Há uma mudança de proporções extremamente significativas ocorrendo. Em magnitude, será tão significativo quanto Bretton Woods em 1944, quando o dólar se tornou a moeda de reserva global de fato, e o Choque Nixon de 1971, quando os EUA abandonaram os últimos vestígios de seu padrão-ouro.
Essa mudança moldará o cenário financeiro global nos próximos anos. Você precisa entender o que está acontecendo, para que possa posicionar a si mesmo e sua família.
Você pode até lucrar muito com a transição.
Hoje explicamos a política do dólar americano: o que está acontecendo e, mais importante, para onde tudo está indo.
A América quer trazer a manufatura de volta à costa. Todos nós sabemos disso. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse isso repetidamente, seu vice-presidente JD Vance disse isso, assim como seu secretário do Tesouro, Scott Bessent, que continua nos lembrando que agora é hora de priorizar a Main Street em vez de Wall Street.
Parte da relocalização da manufatura dos EUA envolve tarifas, como sabemos muito bem. Parte disso envolve o enfraquecimento do dólar americano para tornar as exportações dos EUA mais competitivas. Mais uma vez, Trump, Vance e Bessent disseram isso.
No entanto, há um problema, e esse problema tem um nome: Dilema de Triffin.
Você pode pensar que é uma vantagem emitir a moeda de reserva global. Você pode emitir dólares. Todo mundo tem que trabalhar para eles. Os franceses chamaram isso de "privilégio exorbitante da América". Mas esse foi um status que os EUA projetaram para si mesmos durante o Acordo de Bretton Woods, que determinou a ordem monetária no final da Segunda Guerra Mundial.
O que aconteceu, no entanto, é que isso tornou os EUA gordos e preguiçosos, especialmente desde 1971, quando os EUA abandonaram os laços do dólar com o ouro.
Para abastecer o mundo com dólares, os EUA devem incorrer em déficits comerciais. Ou seja, deve comprar mais do que vende. Déficits comerciais persistentes têm, ao longo do tempo, corroído sua base industrial. Fábricas e empregos foram para o exterior. As nações estrangeiras usaram seus lucros para investir nos mercados de capitais dos EUA e em sua dívida. Enquanto isso, os mercados financeiros - também conhecidos como Wall Street - cresceram e cresceram, à medida que os Estados Unidos se financeirizavam.
O governo Trump entende isso de uma forma que seus antecessores não conseguiram. Vance chamou o status de reserva do dólar de "imposto" sobre os produtores americanos.
Além disso, à medida que esse processo continua, a credibilidade do próprio dólar está sendo posta em dúvida.
Trump quer revitalizar o Cinturão da Ferrugem da América. Mas há mais do que isso. À medida que as cortinas se abriram com a Covid, a extensão em que os EUA têm operado com as calças abaixadas foi exposta: uma dependência excessiva da China e de suas cadeias de suprimentos para muitos produtos estrategicamente essenciais, especialmente relacionados à saúde, tecnologia e militares.
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