Em pleno período de adaptação à escola em tenra idade, há uma adaptação do ninguém fala, mas talvez o mais transcendente no sistema educacional. O abismo que separa o salto do Primário para o ESO.
✍ Escrevo em EL PAÍS Educación sobre este assunto, retomando a recente iniciativa da Comunidade de Madrid de transferir os primeiros anos do ESO para as escolas primárias.
Na Espanha, a transição do 6º ano do Primário para o 1º ano do ESO representa um duplo desequilíbrio. Por um lado, um salto acadêmico repentino, onde a demanda dispara. Por outro, uma ruptura social e emocional: os alunos passam de um ambiente próximo e com um tutor de referência para um sistema fragmentado com múltiplos professores e um acompanhamento mais impessoal.
As consequências são muito importantes. Dois exemplos:
1️⃣ O gosto pela escola despenca: de 41% aos 11-12 anos para 18% aos 13-14.
2️⃣ O 1º ano do ESO concentra a maior taxa de repetência da escolaridade obrigatória (7,3%), apesar de as evidências científicas mostrarem que não melhora a aprendizagem e acelera a evasão.
👨 🏫 A raiz do problema é uma divisão histórica que afeta até mesmo os professores: professores com uma base pedagógica sólida no Ensino Primário versus graduados especialistas com menos formação pedagógica no Ensino Médio. Soluções como a transferência de salas de aula são insuficientes se não forem acompanhadas de investimentos reais, equipes coordenadas e, acima de tudo, uma reforma ambiciosa do corpo docente para construir verdadeiras pontes sobre esse abismo. Sem isso, continuaremos a condenar milhares de estudantes ao fracasso escolar todos os anos.
Artigo aqui: https://lnkd.in/en5YgXhk
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