SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Mil e um Dias de Inovação Social.




A sua capacidade de relacionar indicadores e variáveis micros com macros  observando suas tendências e interações complexas muitas vezes transversais; inaugurando novos processos lhe capacita a ter uma visão sistêmica. Claro que tudo muda, evolui, se transforma mas quando falamos de pessoas, populações e cidades o que altera sua política, instituições e gera inovações, primeiro num sentido social, é essencial para compreender a história e o futuro.   



Quem diria que em 1846 a Califórnia que pertencia ao México onde se localiza São Francisco tinha 500 habitantes para em 1897 ter 300 mil habitantes recebendo imigração britânica e irlandesa é o berço do mundo atual de onde emergiu inovações tecnológicas no Vale do Silício. 


São Francisco está para a civilização tecnológica assim como Manchester na Inglaterra foi a primeira célula da Revolução industrial. A Inglaterra pulou de três milhões de pessoas para 4 milhões sobre a liderança da Rainha Elisabeth e a poesia de Shakespeare. Depois disso duplicou sua população a cada 50 anos com o comércio, ferrovias, navios, novas tecnologias agrícolas, chá, novos padrões de higiene, incluindo esgotos, e nutrição, subtraindo do aumento populacional porém sem afetá-lo a imigração de Ingleses para Canadá, Austrália, Nova Zelândia, e os Quakers fugindo para os EUA, visando " colonizá-las", ao mesmo tempo que somou a migração de judeus da Europa oriental para Inglaterra. Todas essas variáveis foram ingredientes que culminaram na Revolução Industrial, a criação de um padrão na Inglaterra e sua expansão para o mundo. Esse padrão inglês migrou junto com os ingleses para dar vida a um novo padrão na California no Vale do Silício. 

  
Nesta Odisseia,  jornada humana realizada por milhões de pessoas, cada um seu personagem e sua história de vida. No caso da Inglaterra atravessaram as cidades vitorianas de Elisabeth e Shakespeare por nós hoje seriam consideradas imundas, porém comparadas às antigas aldeias assoladas pela pobreza da era anterior eram melhores, sem mencionar a ratoeira que era Londres no período georgiano. Depois essas mesma cidades com o crescimento populacional viu aumentar suas ruas pobres e estreitas do East End Londres para chegar até os dias de hoje em Londres.  Nesta jornada as mudanças tecnológicas provocaram roupas e comida mais barato alem de energia e transporte que possibilita trazer de outros países e continentes. 


Depois da Inglaterra em outros textos posso falar dos EUA e sua revolução econômica depois da segunda guerra mundial, posso falar também da Alemanha e sua jornada científica, assim como da Dinamarca e sua revolução ambiental, da Finlândia e suas inovações educacionais e culminar em Israel que até 1980 era um país socialista e depois se reinventou com a startups. As consequências das inovações geradas por estas nações e seus Vales como Silício, Israel e outras juntas dão a dinâmica econômica, política e social do mundo que vivemos hoje. Porém chegamos a alguns limites e desafios que necessitam ser superados para dar continuidade a nossa jornada como humanidade. Os principais deles são os refugiados, a pobreza, a guerra contra povos indígenas e quilombos, o aumento do tráfico de drogas e do crime organizado, as mudanças climáticas, e brutais desigualdades. Considero que o Brasil é um lugar especial para que inovações sociais possam emergir devido a diversidade de seu povo e ambiental, além da história recente de nossa nação, questões antropológicas, demográficas, desafios como criminalidade e violências, reservas ambientais como Amazonia e outras, tamanho da país e população com capacidade de produzir riquezas e mercado consumidor, acesso as novas tecnologias, população urbana, assim como pensadores de vários países que vêem o Brasil como este grande laboratório da humanidade como Darcy Ribeiro e Domenico de Masi no despertar de caminhos ambientais e humanos; onde as tecnologias e seus impactos possam dialogar diretamente com as mudanças econômicas, sociais e políticas . O que hoje sabemos ser um consenso global e todos necessitamos urgente humanizar as tecnologias, as cidades e nossas vidas.         


As inovações tecnológicas atuais exigem inovações sociais, educacionais, urbanísticas, financeiras, inclusive estratégias estéticas, éticas e de entretenimento que inauguram novas formas de ser, viver, e governar. A inovação social começa na pessoa em suas capacidades de lidar com as transformações tecnológicas, mudanças climáticas, como produtora de violências ou refém da pobreza e desigualdades.Trata-se uma educação para vida. Trata se de mudanças de hábitos, experimentação e vivências através de projetos inovadores que transformem o mundo em sala de aula para aprendizagem e  superação de desafios.     

             
Lógico que nesta jornada vamos conectar as pessoas a oportunidades de vidas para conquistarem trabalho, renda e crédito, apreenderem a unir e misturar saberes para lidar com desafios globais ou em suas comunidades. Transformando a si e o lugar onde vivem ao mesmo tempo gerando conexões, difundindo suas conquistas e novos personagens de sua própria história. Isso produz além de inovações gera sabedoria, novas leis e formas de viver, organizar e governar as cidades.


Nesta jornada vamos aprender a ter uma visão sistêmica de nossa história de vida e do mundo em que vivemos visando unir o que pensamos, sentimos e fazemos com nossas causas e propósitos. Mil dias na luta contra corrupção são também mil dias pela inovação social e melhoria da gestão pública e seus diversos impactos nas vidas das pessoas e nas democracias. 


Eu aprendi a relacionar indicadores econômicos, políticos e sociais com variáveis micros como a capacidade das pessoas se relacionarem, ter atitudes, capacidades críticas e criativas com variáveis macros como trabalho, educação, saúde, acesso a cultura, habitação e desenvolver novas tecnologias; não apenas pelos números de Engenheiros per capita ou pesquisas nas Universidades. Aprendi observando tendências e interações complexas muitas vezes transversais que inauguram e inovam processos me capacitando a ter uma visão sistêmica. Claro que tudo muda, evolui, se transforma mas tudo começa e acontece nas pessoas, populações e cidades  alterando a política, instituições e gerando inovações num sentido social, onde é essencial para compreender a história e o futuro.   

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