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terça-feira, 9 de setembro de 2025

Governo dos EUA fala em uso de 'poder militar' em defesa da liberdade de expressão no Brasil e no mundo

 

Karoline aponta para a frente enquanto fala em frente a bandeira dos EUA e símbolo da Casa Branca

Crédito,Reuters

Legenda da foto,EUA já tomaram 'ações significativas com relação ao Brasil, em forma tanto de sanções quanto de tarifas', disse a porta-voz Karoline Leavitt
    • Author,Mariana Alvim
    • Role,Da BBC News Brasil em São Paulo

A porta-voz do governo dos Estados Unidos, Karoline Leavitt, respondeu nesta terça-feira (09/09) a uma pergunta sobre a possível condenação de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) e a supostos ataques à liberdade no Brasil.

"Posso dizer que essa é uma prioridade para o governo. O presidente [Donald Trump] não tem medo de usar o poder econômico e o poder militar dos EUA para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo", disse Leavitt.

A representante da Casa Branca afirmou, no entanto, que por ora "não há ações adicionais" previstas.

A porta-voz disse que os EUA já tomaram "ações significativas com relação ao Brasil, em forma tanto de sanções quanto de tarifas, para garantir que países ao redor do mundo não estejam punindo seus cidadãos".

"A liberdade de expressão é, possivelmente, a questão mais importante do nosso tempo. Ela está consagrada na nossa Constituição, e o presidente acredita fortemente nela."

Um trecho da fala de Leavitt foi compartilhado na rede social X pela conta da Embaixada dos EUA no Brasil.

A porta-voz fez as declarações em uma entrevista coletiva, em resposta a uma pergunta do jornalista americano e ativista Michael Shellenberger — que perguntou se os EUA previam medidas adicionais em resposta à suposta censura e ao bloqueio para que certas pessoas se candidatem no Brasil e outros países.

Shellenberger citou a inelegibilidade de Jair Bolsonaro e sua possível condenação na ação penal que está sendo julgada nessa semana no STF.

O jornalista foi um dos principais responsáveis pela divulgação dos chamados "Twitter Files" ("Arquivos do Twitter"), um compilado de trocas de e-mails de funcionários do Twitter sobre decisões judiciais brasileiras que envolveram a rede social entre 2020 e 2022.

O jornalista acusou o STF, o ministro do STF Alexandre de Moraes e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de censura a contas e conteúdo de "oponentes".

Alexandre de Moraes em pé, com olhar sério

Crédito,Reuters

Legenda da foto,Moraes está a frente da relatoria de ação penal e de investigações que atingem Bolsonaro, aliados e apoiadores
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Moraes é relator da ação penal que pode condenar Bolsonaro.

Recentemente, o americano solicitou ao STF autorização para entrevistar Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais de Bolsonaro que também é réu na ação penal que atinge o ex-presidente e aliados.

Shellenberger também é autor de livros questionando o que chama de "alarmismo" em relação às mudanças climáticas — ele não nega o aquecimento global, mas alega que "não será o fim do mundo".

A situação de Bolsonaro na Justiça tem motivado retaliações do governo de Donald Trump — a quem o ex-presidente do Brasil é alinhado ideologicamente.

Ao anunciar tarifas de 50% contra o Brasil em julho, o republicano justificou que Bolsonaro estaria sofrendo uma "caça às bruxas" na Justiça brasileira.

Na segunda-feira (08/09), véspera da retomada do julgamento de Bolsonaro, o subsecretário de Diplomacia Pública dos Estados Unidos publicou em suas redes sociais uma postagem acusando Moraes de ser contrário às "liberdades fundamentais".

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