SABERES TRANSDISCIPLINARES E ORGÂNICOS.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Pag 28- A ESQUINA AONDE OS DIFERENTES SE ENCONTRAM






estávamos respirando a puberdade, sentados no mesmo ponto de encontro, as esquinas do condomínio, era um ponto central para ver e sermos vistos. Na noite passada Amy havia recitado uma poesia que relembrava a nossa infância:

O tempo passa rápido
E quanta coisa que mudou
Que eu não gostaria que tivesse mudado.
O tempo passa rápido
E quanta coisa que ficou
Que eu gostaria que tivesse acabado.
O tempo passa rápido
E quanta alegria passou
Que eu gostaria de ter aproveitado.
O tempo passa rápido
E quanta mágoa o coração guardou
Que eu gostaria de ter esvaziado.
O tempo passa rápido
E quanto de amor que acabou
Que eu gostaria de ter salvo.
E quando o tempo passou
O quanto de mim sobrou
Foi a tristeza por tudo ter apenas passado
E a alegria do meu coração transformado

Renata já estava quase chorando em sua dramatização repentina do choro, para sentir prazer das gargalhadas que geraria. Ela era sempre uma surpresa. Bin havia nos convencido de ir ao cinema estava passando mais um filme sobre o Fim do Mundo e os “sete profetas” haviam votado a necessidade de curtimos a vida através do cinema. Era uma oportunidade para mais uma vez escrevermos um capitulo de nossa vida e do livro!


Depois de termos invadido o cinema, como se invade o bolo da aniversariante, tropeçando propositalmente nos pés das pessoas para chegarmos até nossos lugares. Utilizamos o velho método do cachorro e do gato, para animar a festa... Era assim: Nicolau ficava na ponta do cinema e Davi na outra. Davi começa a imitar o miado de um gato – “Miau, Miau”, até que Nicolau, da outra ponta, respondia “Au! Au! Au!”, assustando o gato por um momento até que ele reagia e dava um grito enfrentando ao cão, e o cão assustado, choramingava “Am, Am, Am”. Até que Davi gritava bem alto:
- Ei, macho eu sou o gato, tá doido!
- Tem razão, vou te enfrentar, afinal onde já se viu o gato ganhar do cachorro. Respondeu Nicolau e os dois começavam a imitar a briga entre o cachorro e o gato, até que o velho Lanterninha, imitava o Leão: “Arghhhhhh” e ameaçava colocá-los para fora!

Como podemos observar, faz parte da natureza humana, transcender seus limites para cima ou para baixo, o que não acontece com os animais. Onde já se viu, um cachorro com medo de um gato, a maioria da população mundial ser submetida a condições sub-humanas de vida e medo, por uma minoria “culta” que decide sobre a distribuição de alimentos, educação e saúde? Sobre quem vai viver ou morrer no sistema que vivemos? Isso só acontece, porque como Nicolau e David, esquecemos quem nós somos, nos permitimos que alguém nos dê um papel e até que rugido ou palavras poderemos falar, que lugar da selva nos pertence.

Aberrações da natureza são criadas, milhares de pessoas sem ter o que comer, enquanto os Nobres e os Reis viajam em seus jatos, de shopping’s para shopping center’s gastando em marca, o que de concreto seria alimento e vida! E quem permite, que a briga natural das condições de sobrevivência não aconteçam? O próprio indivíduo, que espera pelas “boas ações” assistencialistas, servindo de desencarno de consciência aos poderosos, que desta forma ganham tempo e energia para continuar a retirar as condições de vida daqueles a quem há bem pouco apadrinharam. É as vezes a falsidade de um “gatinho”. Seu miado internacional, podem convencer e submeter verdadeiros “cachorros” em tamanho e “formigas” em inteligência...

“O juízo final é apenas uma criança escolhendo os seus melhores brinquedos”, escrito em letras garrafais vermelhas encerrava mais um filme que marcaria profundamente nossa vida. O filme que acabamos de assistir era OS PROTETORES : Quando amar é proibido . Tinha o PROTESTO DAS ROSAS entre outras magias poderosas.O ar de meditação ainda pairava no cinema quando Renata afirmou...

- Apesar de estar no mesmo cinema, com o mesmo grupo de amigos, para logo após pegar o mesmo ônibus, sinto que algo diferente está prestes a acontecer!...
O silêncio e o espanto dirigido a Renata por seu grupo de amigos era reprovador, pois Renata, um ano mais velha, representava todos os papeis mas nunca a tínhamos visto na posição de profetisa.
- Fala logo, Renata, exclamou Isaac.

- Sinto que este filme vai mudar minha vida. Ele me mostrou o caminho. Se só terminarei meu segundo grau daqui a três anos e pelo menos mais cinco anos de faculdade... Isto se todos os meus anjos pescarem por mim, são oito anos até lá! Já que o filme lembra bem que o mundo se acabará daqui a quatro anos, porque aquele cometa vai se chocar com a Terra gerando uma grande onda . Isto indica que a partir de hoje só curtirei a vida, não adianta nada eu estudar. Ah! Já estou atrasada, antes que o mundo acabe quero esgotar todo o estoque de cerveja do mundo!

Todos riram afinal, Renata com aquela sua calça hipie-chic era o símbolo perfeito de “profeta da diversão”.

Michel, no caminho de volta nos propôs uma mudança de cenário para nossos encontros noturnos. Um lugar, segundo ele, mais adequado para dar vida às nossas conversas e diálogos. Ele havia descoberto há três quarteirões de nosso apartamento, um teatro abandonado... ali poderíamos dançar, sorrir, chorar, viver o mundo de nossa juventude, representar o real para o público e atores que se confundiriam com seus personagens.
Isaac adorou a idéia: o teatro e começou a falar...

- Lá, poderíamos falar de nossas vidas, sermos nossos críticos, mudarmos a peça, enquanto vivermos, questionarmos os escritores da peça, do livro, criar cenários, enfrentar nossa briga com o mundo, nossa guerra de valores! Mas principalmente lutar para que ali, o palco das expressões dos valores, se transforme no palco da vida, onde corremos o risco de que os valores percam sentido e sem sentir, a vida deixe de existir! As nossas vidas seriam meras encenações de peças que não criamos, não sentiríamos nossos braços, nossos corações, nem o cenário que nos cerca, o Sol, a Lua, o Mar... Seriamos ou somos marionetes? Ou talvez não, a lágrima se recusa a cair, e transforma-se em água, o fundamento e os princípios que a geraram não podem ser esquecidos, elas não nasceram para beber ou tomar banho! O sentido da vida é muito mais, é vencer a guerra de valores que enfrentamos no nosso dia a dia e o momento da juventude é crucial para que não percamos o horizonte de nossas vidas. Não podemos esquecer que a juventude global está no mesmo barco, no mesmo teatro executando suas peças e indicando ao leme o rumo de nossas vidas!

Isaac, terminava de suar suas palavras em tom alto e grave, começou baixo e sereno! O filme também que assistimos, tinha tons altos e baixos, rápidos e lentos, ritmos diferentes... Ele encerrou dizendo: “Eu adorei a idéia do teatro, porque nele iremos viver os filmes da realidade e aproximar os tons da vida com os dos sonhos, porque neste filme somos nós que criaremos os textos.”

Michel já havia escolhido um nome para o nosso novo local de encontro, para o Teatro ele se chamaria “TRIBOS 7i”.Bin propôs que cada um pensasse momentos de suas vidas, que pudessem ser encenados, podendo ser do passado, presente ou futuro, não importaria. O que valeria era um espaço aberto para sermos nós!

Michel comandaria a primeira reunião e logo na abertura exclamou o texto que havia escrito na Ata... e continuou:

- Hoje, pela manhã, recebi a propaganda de um cursinho que citava trechos de uma música que dizia: “fé na vida, fé no homem, fé no que virá, nós podemos muito, nós podemos mais”. Acredito no sonho desta música, no homem e no amanhã, desde que a educação seja o espírito da grandeza, a nos transformar em gigantes...

- Ôpa! Espera aí, protestou! Michel joga essa praga pra lá. Berrou Renata, se ficar mais alta do que já sou, não arrumo ninguém para namorar e você pode me desejar tudo, menos a praga de não amar e não ser amada!

- David protestou logo! Tá bom. Chega! Será que as coisas aqui não poderiam ser mais objetivas. Por exemplo poderíamos contracenar ao sair daqui, a Peça “O Banquete na Pizza Hut” e vocês poderiam subjetivamente repartir a conta individualmente entre vocês!

- Será possível que vocês não dão uma dentro! Exclamou Amy. “Pizza Hut!”, falar em grandeza de espírito e confundir com altura! Meu Deus, quando eu for artista como vai ser difícil escrever um livro ou criar um filme para que vocês entendam, sem necessariamente ter que colocar chapeuzinho vermelho, mulher maravilha, monstros e et’s!

Será que terei que mesclar grandes temas com bobagens, para que possam filmar o que quero! Oxalá, até lá espero que o grande volume de dinheiro gasto com a “arte”, se renda para grandes idéias e não efeitos especiais, pois com o passar do tempo as pessoas cansarão de assistir o óbvio e finalmente se darão conta de como vivenciando o “proibido” e o novo pelos padrões, ampliam-se os horizontes de nossas vidas...

- Tem razão bem que nós poderíamos começar a quebrar os padrões entre nós, ao invés de apenas ficarmos aqui debatendo algo novo, devemos tomar uma atitude para realizar algo de concreto, que mude a vida das pessoas, divulgando a nossa mensagem e podemos usar este Teatro para mostrar isso ao mundo! Exclamou Isaac!

- Já sei! Gritou Michel... A lâmpada “mágica” acendeu gerando uma nova idéia!
Vamos criar um espaço artístico para a juventude, aqui no Teatro “TRIBOS 7i”. Um lugar para que a expressão da arte jovem possa florescer, desabrochar, gritar, rompendo a ditadura do silêncio com o “Protesto das Rosas”...

Puxa que legal, já sei até por onde começar. Vou realizar com a ajuda de vocês, que estão lendo ou ouvindo minhas palavras o Movimento de Arte & Liberdade, composto de cinco momentos:
O primeiro momento será um festival de dança , rock , hip-hop, internet, quadrinhos, skate, linguagens das juventudes que retrate o movimento da juventude na luta pela liberdade, com danças sobre os hippies, os cara-pintadas, os jovens na Revolução Russa e Francesa, “1968 – o ano que não acabou”, 2012 – o futuro que nos espera... Um balé que retrate o jovem que enfrentou o tanque na Paz Celestial, a quebra da tradição, da hipocrisia, falsa moral. A luta por melhores condições de vida na historia onde o jovem sempre foi e será o estopim, o escudo e portador das palavras de protestos, quer seja de origem anarquista ou capitalista. Porém será a dança da juventude como o rock, funk, axé em harmonia com seus movimentos culturais e políticos que, sobretudo, expresse a sua coragem, beleza e nitidez do olhar...

O segundo momento será um Show de Rock no Teatro “TRIBO 7i”, com diversas bandas que transformaram nossas poesias, em músicas para celebrar O Protesto das Rosas. Punk, eletrônica, hip-hop, todos estes ritmos devem acompanhar nossas palavras e devemos relembrar e reviver o grande Renato Russo, como já o fazem nossos colegas da Banda Sirva os Servos, que, no nosso Teatro, cantarão sua “homenagem” aos políticos, digo os gravatas, com sua música “real solução”.

O terceiro momento seria uma exposição de quadros “O protesto das Rosas” onde teríamos pinturas de jovens que retratem seus símbolos. O teatro, o esconderijo, o circo, o sentimento, as dores de uma juventude que vive o suor de suas lágrimas, o suicídio, o cão e o gato e suas faces humanas do medo, o Festival de Dança representando o balé daquele jovem, diante de um tanque, na sua coreografia solitária, tendo um soldado desesperado no “cumprimento do seu dever LEGAL”, naquela praça da “Paz Celestial”, local profanado pelo Deus-Homem, à vista inerte das verdadeiras divindades. Enfim temos que reproduzir em imagens, momentos de significado visual tão intenso, a ponto de despertar em nosso coração, a transformação da emoção em razão e o reverso destes quadros em realidade.

O quarto momento seriam palestras sobre grandes obras da literatura que retratam a coragem de jovens e os seus destinos em nome de suas crenças, obras como Ilíada, As viagens de Gulliver, O Quinze, O que é isso Companheiro, Feliz Ano Velho, Quando Amar é Proibido! Porque não incluir filmes que retratem a bravura e os protestos da rosas, da juventude, em cenas concretos, transformando cenários em palcos de luta, sob roteiros carregados de verdade e sonhos de mudança.

E o quinto momento serão palestras com Filósofos, Educadores, Economistas, Historiadores, Psicólogos, Sociólogos, mostrando a relação entre Arte , Sociedade & Liberdade a partir das obras de Michel Foucalt, Michel Maffesoli , Nietzsche, Goethe, Chaplin, Van Gogh, Guy Debord , São Francisco, enfim falar sobre aqueles que através de suas vidas e arte levaram às nossas mentes e corações a liberdade. O Ser que transcende a si mesmo e busca no universo pontos de onde poderão pintar, dançar, escrever, alavancar o mundo. Filmaremos a Liberdade, mas principalmente o indivíduo e sua busca pela expressão da beleza, da vida! Oh! Desculpa falei demais, é que eu me empolguei, espero que vocês também! O que vocês acham, podem me ajudar?

- Tudo Bem! falou Nicolau, eu adorei, vou lhe ajudar mas preciso também de você, pois enquanto você falava, muitas idéias surgiram em minha cabeça. Como você, acho, este Teatro ideal para criar espaços políticos para a juventude. Aqui será um espaço para discutirmos sobre o trabalho, a educação, o amor, o prazer, a religião, a arte, a ciência e a política, claro! Identificaremos e encontraremos lideranças estratégicas por cada área de atuação.

- Concordo. Afirmou Michel, só que, a partir daí, montaremos um conselho de políticas públicas para a juventude em cada lugar, que desenvolverá projetos para os jovens em todos esses níveis já citados, inclusive formando um Instituto de Lideranças, ARTES EM REDES , onde discutiremos de tudo e criaremos um programa e um plano de governo, novas formas de governar , recontaremos, através da juventude, a História de nossa sociedade, do mundo e de nossa cidade, onde tudo começa, para a partir daí, propor soluções de urbanismo, geração de trabalho e renda , educação, cultura, e atendimento psico-sociais, através de uma parceria entre os jovens que tiveram a oportunidade de freqüentar uma universidade e os excluídos do “sistema”. A este projeto daremos o nome de Visão Jovem. Transformaremos organizações não governamentais em incubadoras de pequenos negócios e faremos da Escola o grande agente da revolução cultural e desenvolvimento local de nossa comunidade, e quem sabe combater a pobreza no mundo.

- Sim, mas ainda não concluí. Posso prosseguir, falou Nicolau e logo complementou: lançaremos um partido e candidatos estratégicos vindo dessas diversas áreas de atuação com projetos bem pensados que canalizem a energia da juventude de forma a tornar a vida plena. Só assim poderemos engajar a sociedade em um projeto de governo, que tenha a vida como principal valor e o jovem como meio para a partir de seu trabalho rico em significados proporcionar segurança para os idosos e a infância. Embora tendo me alongado, as idéias do teatro empolga e desperta em nossas mentes muitas utopias viabilizáveis, lutando para que a realidade que nos cerca se transforme em nosso Teatro...

David, Bin, Amy e Isaac ficaram atônitos com as idéias de Michel e Nicolau. Elas eram chocantes e necessárias.

Isaac completa:
- Precisamos, mesmo, fazer o que foi dito, porque se não o que teremos a nossa espera daqui há alguns anos?... como poderemos aceitar a vida presa a um computador, sozinho, inseguro, sem amigos e até mesmo sem esperança?... Pois sem trabalho, além de não haver realização humana não há sobrevivência! O mundo chegou ao cúmulo de tirar a sobrevivência de milhares de pessoas, a maioria jovem e até a cara de pau de dizer que por problemas de tecnologia, redução do Estado e aumento da produtividade teremos que castrar e matar diversas vidas, sonhos, juventude, rosas ou seja em vez de florescer, murcharemos. Além disto tudo, esqueceram também de dizer que não temos culpa, apenas estamos pagando o preço por termos nascido, o preço da morte, da não-vida.

Amy comenta:
- Sabendo de tudo isto e nada disto sendo discurso estaremos claramente com estas condições sendo impostas às nossas vidas. Não podemos cruzar os braços, porque se não ficaremos sem eles, não podemos continuar apenas a aplaudir os astros da música, a novela e os esportes, a sociedade do espetáculo, encenado do presidente ao papa. Os verdadeiros astros deveríamos ser cada um de nós, se tivesse uma chance mostraríamos porque viemos!

- Êpa, exclamou Renata. Eu vim ao mundo a passeio. Estou aqui num “Tour Eterno”, isso tudo é bobagem. Vamos todos tirar a roupa, legalizar a maconha e a revolução será a conseqüência.

- Cala a boca idiota! Grita alguém lá atrás.
Renata se defende:
- E daí? Vão todos para a p. q. p... ou se forem sabidos (Isaac grita: “É o novo!”), estão liberados para ir à boate se divertir.
Amy ficou irritada e disse:
- Quando é que você vai crescer, menina! E continuou, também não adianta, de forma assistencialista, aguardar que alguém nos dê alguns trocados. Temos tudo que precisamos para começar.
- Vá para a merda! Viu sua bestinha...
David fechando o assunto, concluiu:
- A juventude é o maior segmento de mercado do mundo, consomem TV’s, carros, vão a bancos, compram roupas, tomam cerveja, enfim, utilizam diversos produtos de várias empresas. Estas empresas gastam milhões de reais com mídia, promoção etc... Se fôssemos clientes dessas empresas, elas repassariam esses recursos para nós e, através deles, financiaríamos nossas atividades, organizadas por uma associação de jovens executivos globais, com uma proposta de desenvolvimento econômico. Depois seremos uma Comunidade de Empreendedores de Sonhos numa Terra da Sabedoria.

Bem, essa foi a proposta de David, ele ficou o tempo todo pensando como estes projetos poderiam ser financiados. E lembrou que depois de algum tempo eles não precisariam mais de financiamento andariam com as pernas próprias e suas origens estariam ligadas às imagens das empresas que os financiaram inicialmente. Outra forma seria empreender vários negócios entre os jovens, uma grande cooperativa de crédito e consumo, incentivando um a ser cliente do outro, criando, assim, uma rede. Poderiam surgir empresas de turismo, informática, entretenimento com aventuras em montanhas, rios etc... como vimos, o setor serviços pode florescer desde que existam boas idéias, financiamentos, empreendedores organizados e com competência de se organizarem em associações! É este o futuro das Cidades.

David surpreendeu a todos, pois, até ali, nunca havíamos pensado em algo bom para todos, talvez até por falta de oportunidade ou incentivo, ou mais espaço onde todos apresentassem suas habilidades, como a de David, pensar soluções econômicas. Por seu pai ser empresário, ele sempre se comportou como se estivesse no mercado, cheio de concorrentes, ali ele pôde perceber que haveria a possibilidade de estabelecer parcerias com seus amigos e realizar seus sonhos, fazendo algo de significativo para a sua vida! Viu que mais que uma empresa, rapidamente esquecida logo que fechasse, seu nome ficaria na historia, por ter contribuído de forma decisiva para o mundo. Eu por exemplo me lembraria mais dele.

De fato, não lembro de nenhum empresário importante que depois de falido foi glorificado, salvo o empresário do império: Mauá que conseguiu dar a volta por cima e se notabilizou.

Em épocas de economia global, podemos observar o quanto é insignificante dedicarmos nossas vidas a uma empresa, enquanto meio para comprar carros; cujo tesão se acabará em três dias e ele não satisfará sua ansiedade, ou necessidade humana de respeito e gloria que precisamos ter. Felizmente aqueles empresários que não enxergam além de sua carteira, ficarão cada vez mais isolados e responsáveis pelo destino triste que dão aos frutos do trabalho humano...

O Governo que também gasta seus recursos com o virtual, e não com a vida, se colocando em favor da usurpação do trabalho de seu povo, através do fortalecimento do mercado financeiro, conseqüentemente o enfraquecimento dos direitos, sem a ele oferecer condições de sobrevivência e felicidade. São empresários que privatizaram o Estado. Dentre suas funções, todos sabemos, no mínimo, deveriam ler os relatórios da ONU, que apontam o maior período de pobreza do mundo e agir visando a distribuição de renda, criando formas alternativas de geração de trabalho e renda, assim como fazemos nós nos Protestos das Rosas, logo mais na fase adulta teremos propostas concretas... de emancipação humana e realização econômica.

O espaço do saber tem que ocupar o espaço da produção. A produção não será vanguarda para um mundo melhor, pois o “apadrinhamento” político e o dinheiro são as ferramentas de perpetuação da tradição, enquanto o saber é quem transforma os anseios da população em revoluções, fazendo a produção se reanimar em novas direções. É necessariamente na juventude que a capacidade de produzir e do saber latente se encontram, porque foi ela que enfrentou todas as condições adversas, capazes de gerar uma nova proposta, através do saber, devendo agora ser colocada em pratica... Mas por enquanto vamos voltar para a juventude , para o Teatro e nossos amigos...

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