Internacional e Comunidades de Base. 



Esse é um importante caminho de como podemos inovar em políticas públicas em rede ampliando o impacto social. Esse mesmo processo estamos realizando com outras Universidades, ONGs, Empresas, Governos, Prefeituras e Cidades do Ceará, Brasil e do Mundo para formar, por exemplo: 1) programadores do futuro; 2) pesquisas sobre uma educação integral para a vida; 3) complexos culturais e digitais; 4) hubs sociais em comunidades; 5) ciência de dados para aprimorar o impacto das políticas públicas; 6) transformar crianças e jovens apaixonados por futebol em cidadãos; 7) integrar ecossistemas ambientais; 8) difundir círculos de mulheres que se apoiam mutuamente em seus desafios; 9) criar associações internacionais indígenas na luta pelos seus direitos; 10) enfrentar o racismo estrutural; 11) pensar uma pedagogia comunitária; 12) ampliar o turismo acadêmico; 13) levar energia solar e eólica para comunidades pobres; 14) ampliar negócios de impacto social; 15) ampliar a oferta de hidrogênio verde; 16) criar parques temáticos de ciência e 17) cidades digitais e outras. 


Em cada uma dessas áreas há milhares de pessoas trabalhando e vários passos foram dados durante anos, mas é preciso empreender em redes nacionais e internacionais, gerar sinergias, inovar as políticas públicas e ampliar o impacto de um pequeno grão de terra à Terra da Sabedoria. Não temos mais tempo, temos que aprender a ser velozes e sábios diante das mudanças climáticas, disrupções tecnológicas, avanço das desigualdades, concentração de renda, brutalismos e enfraquecimento da Democracia com seus Putins, Oligarcas, gangues partidárias e elites que vivem do Estado.



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