SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

sábado, 13 de março de 2021

ANDANTE ! UMA EDUCAÇÃO PARA VIDA! página 2



A mesma energia que se gasta para ensinar de forma linear e fragmentada pode se ensinar de forma complexa, sistêmica e interdisciplinar. Principalmente no mundo em que a Escola e Universidade competem na conquista de mentes e corações com a internet, redes sociais, games, consumo e outros. Necessitamos habilitar e capacitar as pessoas a serem críticas e criativas para múltiplas e diversas informações que recebem preparando-as para viver neste mundo , e não isolados em ilhas como ainda querem algumas formas de educar. Andando em movimento e não parado no tempo e na história que se deve educar. As transformações tecnológicas, ambientais, desigualdades e violências que vivemos diariamente não podem ser negadas e devem fazer parte como desafios de Escolas e Universidades interagindo com as comunidades, cidades e outros setores. Temos milhões de profissionais desempregados querendo atuar assim como o acesso aos saberes, artes, tecnologias, saúde, e conhecimentos sobre a natureza que se democratizam pela internet. Sim, podemos canalizar esses rios para transformar pobreza e violências em riqueza, cidadania e mercado. Vivemos cada vez mais em ecossistemas digitais, sociais, econômicos, educacionais e outros, é preciso unir o mundo virtual com o real, e colocar a educação em movimento gerando caminhos únicos, múltiplos e diversos para lidar com a singularidade de cada indivíduo e dos desafios no mundo que vivemos.  



A Vida é uma pesquisa e o mundo uma sala de aula, muitas vezes mais rica que as Escolas e as Universidades. Muitos dos pensadores que se baseiam nossa ciência e o que nos é ensinado em Escolas e Universidades, muitas vezes fluíram dessa sinfonia com a natureza produzida pelo olhar, observação, sentimentos, lógica, vivências, acasos, imaginação, consciência, autonomia e relações com outras pessoas e com a natureza. Neste artigo vamos seguir os passos de alguns pensadores, educadores e artistas assim como Morin e outros que extrapolaram seus lugares ou disciplinas para vivenciar e criarem sua sinfonia educacional despertando novos conceitos, saberes, caminhos, éticas e estéticas para humanidade unir o bem, o belo, o verdadeiro, a liberdade e o justo. Como diz o Salmo 85, versículo 11 " a bondade e a verdade se encontraram, a justiça e a paz se uniram" 



A história considerada a mãe das ciências nos deixa muitas lições questionáveis , refutáveis, mas sempre algo a nos ensinar principalmente sobre erros e ilusões que denominamos muitas vezes como ciência e verdade, em nome das quais destruímos o planeta e milhões de vidas. Compreender nossa relação com a natureza, de como criamos nossa Economia, como se produz as Ciências, a criação e o uso das tecnologias, como organizamos nossas sociedades e civilizações, nossa espiritualidade que deu vida há várias religiões, nossos sistemas e processos educacionais, sistemas políticos e jurídicos, assim como as lutas pelo poder e justiça, nossas expressões artísticas, nossas concepções, métodos e instrumentos que buscam garantir a vida e a saúde, o que compreendemos como amor, ódio e valores, assim como as origens e a urbanização das cidades são vários fios que constituem o mundo que vivemos e quem somos. São esses caminhos múltiplos e diversos que devemos percorrer ao longo de nossa vida para compor nossa sinfonia educacional. 



Compreender nessa longa caminhada essa teia da vida, que em seu seio gerou e emergiu Economias, Sociedades e formas de nos governar são dimensões essenciais para que possamos ter uma visão sistêmica e complexa de quem somos e onde vivemos. Nesta jornada e sinfonia educacional aprendemos que a arte, a política, espiritualidade, economia, natureza, as tecnologias, as cidades e outras dimensões humanas produzem saberes e nos educam, inclusive sobre nossos medos, crenças, limites, violências, valores e outros.




As Biografias e a História nos ensina como descobrimos por vezes por caminhos diversos, complexos, interdisciplinares e sistêmicos vários saberes que queremos reduzir a uma única ciência, esquecendo toda sinfonia e ecossistema educacional de onde emergiu. Inclusive como impactam nossas vidas e nossas capacidades de avaliar essa jornada, nossas escolhas, nossos saberes, nossas capacidades de apreender e usar estes conhecimentos em determinadas épocas. Por isso que em um mundo cada vez mais complexo, integrado e sistêmico em nossas possibilidades de escolhas e suas respectivas consequências, uma bússola educacional para vida é necessária para lidar com desafios coletivos que enfrentamos assim como para educar seres para transformar suas vidas e o mundo que compartilhamos.




Afinal o que é apreender a conhecer, fazer, conviver e ser ? Se não dialogarmos sobre princípios educacionais que funcionam como as agulhas da bússola, apontando direções em jornadas de acordo com nossas liberdades, abertura para apreender, coragem de executar, correr riscos, cooperar, criar novas ideias, objetivos e destinos de vida que escolhemos seguir em frente. 


  

Assistir aulas, ler, ver filmes, ter informações nos meios de comunicação e agora também pelas redes sociais, pesquisar, escrever, ensinar, filmar, participar de grupos, empreender, liderar, cuidar de si e outras são práticas pedagógicas e caminhos que permeiam nossas vidas desde que nascemos até a morte. 



Durante essa sinfonia educacional da vida aprendemos com doenças, guerras, fomes, crises econômicas e outros desafios, assim com pessoas que conseguem transformar essas realidades. Apreendemos com poderes que às vezes destrói pessoas e coletivos que buscam resistir, mudar suas vidas e as tristes realidades que enfrentam, poderes que buscam controlar a história para manter seu poder a qualquer preço, que dificultam que as pessoas se eduquem mas elas se libertam e quebram as correntes, gerando lições que não cabem num conceito ou disciplina, que são em si transversais criando novos saberes e formas de enxergar essas realidades, desafios estratégicos que exigem novos caminhos e criações para superá-los, inclusive tecnológicas, emergindo personagens de novas Histórias que nos ensinam as histórias que criaram estas mudanças, mesmo lutando diante da falta de recursos, grandes forças e impossibilidades, que exigiram estratégias e métodos produzindo novos impactos, continuando a jornada da humanidade até os dias de hoje. 



Essas são questões e lições essenciais para construir nossa bússola e sinfonia educacional na época que estamos vivendo, visando gerar os alicerces de nosso currículo aberto para dialogar com a vida de um pequeno grão de terra à Terra da Sabedoria. Buscamos pequenos grãos de sabedoria mais do que os conteúdos e as respostas, mais e melhor sobre as perguntas que fazemos a bússola ou para onde apontamos nossa vidas, ideias, passos, atitudes, valores ou seja sobre as escolhas, consequências e legados de nossos atos para nossa vida e de outras pessoas. 



Eu tenho seguido em minha sinfonia educacional os passos de Epicuro, Davi, Jesus, Dante, Spinoza, Victor Hugo, Arthur Koestler, Goethe, Dostoiévski, Darwin, Einstein, Edgar Morin e outros misturando suas ideias, valores e atitudes como pedagogias para vida; porque considero que são personagens sistêmicos que buscaram enfrentar realidades que destroem vidas, criaram conceitos e vivências transversais , enfrentando desafios de suas épocas que nos deixaram legados, histórias e obras capazes de nos educar para compreender o mundo que vivemos. As estratégias que guiaram suas bússolas e jornadas pela vida revelam os impactos que tiveram consequências sobre os destinos de milhões de vidas. Suas sementes semearam novos jardins e colheitas que ainda estão nas raízes do mundo que vivemos assim como dos desafios de nossa época. 



Continuamos a enfrentar Guerras, epidemias, pobreza, fome, ditaduras, drogas, solidão, ignorâncias, dogmas, injustiças, destruição da natureza, escravidão, crimes, violências porém se movidos por outros olhares, saberes, valores, éticas não tecnicista, fragmentadas, e lineares devem nos educar para enxergar essas tragédias e anti lugares que matam milhões de vida ainda hoje. Nossa bússola e sinfonia educacional para vida nos mostram quando nossos passos, ideias, atitudes caminham nessas direções, visando encontrar outros caminhos em nossas vidas e lugares que habitamos. Em outras direções e caminhos temos infinitas possibilidades de construir outros personagens, histórias, lugares, vidas e criarmos novos mapas e horizontes para o mundo que gostaríamos de conhecer, realizar, conviver, ser, viver, nos educar e nos governar. 



Esse é um resumo do currículo, espaços e instrumentos educacionais onde podemos compor nossas sinfonias educacionais para vida! Visando criar essas ideias, vidas, lugares, precisamos recriar as palavras, nosso dicionário e temáticas para vida, novas formas de conhecer, as coisas e as ferramentas que precisamos para fazer, as diversas relações com diversos “professores” em setores, raças, classes, profissões, e saberes diversos para conviver e construir juntos, os nortes e horizontes que definem o nosso ser e os rumos de nossa caminhada, capazes de reescrever nossas histórias, vidas, pensamentos, realidades, sonhos e outros. 



Palavras como complexidade, potência, arte, ecossistema, criatividade, tecnologia, ética, educação e suas somas como saúde ecológica, auto gestão, auto sustentabilidade, amor a terra, e outras compõe nosso dicionário capaz de decifrar e interpretar nossa época, guiando nossa jornada com uma sinfonia educacional, orientada por uma bússola para contar outras histórias com novos personagens; habitantes de uma Terra da Sabedoria. Novas pedagogias que some as lições de teorias conservadoras e progressistas que possam criar pontes e conexões entres seus pensadores. Novos instrumentos de trabalho presencial e on line que possamos juntos com a inteligência artificial, robótica e realidades virtuais pensar juntos com as máquinas, gerando novas formas de conhecer e conviver. A soma desses caminhos produzirá nossa sinfonia educacional e seus respectivos instrumentos como uma bússola que nos conecte as oportunidades de vida pelo celular visando ampliar nossas existências, realizações de forma plena e sistêmica em várias dimensões da vida, um dicionário, a biografia e o filme de nossas vidas, multiplicando as sementes e as colheitas com outras vidas. Juntos assim geramos novas formas de ser, viver e governar em várias cidades pelo Planeta por novas sinfonias e caminhos educacionais. Esse é o meu propósito de pensar, viver e construir de forma orgânica. O que penso, sinto, acredito e realizo.  


     

Não precisamos viver outro Capitalismo nem será mais na América, as biografias não precisam ser individuais falando de heróis, e sim contar como pessoas comuns e outros personagens mudam tudo, com outras cidades sem urbanização em comunidades sustentáveis, criam novas condições de vida e harmonia com a natureza com segurança alimentar, energética, hidráulica e democracia direta, compartilhando bens e ideias em uma economia circular, e que tal entender melhor sobre nossas emoções e sentimentos, indo além das razões que nos movem, aprendendo como produzimos desequilíbrios em nossos corpos e natureza mas podemos gerar homeostase, ter prazer sem guerras e vaidades que destroem vidas e a natureza, compreender como criamos, ou porque desenvolvemos ódios e vinganças, como construímos famílias cada vez mais amplas que vivem em comunidades em harmonia com a natureza. 



Estas e outras lições e histórias que compõem nosso currículo são capazes de nos educar, e temos que lidar com o desafio de levar esses conhecimentos para escolas, universidades, empresas, governos, comunidades interagindo com disciplinas como Física, Química, Biologia, Matemática e outros formando uma matriz curricular. Matriz significa o útero que nutre e integra como um ventre, antes de nascer, o pensar e o agir nas organizações coletivas que acompanham nossas vidas, inclusive nossas famílias, casas, bairros, cidades e outras instituições que fazemos parte e nos torna quem somos. Sim precisamos ser resistentes, resilientes, críticos, criativos , humanos, artistas, educadores, trabalhadores, políticos com causas, ambientalistas, espirituais, tecnológicos, saudáveis, amorosos... 





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