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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

As indústrias criativas e culturais representam hoje um motor global com um valor estimado em mais de 2 trilhões de dólares e a geração de 50 milhões de empregos



As indústrias criativas e culturais representam hoje um motor global com um valor estimado em mais de 2 trilhões de dólares e a geração de 50 milhões de empregos. Sua relevância transcende a econômica: são setores que promovem a inovação, a inclusão social e a construção de identidades. No entanto, em países de baixa e média renda, seu desenvolvimento enfrenta um obstáculo persistente: a dificuldade de acesso a financiamento adequado.


📑 Neste The World Bank blog, intitulado Desbloqueando o financiamento para as indústrias criativas, meus colegas economistas abordam esse desafio estrutural e propõem uma agenda baseada na valorização de ativos intangíveis – propriedade intelectual, direitos autorais, royalties – como instrumentos financeiros reconhecidos.

Essa visão abre as portas para mecanismos inovadores:

Esquemas de royalties coletivos como fluxos de receita estáveis.
Modelos de monetização digital (de assinaturas e publicidade a NFTs).
Reformas regulatórias que permitem que a propriedade intelectual seja usada como garantia de crédito.

A análise enfatiza que não se trata apenas de criatividade, mas também de marcos regulatórios sólidos e inovação financeira capazes de transformar a produção cultural em uma oportunidade real para o desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, iniciativas como o Diálogo da OMPI sobre Financiamento da Propriedade Intelectual (Genebra, 2025) constituem espaços estratégicos para alinhar governos, instituições financeiras e organizações multilaterais.

📌 Na América Latina, já vemos exemplos que ilustram esse potencial: a expansão internacional de Ugly Betty da Colômbia, o impacto global da The Snow Society em Netflix (Uruguai/Espanha) ou o recente aprimoramento de Florence in the Amazon, de Daniel Catán, na Ópera de Houston.

Todos eles mostram como a propriedade intelectual pode se tornar um ativo estratégico de exportação se acompanhada de políticas apropriadas e acesso ao capital.

Desbloquear financiamento para as indústrias criativas não é um luxo, mas uma condição necessária para que a criatividade se traduza em emprego de qualidade, crescimento económico e resiliência social.

🔗 https://lnkd.in/epYA2xAV

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